segunda-feira, 30 de maio de 2011

Exagero de expressões

Hoje eu fui a leitora de vários textos. Me encontrei em histórias de pessoas diferentes. Deixei que lessem minha alma em voz alta, pra mim mesma.
Hoje eu tirei férias do meu eu. Saí do caminho e parei pra descansar.
Desabafar.
Confesso que me saio melhor naquilo que faço bem. E, definitivamente, o que faço bem é ser feliz.
Sofrer não é comigo. Não mesmo.
Eu me torno dramática demais, repetitiva demais, melancólica demais, desiludida demais, chata demais. Eu me torno um monstro obcecado pela tristeza.
Acho que por ser constantemente feliz, quando triste, eu confundo as coisas.
Na felicidade não tem problema mergulhar. Exagerar. Tem?
Na tristeza eu sei que sim...
O lado bom é que admito estar mal. Não escondo e guardo tudo pra mim mesma, me sufocando em agonias e medos. Eu boto pra fora. Vomito, cuspo, grito e berro. Não admitir um sofrimento e tentar escondê-lo, na maioria das vezes, é pior. Bem pior.
Mas o lado ruim é que consumo demais tudo isso. Sei lá, parece que eu não sou como as pessoas normais. Não consigo simplesmente relevar algumas coisas. Quando estou triste, parece que tudo vem a tona. A tristeza daquele dia de quatro anos atrás volta pra me atormentar e eu começo a me sentir uma covarde por me arrepender dos meus erros. Ou uma egoísta por agir pensando no meu bem.
Ou seja, quando eu fico triste eu fico triste mesmo. Quem para o carro ao lado do meu no sinal, percebe. Quem me abraça, sente. Quem me ama, sofre comigo.
Sou o tipo de pessoa exagerada até no que não gosto. Mas exagero exagerado não dá, né?
Então já que eu sei que sou assim, pra que gravar um novo CD pro carro com músicas que parecem ser a trilha sonora de uma cena em que a menina corta os pulsos? Pra que não dormir escrevendo sobre isso que me faz chorar? Pra que? Tortura.
Mas, aqui estou eu. Com o CD gravado e o texto feito.
Afinal, um exagero de expressões é isso. É um paradoxo entre querer e ser. É saber o que quer que saibam, mas não saber como falar. Ou falar de qualquer jeito sem saber se quer mesmo que saibam.
Então mesmo sem entender o meu jeito, eu desabafo mais uma vez. Mesmo sem conseguir me achar em meio a tantos conselhos e lágrimas, eu desabafo mais uma vez.
Porque a vida é assim. É uma tortura quando se está triste, mas passa. E quando se está feliz... Ah, quando se está feliz eu não preciso explicar: É um ótimo exagero de expressões.
Expressões de exageros que me aguardam com o nascer do sol de daqui a pouco. E me darão forças pra quebrar o CD. E ao reler este texto eu nem vou me comover. Afinal, vou estar completamente mergulhada na minha felicidade. Então, licença, estou indo dormir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Koringa de três letras

E quando o fogo da nova chama se apaga
E a fumaça de um drama está por vir
Ele reaparece como o vento
- Que leva tudo embora
E traz tudo de volta.

Mas são nessas horas que me vejo
Cada vez mais forte; e ele cada vez mais fraco
E deixo nas mãos do destino
Porque ainda não sei escolher

Se o quero
Se não o quero.

Largo, literalmente, a razão de lado
E fico com medo de pensar
Como vai ser
Quando o Koringa vier me chamar

Mais uma vez.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Moda da vida

Ok. Vamos começar pelo final desta vez: Uma mulher tem um despertar dramático. Acorda em um domingo com o rímel borrado no canto dos olhos, cabelo com nós e uma vontade de alguma coisa que não se sabe ao certo o que é.
Ela acorda e vê a chuva pela janela, carregando suas dúvidas e descarregando suas últimas energias. E essa vontade de alguma coisa que não se sabe ao certo o que é, passa a ter um nome: vontade de complicar.
Sim, ela é o típico exemplo da mulher indecisa. Que mergulha de cabeça. Que sonha. Que é ansiosa. Que quer sempre mais.
Os dias que antecederam seu domingo haviam sido dias de conquistas, simples e belas conquistas. Mas ela simplesmente as ignorava a procura de alguma possível falha deixada para trás.
Isso está errado!
O que vai acontecer daqui pra frente, daqui ha uma semana, daqui ha um mês, ou amanhã; é problema do futuro e não dela. Que insiste em estar sempre lá na frente... dela mesma.
Está na hora de aproveitar a sinceridade de uma nova paixão. E não de torná-la uma agústia revivida!
Falsas esperanças, só vêm junto com falsos sinais, ou falsas morais.
Quem tem a verdade inteirinha para consumir, uma verdade boa e gostosa, não precisa de falsas esperanças.
Complexo? Não, nem um pouco.
Vou explicar: Eu quero dizer, que as vezes temos tudo que precisamos e em vez de aproveitarmos o momento, ficamos catando os defeitos para evitar uma falha.
Falhas não devem ser evitadas. E defeitos, minha querida, existem em tudo neste mundo.
E eu digo, então, para essa mulher que passa o dia todo esperando um encontro e lembrando dos antigos, e a noite toda sonhando com o que ainda não aconteceu: Relaxa. Relaxa e viva.
Ela foi a prova de que só esquecemos um amor antigo quando nos permitimos sentir algum sentimento novo. Também foi a prova de que um "não" para alguém que merece um não, tem o mesmo efeito do que achar uma nota de cem perdida na bolsa. Melhor ainda, foi a prova de que as vezes descobrimos que certas pessoas nem eram tão especiais assim e nem esse "não" vão merecer. No lugar disso, elas merecem simplesmente serem ignoradas. E perceber isso, é a mesma sensação do que achar várias notas de cem emboladas numa bolsa.
Naquele domingo dramático ela estava cheia de notas de cem, e ainda assim sem animação.
É. Devemos ficar felizes pelas nossas conquistas. Comemorar uma nova fase.
E, dando continuidade a metáfora, sermos novas milionárias.
Aproveite o novo status em vez de recalcá-lo. O antigo só tem vez de novo na moda. Na vida, no amor, na rotina, o que vale é sempre o novo. Viva todos os dias como se fosse uma estréia!

domingo, 1 de maio de 2011

Despedida repentina

E um dia ele simplesmente não estava mais lá.
O coração não batia mais forte ao ouvir o nome dele
E nem fazia com que ela se sentisse quente e vermelha com a sua presença.
Ele simplesmente não habitava mais seu corpo e sua mente.
E se ainda habita, é quase despercebido
Pois, finalmente, cedeu lugar a um montão de novas sensações
e novas pessoas
Muito mais maravilhosas - se é que ele realmente já foi maravilhoso -
e intensas.
E é através de um texto pequeno e sutil
Que ela anuncia a sua partida
Que de dolorosa nada teve
para o seu coração.