quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Loucura sensata

E enquanto estavam no meio da multidão ele era uma pessoa qualquer que despertava interesse. Mesmo sendo a pessoa qualquer que ela sabia que queria desde que chegou lá. E ao se beijarem no meio da multidão ele continuava sendo um qualquer. Só que agora era um qualquer com um beijo maravilhoso e o sorriso encantador.
Porque tudo mudou quando ficaram sozinhos? Ele passou de um qualquer pra qualquer um menos quem era no início da noite.
Era como se ela sentisse que devia estar ali, mesmo sabendo que não era para estar. Como se o conhecesse muito bem... Sei lá por que. Talvez seus olhos que não desgrudavam dos dela... Ou o seu jeito educado e envolvente a troco de nada.
E quando ela se deu conta, se abria completamente pra uma pessoa quase estranha. Contando seus segredos, medos e experiências. Confessando tudo que aprendeu com a vida e o que ainda quer aprender.
Não tem jeito. Acho que ela não consegue ser leve como uma brisa.
Ela provavelmente é uma boba por ser assim. Por acreditar em sentimentos inéditos e destino. Por achar, em alguns momentos, que a vida pode ser como um filme em cartaz ou um best seller. Ou provavelmente ela é um caso único de mulher singela. Que não deixa de fazer alguma loucura porque deu na telha, mas que acaba transformando tal loucura na loucura maior. Na loucura sensata.
Mas de fato essa mulher cada vez aprende mais e mais com ela mesma. E... Ah... Como ela ama isso!
Coisas inusitadas, quando espontâneas e reais, podem se tornar algo muito bom.
Coisas inusitadas, quando impulsivas e irreais, sempre se tornam algo ruim.
Aprendizado da semana.
E no meio dessa loucura incomum ela descobriu uma chance. Uma chance só dela.
E enquanto deslizava o dedo pelo ombro dele, apoiada em seu peito, percebeu que não tem problema nenhum em ser do jeito que ela é. Na verdade, era o contrário: ser do jeito que ela é e fazer o que ela quer encantou uma pessoa que antes não era nada... E que, agora, com certeza, já é alguma coisa.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Por nada

Tinha tempos (e posso ousar substituindo tempos por anos) que eu não acordava antes do despertador tocar, abria a janela e sorria ao ver o sol. Simplesmente sorria.
Na maioria das vezes nem a cortina do quarto eu abro, e acabo sempre preferindo acender a luz.
Mas hoje não. Hoje eu resolvi abrir a cortina, a janela, o sorriso. Porque o dia amanhecia azul claro, fresco e silencioso. Um típico dia pré-primavera no Rio. Mas que ha anos eu não notava.
O meu sorriso foi tão sincero e espontâneo que nem eu acreditei; Como pode? Logo eu que sou considerada a mais mal humorada de todas pela manhã...
Talvez eu tenha acabado de descobrir o que é estar feliz por nada. Talvez eu, com esse mero sorriso pela manhã, tenha desabafado para mim mesma: você merece sorrir!
Sim. Eu mereço! Mesmo com algumas incertezas sobre a vida, algumas tarefas atrasadas e alguns desaforos ou sentimentos engolidos; eu mereço sorrir!
Talvez não. Com certeza eu acabei de descobrir um estado de espírito genial. Sem cobranças, pensamentos exagerados, fantasias, medos, julgamentos, prazos e sem mais um montão de coisas boas ou ruins.

Sorrir não requer motivo algum!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tão tranquilo e tão contente

Você já fez uma loucura? Já fechou os olhos enquanto dirigia em uma reta? Já contou um segredo para uma pessoa quase estranha? Já sentiu que deveria ir e foi?
A sensação de estar livre é a mesma de sonhar que está voando. É maravilhoso, empolgante e ao mesmo tempo você sabe que daqui a pouco vai acordar e estar seguro, com os pés no chão. Dá vontade de aproveitar cada segundo e também um leve medo de cair.
Dizem que devemos procurar a nossa felicidade. Já eu digo que não devemos procurar absolutamente nada. Pelo menos foi o que eu aprendi com as minhas experiências. Nada vêm sem esforço nenhum, mas esforço demais pode ser ruim. Até porque... Quem é que sabe exatamente o que quer? Garanto que eu não faço idéia.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O ócio criativo

E no espelho eu vejo cores
e movimentos
congelados
numa emoção.
Vejo eu mesma
me inventando
e me amando
no ócio da criação.
Fora das linhas eu escrevo
e nas paredes rabisco
que consigo me dominar.
Talvez eu realmente consiga
- quando eu quiser me libertar.
E nesse silêncio ouço apenas minha voz
que diz o quanto me ama
num timbre diferente do seu.
É nesse momento que paro. E quebro o espelho.
Descongelando o momento
em que a minha vida parou.
Não existe superstição ou carma
E, se existe, me garanto
Agora tenho a melhor arma:

O meu próprio amor.

Vem

Então vem
Porque quando eu fecho os olhos lá está você.
Aqui está você.
Mas onde você está?

Então vem
Porque o meu calor sem o teu já não aquece neste inverno.
Porque as noites são tão longas e tediosas.
Porque o tempo é tão cruel e ligeiro.

Então vem
Porque simplesmente não tem jeito. Eu quero deitar no teu peito.
Pelo menos mais uma vez.
Então vem. E fica. Ou não fica. Sei lá.

Mas vem.
Sem palavras.
Sem desculpas.
Sem promessas.
Me empresta teu corpo e me dá teu carinho.

Então vem
Para que possamos fazer da noite uma festa. Uma pausa. Uma solução.
E que o dia seguinte seja claro
Sem dúvidas nem mistérios
de que a noite
foi só
uma ilusão.

Ontem já não importa

Te ter
Pra mim
Hoje
É algo
Assim
Tão ruim.

Não ter
Você
Sempre
É como
Seria
O fim.

E ontem já não importa
Quando eu me vejo assim:

Te querendo
Hoje
Agora
Do meu lado
-Perto de mim.

domingo, 21 de agosto de 2011

CORPO

Olhos, que só veem o que querem. Só olham reto. Só piscam por milímetros de segundos.
Bocas, que só falam quando sabem. Só se calam por preguiça - ou medo. Só ousam no limite.
Mãos, que só ajudam quando pedem. Só limpam a própria bagunça. Só acenam para conhecidos.
Braços, que quase não abraçam mais. Que se limitam. Que não se esforçam.
Pernas, que andam sempre pelos mesmos lugares. Que sobem e descem. Mas que nunca pulam.
Pés, que estão sempre no chão... Por que não libertá-los?

Com olhos, bocas, mãos, pernas e pés poderíamos inovar.
O que acontece é que nos limitamos ao pudor.
Rimos quando tem graça. Falamos quando nos interessa.
Porque tem que ser assim?
O nosso corpo é capaz de muito mais.

A melhor viagem

Sinto como se eu devesse conhecer lugares novos. Muitos lugares novos. Saber de coisas inúteis e singelas. Caminhar na areia e molhar os pés.
Talvez parar um pouco, durante muito tempo, e tentar não pensar em nada. Não pensar demais na vida; não planejar tanto o amanhã. Talvez essa pausa pudesse ser no alto de uma montanha. Ou em frente a uma lareira. Ou em alguma lanchonete com um bom café.
Correr pela neve e ficar com calor poderia ser um jeito de passar o tempo a tarde. Correr até ficar sem fôlego. E não para emagrecer.
Eu queria tirar um dia para observar as pessoas, outro para observar as coisas, outro para me observar. Mesmo que no final eu apenas me contente de que não se pode saber de tudo.
Conhecer línguas novas, culturas novas, novas pessoas e novos beijos. Conhecer, quem sabe, uma nova eu.
Sinto como se eu precisasse sair daqui para, realmente, conhecer ali. Não adianta dizer que desejo sair da rotina, se nada faço para que ela saia de mim.
Não quero abrir mão de tudo, mas talvez eu queira abrir mão de quase tudo.
Muitas coisas já não cabem no meu armário. Mais coisas ainda já não cabem na minha cabeça.
Deve estar na hora de viajar. Viajar e saciar essas vontades, esses desejos.

Viajar dentro de mim.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um texto imprevisivel

Ela escreve crônicas e poesias. Ele é fissurado por futebol. Ela dançou ballet até os 15 anos. Ele repetiu o colégio na mesma época. Ela odeia novelas e ama seriados. Ele não fala inglês e assiste a todos os jornais na tv. Ela lê livros em inglês. Ele não liga muito para roupas. Ele ama strogonof. Ela não sabe cozinhar. Ela tem um carro importado. Ele não sabe dirigir. Ele não lê livros, ou textos, ou revistas. Ela queria saber tocar violão. Ele tem um corpo perfeito. Ela tem os olhos perfeitos e expressivos. Ele não consegue acordar muito tarde. Ela nunca acorda cedo. Ela está sempre atrasada. Ele também. Ela é mimada. Ele gosta de mostrar o que sente, e não de dizer. Ela bebe vodka. Ele, cerveja. Ele fica sexy com o uniforme do campeonato de futebol. Ela, com os óculos de grau. Ela ama a praia, mas prefere a lua ao sol. Ele está sempre bronzeado. Ela está sempre sonhando. Ele é mais novo. Ela é mais velha. Ele diz que ela parece uma mulher adulta falando, mas algumas vezes age estupidamente, como uma menina. Ela, então, diz: dani-se!

Ele e ela nunca dariam certo mesmo.

Muita Coisa

É como se eu fosse uma formiguinha, andando devagar e com medo de pisarem em mim. Carrego algo como se fosse o último bem do universo, com muito esforço e força de vontade.
Outras horas é como se eu fosse uma flor... Que fica ali parada; admirando e, melhor, sendo admirada. Meus espinhos só machucam quem ousa me tirar do lugar, ou ultrapassar meus limites.
Algumas vezes sou como uma borboleta. Uma borboleta que não para de voar e quase não descansa. Voando por aí percebo tudo - mas tenho medo de ser percebida.
Outro dia me senti como a lua.
Totalmente exposta e brilhante... Pena que alguns despercebidos só admiram o sol.
Têm momentos que sou como uma fera. Qualquer tipo de fera que ataca sem motivos e berra com qualquer um.
E hoje? Bom, hoje me senti como uma pessoa normal. Uma mulher. Uma menina.
Me senti como... Ah, bom... Como o resumo de todas as outras sensações. Afinal, todos somos feitos de muita coisa.

Liberdade, por favor.

Já posso abrir os olhos?
Ele já largou a mão dela? Já parou de passar a mão em seu rosto e sorrir como um bobo?
Já posso respirar fundo e fingir que está tudo bem?
Fingir que não vi. Que não liguei.
E agora? Mesmo depois de abrir os olhos, continuo imaginando pra onde eles vão.
Imagino ele suspirando no ouvido dela. Tirando seu vestido. Mexendo em seus cabelos.
Imagino ele fazendo com ela tudo que fazia comigo. Falando tudo que dizia pra mim. E algumas coisas a mais. Provavelmente as mais importantes.
Droga. Não quero mais isso.
Não quero uma limitação de lugares para ir. Pessoas para conhecer.
Não. Eu quero ser livre!
Minha vida não pode ser limitada por ele, por causa das reações causadas por vê-lo sem tê-lo.
Já posso abrir os olhos pra vida?
Reparar quanta coisa mais importante além desse amor não correspondido existe?
Notar quantas novidades estou vivendo e o quanto estou feliz?
Sim, eu posso.
E abri.
Mas perguntas continuam voando pela minha cabeça. Acho que elas nunca vão deixar de existir.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Já acreditei...

Eu já acreditei em Papai Noel, em coelho da Páscoa e em Fada do Dente. Já acreditei na superstição de que não se deve passar embaixo de uma escada. Já acreditei em Bicho papão e fui correndo dormir no quarto dos meus pais. Já acreditei e confiei na honestidade dos comercias de comida. Já acreditei em vendedor de loja dizendo que eu não acharia um preço melhor. Já acreditei na minha mãe me dizendo que não, a espinha no meio da minha testa não estava aparecendo tanto. Já acreditei em "mão" de cabeleireiro. Já acreditei em correntes de internet que me deram medo. Já acreditei que um filme mudaria a minha vida. Já acreditei que um livro mudaria a minha vida. Já acreditei em conselho de manicure. Já acreditei que amizades durariam para sempre. Já acreditei que o amor de algum homem seria eterno. Já acreditei em amor a primeira vista. Já acreditei que poderia mudar o mundo. Já acreditei que poderia mudar as coisas. Já acreditei que sexo prenderia algum homem. Já acreditei que não fazer sexo prenderia algum homem. Já acreditei que ser sincera seria a solução. Já acreditei que ser sincera estragaria tudo. Já acreditei que tudo que me diziam era verdade. Já acreditei mais nos outros do que no espelho. Já acreditei mais nos outros do que em mim mesma. Ja acreditei em milagres. Já acreditei que uma boa noite de sono resolveria tudo. Já acreditei que o álcool me faz esquecer os problemas. Já acreditei que os problemas são culpa do álcool. Já acreditei que tinha um milhão de amigos. Já acreditei que nenhum dos milhões iria me trair. Já acreditei que nunca trairia alguém. Já acreditei que algum dia aquela pessoa me daria valor. Já acreditei que a mentira que eu ouvia era a verdade, só porque era o que eu queria escutar. Já acreditei que a verdade era a mentira, só porque era o mais difícil de se enfrentar. Já acreditei que me ocupar era a solução para parar de pensar. Já acreditei que pensar muito era meu defeito. Já acreditei que pensar pouco era meu defeito.
Já acreditei que algum dia eu teria a soluções para todos os problemas e sacaria qual é a da vida. E hoje eu desacredito nisso, assim como algum dia já desacreditei em todas as outras coisas citadas. Creio que nunca saberemos todas as soluções ou como entender todas as nossas reações.
O acreditável depende apenas de nós mesmos. Mas a realidade, de fato, é que jamais saberemos a verdade absoluta.
Eu já acreditei que um dia eu me entenderia... Mas acho que prefiro ser um mistério.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Simplesmente

Quando a gente menos percebe
que deve
se arrumar.
Quando a gente menos sente
que deve
olhar.
Quando a gente menos pensa
o que devem
pensar.
Quando a gente menos procura
o que quer
achar.
A gente mais atrai
quem deve
atrair.
A gente mais passa
o que deve
passar.
A gente mais rima
quando deve
rimar.

Porque ser natural
Espontâneo
E impensado
é ser
simplesmente
real.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sem culpa, mas triste

Passei quatro anos da minha vida tentando encontrar provas de que você era quem eu pensava que era. Achando que algum dia eu fosse me surpreender e notar que o personagem que você criou no início não era só um personagem. E sonhando que um dia tudo que inventei para nós se tornaria real.
Acontece que você não é nenhum segredo, e, infelizmente, não passa de uma farsa. Não passa de uma pessoa insensível que cria personagens perfeitos para se autoafirmar.
Durante esses quatro anos eu coloquei a culpa de tudo não ter se concretizado em fatos externos, que acabavam se tornando minha culpa.
E depois da última vez que seu personagem funcionou para mim, eu acordei.
Nosso relacionamento não envolve ninguém mais do que só eu mesma. Isso é triste, mas é a verdade. Só eu sofro, só eu falo, só eu quero além, só eu me esforço.
E seu personagem dura exatamente o momento em que você tenta me convencer de que ele é a sua verdadeira personalidade... Depois que (surrealmente fácil) me convence disso, você mostra quem é realmente.
Dessa vez não acordei pensando no tamanho da besteira que tinha feito. Dessa vez não me arrependi de tudo que eu disse. Dessa vez não fiz tudo que você quis.
Mas, mais uma vez, acordei triste. Sem culpa, mas triste.
Triste porque depois de quatro anos sabendo como você age, eu ainda espero você no dia seguinte - e pior, peço que você apareça.
Não é possível que você seja tão mal assim... Como gosto de uma pessoa que faz isso?
Eu digo na sua cara que você me machuca e você parece gostar de ouvir. É como se te motivasse ainda mais...
E todo o tempo que eu fui a melhor pessoa do mundo pra você? E isso eu sei que fui... Mesmo que não tenha durado muito.
E podem falar o que quiserem. Fofocarem o que desejarem.
Só eu mesma sei por que faço tudo isso que envolve você. Sei, mas não entendo. E se nem eu mesma entendo, não posso querer que os outros compreendam. Então estão certíssimos de tirarem suas próprias conclusões. Não devo absolutamente nada a ninguém, e quem me conhece de verdade, apesar de também não entender, sabe de tudo.
Melhor ter fama de quem não desiste de um sentimento, de quem quer viver até a última gota, de quem é sensível, de quem se joga, de quem não tem medo de errar, de quem erra e não tá nem aí se for por amor... do que qualquer outro tipo de fama que o povo inventa.
E pra quem acha que isso tudo é sinônimo de otária, um belo "dani-se".
Do meu jeito, sou romântica frágil... Mas de maneira alguma, sou otária e fraca.
A partir do ponto em que começo a ter dúvidas do meu próprio jeito, e as músicas que costumo ouvir e dizer que falam por mim não terem mais graça, preciso mudar algo.
Só não sei por onde começar. Recomeçar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

?

E você
já teve medo?
De ser muito pouco
pra alguém que parece ser tudo?
De ir atrás
e se entregar?
De assumir um erro?
E de chorar?
Você já sonhou
com um final de tarde
de pernas pro ar
num som acústico
e borboletas no estômago?
Você já se deu conta
De que é mais romântico do que imaginava
E que é mais ansioso do que devia?
Você já quis tanto
Que chegou a doer?
Já se iludiu em palavras
E se perdeu em atitudes?
Você se acha confuso?
Está confuso?
Eu também.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aprovada?

E eu continuo sem entender porque nunca consigo dormir cedo mesmo tendo acordado cedo. É como se deitar na cama acionasse um botão que me fizesse pensar em toda a minha vida. No que já passou, no que poderia acontecer e no que certamente vai acontecer.

Não sei se só é assim comigo, mas sinto como se eu fosse um eterno conflito de coerências: No dia a dia comparo minha vida à um seriado, onde os episódios são sempre diferentes e emocionantes; mas toda noite comparo meus desejos à um conto de fadas perfeito, com calmaria, estabilidade e paz.

Qual dessas será eu mesma?

Ser a mistura das duas está me deixando confusa. Será que nunca vou saber quem sou de verdade?

Meus olhos pesam, mas não se fecham... E quando finalmente adormeço, meus sonhos não se desconectam da junção desses dois mundos dentro de mim.
Tenho notado uma insistência do lado "conto de fadas" em dominar. Acho que realmente estou cansada de uma vida sem limites.

Mas, para isso, preciso primeiro me permitir sair não desses mundos internos, e sim do meu mundo externo real. Devo me livrar das pessoas que não me acrescentam em nada, pelo contrário, só me diminuem.

Sinto como se não tivesse saído do mesmo lugar desde a primeira vez em que fiz alguma besteira na minha vida e que ouço os mesmos conselhos.
E aí procuro julgamentos, opiniões... Me procuro eternamente na esperança de quebrar a cara comigo mesma e notar o quanto eu sou boa demais pra aquilo tudo.

O problema é que sempre empaco. O obstáculo imposto justamente para me fortalecer e me ensinar, sempre me derruba e me convence a desistir de tentar.

Mas desistir de tentar o que? Ser eu mesma?

Por isso que eu nunca consigo. Porque tento.
Não tenho que tentar nada, provar nada. E melhor: Não preciso de aprovação.

O que eu sou mostro em atitudes espontâneas no dia a dia, pra quem quer reparar em mim. Não adianta forçar ser algo que eu já sou naturalmente. Fica feio. Fica falso. Estraga. E talvez esteja aí o problema que impulsiona todos esses meus erros que se afogam dentro de mim, me sufocando num labirinto sem fim: A (enorme) vontade - ou poderia dizer necessidade? - de obter a aprovação alheia pelo que sou.

Será que eu preciso mesmo disso?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Exagero de expressões

Hoje eu fui a leitora de vários textos. Me encontrei em histórias de pessoas diferentes. Deixei que lessem minha alma em voz alta, pra mim mesma.
Hoje eu tirei férias do meu eu. Saí do caminho e parei pra descansar.
Desabafar.
Confesso que me saio melhor naquilo que faço bem. E, definitivamente, o que faço bem é ser feliz.
Sofrer não é comigo. Não mesmo.
Eu me torno dramática demais, repetitiva demais, melancólica demais, desiludida demais, chata demais. Eu me torno um monstro obcecado pela tristeza.
Acho que por ser constantemente feliz, quando triste, eu confundo as coisas.
Na felicidade não tem problema mergulhar. Exagerar. Tem?
Na tristeza eu sei que sim...
O lado bom é que admito estar mal. Não escondo e guardo tudo pra mim mesma, me sufocando em agonias e medos. Eu boto pra fora. Vomito, cuspo, grito e berro. Não admitir um sofrimento e tentar escondê-lo, na maioria das vezes, é pior. Bem pior.
Mas o lado ruim é que consumo demais tudo isso. Sei lá, parece que eu não sou como as pessoas normais. Não consigo simplesmente relevar algumas coisas. Quando estou triste, parece que tudo vem a tona. A tristeza daquele dia de quatro anos atrás volta pra me atormentar e eu começo a me sentir uma covarde por me arrepender dos meus erros. Ou uma egoísta por agir pensando no meu bem.
Ou seja, quando eu fico triste eu fico triste mesmo. Quem para o carro ao lado do meu no sinal, percebe. Quem me abraça, sente. Quem me ama, sofre comigo.
Sou o tipo de pessoa exagerada até no que não gosto. Mas exagero exagerado não dá, né?
Então já que eu sei que sou assim, pra que gravar um novo CD pro carro com músicas que parecem ser a trilha sonora de uma cena em que a menina corta os pulsos? Pra que não dormir escrevendo sobre isso que me faz chorar? Pra que? Tortura.
Mas, aqui estou eu. Com o CD gravado e o texto feito.
Afinal, um exagero de expressões é isso. É um paradoxo entre querer e ser. É saber o que quer que saibam, mas não saber como falar. Ou falar de qualquer jeito sem saber se quer mesmo que saibam.
Então mesmo sem entender o meu jeito, eu desabafo mais uma vez. Mesmo sem conseguir me achar em meio a tantos conselhos e lágrimas, eu desabafo mais uma vez.
Porque a vida é assim. É uma tortura quando se está triste, mas passa. E quando se está feliz... Ah, quando se está feliz eu não preciso explicar: É um ótimo exagero de expressões.
Expressões de exageros que me aguardam com o nascer do sol de daqui a pouco. E me darão forças pra quebrar o CD. E ao reler este texto eu nem vou me comover. Afinal, vou estar completamente mergulhada na minha felicidade. Então, licença, estou indo dormir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Koringa de três letras

E quando o fogo da nova chama se apaga
E a fumaça de um drama está por vir
Ele reaparece como o vento
- Que leva tudo embora
E traz tudo de volta.

Mas são nessas horas que me vejo
Cada vez mais forte; e ele cada vez mais fraco
E deixo nas mãos do destino
Porque ainda não sei escolher

Se o quero
Se não o quero.

Largo, literalmente, a razão de lado
E fico com medo de pensar
Como vai ser
Quando o Koringa vier me chamar

Mais uma vez.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Moda da vida

Ok. Vamos começar pelo final desta vez: Uma mulher tem um despertar dramático. Acorda em um domingo com o rímel borrado no canto dos olhos, cabelo com nós e uma vontade de alguma coisa que não se sabe ao certo o que é.
Ela acorda e vê a chuva pela janela, carregando suas dúvidas e descarregando suas últimas energias. E essa vontade de alguma coisa que não se sabe ao certo o que é, passa a ter um nome: vontade de complicar.
Sim, ela é o típico exemplo da mulher indecisa. Que mergulha de cabeça. Que sonha. Que é ansiosa. Que quer sempre mais.
Os dias que antecederam seu domingo haviam sido dias de conquistas, simples e belas conquistas. Mas ela simplesmente as ignorava a procura de alguma possível falha deixada para trás.
Isso está errado!
O que vai acontecer daqui pra frente, daqui ha uma semana, daqui ha um mês, ou amanhã; é problema do futuro e não dela. Que insiste em estar sempre lá na frente... dela mesma.
Está na hora de aproveitar a sinceridade de uma nova paixão. E não de torná-la uma agústia revivida!
Falsas esperanças, só vêm junto com falsos sinais, ou falsas morais.
Quem tem a verdade inteirinha para consumir, uma verdade boa e gostosa, não precisa de falsas esperanças.
Complexo? Não, nem um pouco.
Vou explicar: Eu quero dizer, que as vezes temos tudo que precisamos e em vez de aproveitarmos o momento, ficamos catando os defeitos para evitar uma falha.
Falhas não devem ser evitadas. E defeitos, minha querida, existem em tudo neste mundo.
E eu digo, então, para essa mulher que passa o dia todo esperando um encontro e lembrando dos antigos, e a noite toda sonhando com o que ainda não aconteceu: Relaxa. Relaxa e viva.
Ela foi a prova de que só esquecemos um amor antigo quando nos permitimos sentir algum sentimento novo. Também foi a prova de que um "não" para alguém que merece um não, tem o mesmo efeito do que achar uma nota de cem perdida na bolsa. Melhor ainda, foi a prova de que as vezes descobrimos que certas pessoas nem eram tão especiais assim e nem esse "não" vão merecer. No lugar disso, elas merecem simplesmente serem ignoradas. E perceber isso, é a mesma sensação do que achar várias notas de cem emboladas numa bolsa.
Naquele domingo dramático ela estava cheia de notas de cem, e ainda assim sem animação.
É. Devemos ficar felizes pelas nossas conquistas. Comemorar uma nova fase.
E, dando continuidade a metáfora, sermos novas milionárias.
Aproveite o novo status em vez de recalcá-lo. O antigo só tem vez de novo na moda. Na vida, no amor, na rotina, o que vale é sempre o novo. Viva todos os dias como se fosse uma estréia!

domingo, 1 de maio de 2011

Despedida repentina

E um dia ele simplesmente não estava mais lá.
O coração não batia mais forte ao ouvir o nome dele
E nem fazia com que ela se sentisse quente e vermelha com a sua presença.
Ele simplesmente não habitava mais seu corpo e sua mente.
E se ainda habita, é quase despercebido
Pois, finalmente, cedeu lugar a um montão de novas sensações
e novas pessoas
Muito mais maravilhosas - se é que ele realmente já foi maravilhoso -
e intensas.
E é através de um texto pequeno e sutil
Que ela anuncia a sua partida
Que de dolorosa nada teve
para o seu coração.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Reconstrução

Brilho nos olhos, brilho em todos os fios do cabelo.
Sorriso sincero, sem motivos, mas sincero.
É como se um ventilador a seguisse em todo o seu caminho
tornando o seu andar sensual e o balanço de seu cabelo perfeito.
Ela tomou o seu tempo pra se recolher e sofrer. Afinal, ninguém é de ferro.
E agora está ali, radiante e única.
E ela merece todos os elogios.
Afinal, quase ninguém é singular.

Impulsividade

E no meio daquela noite
Eu te enchia de palavras sem sentido - O que chamam de papo furado
Só pra te manter ali.
Até que uma hora
Eu não consegui segurar a curiosidade
Daquele dia em que você me ligou de madrugada
E eu não atendi.
"O que você queria comigo, se estava com ela?"
Te pergunto, de uma só vez.
E sem receber uma resposta concreta
Eu grito que te amo
Te soco no estômago algumas vezes
E imploro pra que você vá embora
E não apareça nunca mais.
Você diz que não conseguiria me dizer adeus para sempre
E muito menos me largar ali
Perdida em dúvidas e em lágrimas
E não parava de me olhar.
E foi ai que nos abraçamos
E choramos
Pelo seu orgulho idiota
E nossos erros infantis
Até que você realmente virou as costas e se foi.
Voltou pra ela
E pra bem longe de mim.
Porque simplesmente não sumiu de vez? Para sempre?
Bem que você avisou.

Minha Culpa

Eu já te abracei no frio da madrugada e deixei suas lágrimas da dor de uma perda rolarem pelo meu ombro. Já te tirei da chuva, embaixo de mais lágrimas que te afundavam na mesma dor, e consegui te arrancar um sorriso. Já escutei seus medos e esperei eles irem embora até o sono conseguir te embalar. Já te perdoei. E também já implorei pelo seu perdão. Implorei pois percebi o quanto eu gostava de você e tinha medo de te perder. Já suspirei enquanto você admirava minhas costas nuas com o carinho das suas mãos: "acho que estou gostando de você". E ouvir você concordar fez meu coração estalar de alívio. Mas, confesso, ele também estalava de insegurança. Aquilo tudo era muito pra mim. Muito e muito novo. E cada vez mais eu me envolvia na insegurança do meu sentimento.
E a culpa que carrego e agrego a você é a de ser seu anjo, seu porto seguro, e mesmo assim ter te ferido. Logo naquele momento em que jurei de olhos fechados, com você no meu colo, que a sua dor seria a minha dor; e que, assim, eu jamais te abandonaria.
Eu deveria saber o tamanho do seu orgulho. E dos seus limites. E eu sabia, mesmo assim te desafiei.
Acontece, que você sabia que eu não tinha limites com você. E me desafiou também.
E depois de tantas brigas e amores, você, a partir dali, me prendia totalmente ao mesmo tempo que me deixava. Já eu, passei a sonhar todas as noites com a sua volta, mas no fundo me matava numa ilusão de que você nunca mais iria voltar. E você voltou. Você sempre volta...
Só que dessa vez, depois de muito tempo, eu tinha conseguido te esquecer. E quis provar isso pra você e para todo mundo.
Ai é que foi o outro erro. Talvez o pior de todos: Eu me enganei.
Quis me mostrar independente. Mudada. Mulher. Crescida. E consegui.
Mas quem disse que você havia se apaixonado por esta pessoa? Não, você gostava era da outra versão de mim.
E quanto mais eu me tornava uma mulher casual na sua vida, que pouco se importava com nada. Menos valor você me dava e parecia se afastar.
E depois desta última recaída eu desabei. Chorei igual a uma criança com medo. Abracei meu travesseiro e não dormi a noite inteira, pensando em que pessoa péssima eu havia me tornado para você. Será que agora essa sou eu de verdade? Porque não pode ser tudo como era antes? E agora já era: minha imagem estava mudada. Eu já havia me entregado por inteiro.
Sim; você podia falar que eu era sua a hora que fosse, do jeito que fosse. E eu não poderia negar.
Mas quer saber? Porque eu me importo tanto em ser perfeita o tempo todo? Isso tá errado! Na verdade, depois dessa última volta eu já não sentia o mesmo por você. Na verdade, eu não sentia quase nada além de vontade de, justamente, te provar o quando eu era perfeita. E nesses tempo que passou - de textos escritos pra você e sonhos desperdiçados aguardando a sua volta - eu realmente cresci. E quer saber mais? Eu gostei de tudo que aprendi com essa nova mulher sem limites. Ela está longe de ser perfeita. Mas e daí? Essa não sou eu. Vou levar comigo apenas o que ela me ensinou de bom. Afinal, ninguém é perfeito e quanto mais tentamos ser, menos perfeição alcançamos.
Essa culpa toda tem que ir embora. Se sou realmente seu anjo, sua segurança; um dia você vai dar valor. E ME convencer disso. Porque a partir de agora, eu quero me convencer do contrário.
Enquanto estou aqui vomitando essas palavras, você provavelmente dorme tranquilo. E com a sua dor superada. Agora é hora de olhar pra frente e seguir minha vida. Quero voltar a dormir bem e me amar bem, do jeito que eu sou.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aviso Prévio

Ela está sendo avisada. Ele está sendo avisado.
E os dois se avisam o tempo todo e não conseguem reagir.
Dentro do carro, sentados, parados; se olham fixamente diante da notícia mais pesada que receberam juntos. E, o pior, que caiu como uma luva - eles não podem negar.
E ali mesmo, sem cinto de segurança, que poderia defendê-los do medo do futuro ou da saudade do passado, conseguiam se alcançar - e se encontrar - em intermináveis beijos e lágrimas. E aquele abraço forte depois de toda essa carícia, não vinha mais com o "eu te amo, vamos tentar mais uma vez" como sempre acontecia.
Agora, com os cintos apertados - corações apertados - eles seguem de volta pra casa.
Juntos.
Separados.
Juntos ou separados?
Juntos por causa de um carro que anda devagar com medo de chegar rápido demais no destino que já é esperado.
E separados por um turbilhão de palavras jogado em cima dos dois; que significava na concordância do tal destino esperado.
E durante o caminho
Longo
Vazio
Chuvoso
Escuro
Massacrante
Outros turbilhões de palavras estavam ali. Só que dentro de cada um.
O carro parou, as lágrimas já habiam secado.
Estava tudo tranquilo, mas parecia tudo muito certo e errado. Era literalmente um paradoxo sem fim.
Ela então se levanta e bate a porta...
Olhando pra baixo, pra trás, pros lados.
Ela insiste no medo de olhar pra frente.
Já ele, segue com seu carro.
O aviso está dado
Mas sem data certa
Sem hora marcada.
A angústia de viver numa indecisão tão certa e decidida cabe apenas aos dois
Medrosos e covardes
Que não são capazes
de matar um amor sem fim - E quem é?
E nesse dilema
Que dessa vez não é clichê,
ela se depara com outros diversos caminhos até seu destino tão certo.
Caminhos que não são tão cruéis.
Cabe a ela tomar coragem de olhar pra frente e seguir.
cabe a ele tomar coragem de deixá-la seguir.
E quem sabe, assim, não descobrem o que tanto procuram?
Ninguém sabe. Muito menos eles.

sábado, 26 de março de 2011

Sabe o que é?

Sabe o que é?
Eu quero chegar em casa e ter alguém me esperando com brigadeiro.
Quero minhas temporadas de friends separadas ao lado da TV e em frente a minha cama grande e cheia de almofadas.
Sabe o que é?
Eu to cansada de dirigir em um trânsito infernal e não poder chegar em casa e descansar tranquila...
Porque simplesmente não tenho ainda essa estabilidade.

Preciso me distrair de outro modo, senão fico melancólica
Preciso conhecer gente nova, das velhas nenhuma me atrái mais
Preciso estar bonita por fora, pra sentir por dentro.
Cansei disso tudo.
Literalmente cansei; meu corpo está pedindo arrego.
Aconchego.
Chamego.

Sabe o que é?
É querer continuar saindo e bebendo
Mas sem me preocupar com nada porque vai estar alguém ali.
Quero acordar de ressaca sim -porque não? acontece- mas olhar pro lado e sentir um abraço
E um copo d'água separado na cabeceira.

Sabe o que é?
To afim de continuar tão bem com as minhas amigas como estou agora
Mas quando encontrá-las, quero contar como tem sido amar alguém.
E como tem sido ser amada.

Quero escrever textos romanticos e não de ilusão.

Quero ler mais textos
Quero me encontrar.
E, dessa vez, sem me perder no meio do caminho.
Sabe o que é?
Acho que estou mudando de fase; descascando cada pedacinho meu que eu não conhecia.

Sabe o que é?
É que eu achei que nunca fosse sentir isso
Sempre me senti maravailhosamente bem sozinha, quase completa.
Buscava em amigos, família, casos e distração tudo que eu precisava
E achava.
Não acho mais.

Quero sair do casual, do meu original, do normal.
Quero me descascar ainda mais e juntar cada pedacinho meu;
Entende-los e depois guardá-los bem escondidos
Para me reconstruir de verdade.

Quero me jogar sem razão e sumir por aí
Como a fumaça de um doce cigarro, que flutua livre e incomoda quem tem que incomodar.
Quero tesão, carinho, risadas, lágrimas e intensidade. Quero tudo, tudo, tudo.
Tudo que é de verdade.

Sabe o que é? É isso tudo aí.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não Mais

No fim de um caderno
No escuro do quarto
No meio da madrugada
No ócio do silêncio.

No começo de uma página
Na sobriedade de mim mesma
No final de uma ilusão
No auge do desencontro
Ocorreu o encontro

E ali mesmo desencantou.
O show acabou.

A vida tá lá fora
Então, pára, por favor
De me acordar
De me agoniar
De me traumatizar.

Seus pesadelos, meus pesadelos
Não me assustam mais.

Meu ponto de vista, meu ponto final.

Porque sempre antes de sair a noite com as minhas amigas eu fico imaginando como vai ser se você for? Essa incerteza complexa sempre me prende em dúvidas e angonias...
E quando eu saio de casa: linda, cheirosa e confiante; te procuro, mesmo sem te procurar, toda hora. E pior: te acho, mesmo sem te achar, em várias pessoas.
E do nada você chega. É como se fosse uma parada cardíaca. Meu coraçao acelera e depois desacelera, fazendo uma dorzinha interessante em forma de arrepio. E eu já não sei mais porque estou sorrindo se eu estava chateada com você. Aliás, eu estava chateada com você porque...?
E mesmo tendo certeza de que estou linda e cheirosa, a minha insegurança repetina faz com que eu cheque mil vezes, antes de nos esbarrarmos, se estou realmente nestas condições.
E ai você me vê.
Fudeu.
Tento fingir que só você viu - Tudo bem, afinal eu não uso óculos na boate, posso por a culpa neles e dizer que não te reconheci - mas, calma, você sabe que eu só uso óculos porque me acho sexy com eles, na verdade tenho 0,25 de grau. Ou então não, você nem prestou atenção quando eu te contei isso. Melhor ainda: me explicar pra que?

O que importa é que eu me enrolo; Sempre me enrolo quando te vejo.
Desajeitada e envolvida por sentimentos estranhos e uma atração física bizarra; eu te comprimento.
Aqueles segundos em que tenho certeza que você está me olhando, me reparando e me desejando são tão maravilhosos... Depois deles já não importa mais o meu estado.
Me passe uma dose de vodka, por favor.

E então, do nada, eu me transformo em uma louca apaixonada, em uma tarada sem limites; e não só esqueço do porquê estava chateada com você, como também esqueço de tudo que já foi ruim.
Eu só quero você. Eu só quero m-u-i-t-o você!

Depois que nosso caso voltou casualmente, os assuntos longos sobre nossas famílias, vidas e todo o clichê que pessoas com intimidade utilizam, foram diminuindo. Ah, lembrei! Esse é um motivo de estar chateada com você: Ultimamente não conversamos mais. Nossa, realmente... Você nunca mais me perguntou como eu estava. Como minha cachorra estava. Como ia a faculdade ou o que eu estava pensando naquela hora. Ultimamente você só queria tirar a minha roupa. E eu queria despir não só o seu corpo - mesmo mentindo para mim mesma que era só isso que eu queria. É, esse é definitivamente um motivo; e dos bons! Então, calma. "Vou chegar pra lá e esquecer dele hoje". Afinal, não preciso disso. Sou maior. Sou melhor. Tem vários aqui que me querem. Sexo? Ah, quem já não teve por tanto tempo aguenta mais um pouco até achar outro alguém.
Eita, mentira... Mais uma dose?

Ok. Já estou mais do que alegre e as músicas que estão tocando me tiram do sério. Cada uma me lembra você de um jeito, ou o que eu quero fazer com você - e te espancar está valendo também. E eu lembro dos outros motivos; lembro de antigamente; lembro de tudo.
E ai fudeu mais ainda: Eu quero esquecer. Não você, mas meus motivos que me impedem de te querer.
E esse efeito de droga, de falta de resistência e não raciocínio que você me causa é uma merda. Eu quero me livrar de tudo isso junto, mas antes quero ter certeza de que não vou sofrer mais ainda sem isso tudo.

E lá estamos nós conversando, brigando e rindo; do jeito que a gente gosta. E entre beijos e suspiros, se passam pensamentos pela minha cabeça.
Eu já sei como isso vai acabar... Mais uma vez vamos estar juntos numa sincronia perfeita, como numa ópera (ou num funk, porquê não?). E mais uma vez eu vou virar os olhos, jogar os cabelos molhados pro lado e cair de quatro pra você. Mais uma vez vou falar coisas obcenas, fazer tudo, fazer aquela cara que você pede pra eu não fazer quando não vai poder me agarrar ali mesmo. Mais uma vez vou cochichar meus sentimentos, te dizer e demonstrar o quanto eu gosto de você, e só de você. E nesse hit que sei de cor, mas que com certeza não é rotina, você desafina. E me decepciona, mais uma vez.

Perai. NÃO, chega.

Te empurro pra trás, na boate. "Você não vale nada!". Ouviu? "Nem um centavo!". É você que não vale nada. Que não tem coragem de assumir o que pensa ou de pensar o que sente. Que julga todas as mulheres com quem se envolve. Que tem medo de se envolver. Que eu já mahuquei sim, mas que já me criou traumas e pesadelos. É você, e não eu, que faz tudo isso sem motivos e não respeita os meus. Aliás, você nem deve acreditar em muita coisa. A desilusão maior, da vida, provavelmente é sua. A minha ilusão se resume a uma pessoa. Uma pessoa que já foi boa e ruim e me ensinou muito, agora já não me acrescenta em nada: Você.

Meu problema não é com os homens, é o seu excesso de masculinidade. Meu vício não é em cafajeste, é na culpa que você agregou em mim. Meu vício, meu mal. Que estão caindo no chão junto a você depois do meu empurrão.
E lá mesmo eu consigo te deixar.
Não me preocupo mais com a sua saúde ou com o seu emocional. Não é mais problema meu a partir dali.
E quando eu me virar, pode olhar pela última vez a minha cara de safada - que faço questão de fazer - e pensar que nunca mais vai ter ela pra você...
E nem tempo deu pra fazermos todas as loucuras que eu queria. Dá até vontade de rir nesse momento. O coitado é você que está ai no chão e vai perder tudo aquilo que está bem aqui no topo, no alto: EU.
Me submeti a todos os status que uma mulher viciada pode se submeter. E você desacreditou. Tentei de todas as formas. Te dei amor mesmo sem te amar e te amei mesmo sem ser correspondida. Desculpa, mas eu fui foda com você. Reconheça ou não. Eu sou superior, sempre fui, mas só hoje eu percebi.
Bom, é isso...Tchau. Esse é o final que eu escolhi. Meu ponto final. A cena pode não ter sido essa, mas é essa a minha moral.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Renascer

Pra que mentir dizendo que não ligo?
Pra que inventar mil histórias na minha cabeça, se sei que nunca sairão de lá?
Já não basta falar alto, gritar
Planejar estratégias de fugas de mim mesma,
fortalecendo este tão ingrato escudo.
Até quando o prazer momentaneo vai tomar conta das minhas açoes
deixando de lado meu amor próprio, meu próprio amor?
Quanto tempo mais irá levar pra curar
a ferida que já cicatrizou?
Preciso de uma substituiçao
preciso me satisfazer.
Eu quero tudo que sinto ao seu lado
E não necessariamente com voce.
Ah, seria tão fácil
transformar palavras em açoes
pensamentos em razoes
E deixar de te querer.
Isso tudo depende muito de mim
que com a ajuda da sua indiferença
me mato aos pouquinhos sem morrer de vez
pra algum dia
em algum momento
renascer pra outro amor.

Vida breve, vida imensa

Chega a ser futilidade
sofrer por um amor mal terminado
ou um desamor mal desejado.
Chega a ser covardia
reclamar que não se pode ter tudo
quando na verdade não se precisa realmente de quase nada
para ter uma vida simplesmente feliz.
E essa vida tão frágil, tão bela
se vai, nem sempre tão rápido, mas sempre de repente...
E são nessas horas
e somente nessas, infelizmente
que aprendemos a mesma liçao:
Viver requer apenas de coraçao.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sonho

Sentimento estranho de ausência...
Me sinto incompleta quando acordo e lembro do que sonhei.
Será que foi um aviso? Uma visita?
Ou será apenas que foi meu inconsiente, mais uma vez, lembrando que vc está por aqui?
Não sei o que acontece, mas é sempre na mesma época...
É como se eu valorizasse ainda mais as amizades
a minha vida
a minha família.
E quando me vejo sozinha, desligada de tudo e de todos
Sinto um apertozinho no coraçao.
Quero aproveitar até a última gota,
ser a última a ir embora,
e levar sorriso e alegria.
Tenho a sensaçao de ter que ajudar como posso
E me ajudar como devo
quando lembro de voce.
E quando o vento soprar bem forte
fazendo as árvores se moverem
Eu vou fechar os olhos e sorrir.
Pode ter certeza.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

T r a n s b o r d a n d o . . .

Transbordando de ansiedade eu confesso que não sei pelo que anseio.
Já não choro mais por desespero
E nem gargalho de nervoso.
Estou lotada
Esgotada
Cansada.
Quero abusar da tranquilidade que me visita
e convidá-la para ficar.
Dar adeus à esperança desmentida
E finalmente me libertar.
Eu quero transbordar de alegria
de paz
de energia.
E a ansiedade por tudo isso está louca para acabar.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Solidão "a dois"

E eu me pego mais uma vez deitada
com as nossas pernas etrelaçadas
E o meu coraçao estalando.
De novo eu fui sua
Sem você ser meu.
E de novo eu continuei acordada
E você adormeceu.
Entre quatro paredes
De um falso céu de falsas estrelas
Ou em qualquer lugar
A história é a mesma
sem pé nem cabeça
Sem sentido nem moral
De um sentimento que no mínimo não é normal.
E quando o momento acaba e você vai embora
Eu nunca sei se é pra sempre ou pra mais tarde
Só sei que sempre demora.
Dias vem e vão
Pessoas passam pela minha vida
E por mais que o mundo gire tanto e tão rápido
Eu acabo sempre em seus braços.
Nào é saudável ser somente sua
sem te ter completamente pra mim.
Mas será que eu aguento
a falta que faria o seu sorriso sorrindo pro meu?

E me pego mais uma vez indo dormir
Sozinha, pequena
na minha cama tão grande
Que me faz lembrar de você.
E ai eu questiono se realmente vale a pena
entrelaçar as pernas somente as vezes
Se quando eu realmente te quero e preciso da sua companhia
Não sei nem onde te procurar, muito menos se vc me atenderia.
Não dá pra lutar sozinha
Se nem eu mesma sei pelo quê.
Uma história de amor só é possível com dois coraçoes
Um relacionamento casual só é possivel sem nenhum envolvimento
Será que existe um meio termo?
Com você não existe tudo ou nada.
É sempre tudoounada. Tudo junto. Ao mesmo tempo.
E nenhum de nós consegue optar por um dos extremos
E Enquanto isso eu mando a vontade, o desejo e o tesão
irem embora pra bem longe com a fumaça da noite
Desta noite tão cheia de solidão.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Minha cordinha

Penduraram uma cordinha no meu coracao
cada dia que passa colocam na ponta dela um peso quase sem peso
Mas que objetiva me arrastar direto ao chão.
De vez enquando a corda balança, e o peso pesa; machucando.
Quanto mais o tempo passa
mais pesado meu corpo fica
e é puxado para o chão.
Mas eu tenho uma tesoura mágica
e com ela corto as pontas da cordinha sempre que essa dor me faz chorar.
Minha vontade era cortar todos os pesos de uma vez, pra sempre.
E assim, com essa dor, acabar.
Mas será que desse jeito eu daria valor a ser leve
E notaria a importancia de poder flutuar?
Espero que essa cordinha tenha um motivo muito bom
Pra que um dia eu nao a esqueca de cortar.