sábado, 18 de dezembro de 2010

Bagagem natural

“Meu passado me condena”. Essa é velha. Mas me condena mesmo, e daí? Se eu pudesse mudá-lo, não o mudaria por inteiro. Foi divertido na hora certa e foi certo na hora divertida. As conseqüências de tudo isso, hoje em dia, podem não ser nem tão certas e nem tão divertidas assim, mas com certeza fazem sentido dentro de mim. E principalmente: me tornam quem eu me orgulho de ser.
Não posso mudar o que já aconteceu. Não inventaram ainda um ser humano com um botão de “review” e “delet”. E não inventaram justamente porque isso é o mais incrível das pessoas: Suas histórias, superações e mudanças.
Todo mundo vem com bagagem. E não adianta mentir dizendo que as suas são 100% boas. Agora, cabe a você mesmo decidir quem vai te ajudar a carregá-las.
Tem que ser alguém de confiança. Alguém que seria incapaz de roubá-las, de aumentá-las ou de simplesmente jogar todas elas em cima de você; te fazendo sufocar em si mesmo.
É complicado.
Mas geralmente quem não acredita no perdão ou na mudança, não se perdoou por alguma coisa ou então desacredita em suas próprias capacidades. Gente fraca; pequena. Mas estão por aí. E você provavelmente alguma vez na vida vai estar nas mãos de uma delas.
Mas é isso. Meu passado pode até me condenar pra alguns... Mas certamente inveja muitos e me traz muitas lições.
Se você não quiser me ajudar com a minha bagagem e não se sentir confortável o suficiente pra fingir que elas não existem e não se envolver comigo: eu peço, por favor, que se retire já de uma vez por todas. Da minha vida, enfim.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Comodismo sem fim

Eu quero inovar...
Sentir tudo que há pra sentir
Exagerar nas palavras
nos atos
nas confissões.
Quero me desprender de mim mesma
E me permitir prender em alguém.
Quero que meu vestido favorito nao seja mais aquele com a marca do meu corpo
Quero um cheiro novo. Um perfume inventado.
Nao quero mais usar relógio e nem esperar alguém me ligar.
Eu quero fazer acontecer.
Quero aprender a abrir os olhos
E enxergar a minha volta.
Quero parar de girar
E acabar sempre em você.
Aliás, eu quero... ah, como eu quero, querer tudo isso
E ter força de vontade pra fazer acontecer.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estrondos

Quando tudo corria bem e tranquilamente
Um estrondo faz mover a minha terra.
Como um acidente de carro, ou um corte de energia.
A adrenalina e a emocao cegaram meus olhos
Que nem te perceberam por ali.
Quando tudo ocorria novamente bem e tranquilamente
Um estrondo faz mover o meu ceu.
Pedacinhos de nuvens caem em cima de mim
E me machucam
E eu nao sei mais onde eu estou.
Sei que faco delas meu novo chao
Minhas plumas, almofadas e espumas.
E deslizo cada vez mais pro seu lado.
Que lado sera esse?
Quando tudo corria mais uma vez bem e tranquilamente
Um estrondo aparece novamente
E eu penso em te deixar pra la.
Afinal, nao estaria deixando nada concreto...
Voce nao passa de um estrondo desconhecido.
E entao nao e mais a terra e nem o ceu que se movem
Eu mesma me estremeco e entro num labirinto sem fim
La dentro, em mim...
E nao sei se quero esperar por mais um estrondo pra fazer uma mudanca na minha vida.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Da pra entender?

Eu so quero um motivo pra escrever mais bonito
Uma tarde pra ser inesperada
Um sorriso pra soltar durante a chuva.
Na verdade nem sei o que eu quero, ou o que nao quero...
Continuar assim algumas vezes parece besteira
Daquelas bem bobas, que ta na cara o tamanho do erro.
Nao continuar assim me faz estremecer, perder o foco, cair no chao - que anda tao longe dos meus pes...
Pra que parar com tudo isso que me faz tao bem?
Pra que dizer adeus a sensacoes ineditas e amedrontantes?
Exatamente. Nao tem motivo!
Fiz um pacto com meu coracao: ele esta livre; Mas perto de voce fica na coleira.
Ta dando certo, ele nem reclama...
Desse jeito me protejo do meu pior mal: voce.
Desse jeito aproveito meu maior bem: voce.
Da pra entender?

O tal amor proprio...

Alguem ja sentiu como se estivesse procurando alguma coisa sem saber o que e?
No meio dessa busca tentamos justificar a situacao, muitas vezes aumentando o valor daquilo que ja se esgotou...
Quando eu consegui ter com outra pessoa o que so havia tido com voce, vi que nao te amava tanto assim. E sim, amava tudo que relacionei a voce.
Eu gostava de quem eu era do seu lado. De me sentir mulher, poderosa, confiante.
Eu ME amava.
E em troca de nao saber disso, nao resistia ao seu braco me envolvendo ou as suas cobrancas sem motivos. Tornava tudo isso mais pesado do que o necessario. Pedia desculpas sem ter errado...
Juntei um trilhao de emocoes em voce e quis relaciona-las ao amor. Com medo de perde-las.
Agora descobri o que eu tanto procurava: A resposta era apenas eu mesma.
Mas me diz: o que eu faco com voce? E com tudo isso que eu amo (sim, eu a-m-o), e compartilhamos num ecaixe tao perfeito?
Nao adianta, nunca temos todas as respostas na hora certa.

Indefinido

Eu nao quero que voce me ame,
se apaixone por mim ou me torne sua mulher.
Quero apenas que me justifique e faca valer a pena
os tantos anos que nos tornamos inexplicavelmente um do outro
nem sempre em forma de nos dois.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

...

Eu me perco na nao sobriedade que e estar com voce. Me perco nas palavras bobas que voce solta no meu ouvido, e que se arrastam em mim.
Nao consigo entender esse sentimento que insiste em ficar. talvez nao exista palavra pra definir, mas talvez essa palavra seja vicio...
Nao quero reviver nenhum passado mal resolvido e muito menos criar uma historia de amor. Eu queria respeito, alegria, festa, cumplicidade, calor...
Fica dificil continuar esperando se nem o minimo eu tenho como retorno.
Nao vale nada um dia de felicidade e uma semana de apreensao.
Eu queria te tornrar a minha diversao. Meu jogo dos finais de semana, minha solucao pro tedio da segunda feira cinzenta...
Nao sei se aguento mais remoer na minha cabeca o que e melhor pra mim. Nao sei se me jogo e arrisco tudo de novo, ou se TE jogo e tento, mais uma vez, perder esse vicio.
Um ponto de interrogacao aparece na minha mente toda vez que voce surge. Mil perguntas voam de um lado para o outro e eu mal consigo elabora-las, o que dira responde-las...
Voce me tira as palavras, rouba a atencao...
Nao espero que voce mude. Ja teve muito tempo pra isso acontecer e nada adiantou...
Eu espero as respostas, as mil respostas... E isso, so eu mesma vou conseguir encontrar.
Mas enquanto elas voam, so enquanto isso... porque voce nao aperece mais? Hoje e uma segunda feira, cinzenta, de tedio...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Resumo das noites

Com letras construo palavras.
Com palavras construo frases.
Com frases construo um texto.
Com um texo construo uma historia.
Com uma historia construo uma ilusao.
E nessa ilusao, todas as noites, construo voce.

domingo, 24 de outubro de 2010

Estilo femino

Mulher tem que ter estilo.
Tem que ter seu jeitinho de usar as palavras e saber pronuncia-las com o tom de voz certo, pras pessoas certas.
O estilo tem que ser so dela. E ela deve ser, primeiramente, dela mesma. So depois de algum homem.
E o estilo do homem que a agrada, nao tem que ser igual ao seu. Quase sempre nao é.
Mulher estilosa é translucida. Nem transparente e nem bloquiada.
Estilosa é aquela que sabe definir os outros (sem julgar) porque é observadora, mas jamais vai saber se definir sem precisar falar durante horas. Porem nao se enganem: ela se conhece muito bem; apenas nao se limita a meros adjetivos.
Mulher estilosa nao se preocupa em combinar. É natural.
Tem coragem de beber champange no gargalo, mas jamais bebe caninha da roca em um copo de cristal.
Mulher estilosa nao é submissa. Ela tem garra, vontade, sonhos.
Errar faz parte. Falar palavrao nao é falta de classe. E perfeicao, para elas, nao é uma neurose. E exatamente por nao serem perfeitas, sao tao perfeitas para aquelas que nao tem estilo.
Dar preferencia a qualidade, ao conforto e ao acessivel sao prioridades.
Sem forcar, sem se fazer... A mulher estilosa é varias versoes dela mesma, mas nunca outra pessoa.
O estilo feminino é essencial. Conquista, excita, inveja e assuta. Tudo junto numa perfeita balanca. E pra aquelas que se limitam as aparencias -até mesmo dos textos- vai uma obs: a balanca nao precisa ser cor de rosa com cheiro de perfume importado. Nao mesmo!
O estilo pode se definir em palavras, olhares, atitudes e objetivos. Mas nunca, nunquinha, se resumir numa roupa maravilhosa e num salto alto.
Esquecam o tempo, o planejado, o passado, o antigo, o que esta abaixo. A moda agora é o ilimitado, o incrivel o inventado.
Repito: mulher tem que ter estilo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Quando me dei conta

Um vazio
de palavras
de cores
e desamores.
Um deboche fútil.
Um olhar irônico.
E o sorriso aparecendo no inesperado...
Na verdade, não estou perdida.
Na verdade
eu simplesmente
me encontrei.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sensação

É como um buraco
cavado por mim mesma
para aconchegar e enterrar.
Entrerrar as histórias
as lágrimas e as alegrias
e aconchegar o ego sensível, que em mim se instalou.
É como rasgar um documento original
perder um anel de brilhates
ou esquecer de dizer eu te amo.
É como gritar pra dentro e não conseguir ouvir.
É um jeito desajeitado, que não tem como consertar...
Giro em torno de mim mesma
do meu sol
da minha lua
e nem tonta consigo ficar.

domingo, 29 de agosto de 2010

Dor Maior

Dor Maior,
Da falta dos sorrisos, olhares e gargalhadas, angústias corações partidos.
Dor que aperta no peito
Arde no olhar
E me rouba palavras.
Para amenizar essa dor: você.
Que às vezes me visita nos sonhos, para alegrar meu coração.
Surge na mente do nada, para espantar a desilusão.
Tem dias que me pego sozinha, deitada, com os olhos fechados.
Imaginando sua mão na minha mão ou o cheiro da sua presença.
Era tão bom saber de cor o timbre da sua voz...
Hoje em dia não sei mais se, vendada, te reconheceria ou leria seus pensamentos.
Você está tão longe... Passa por mim e não sinto nem seu vento.
A energia que tínhamos, acredito, ainda está aqui.
A esperança, a força, os desejos e os sonhos, se dividiram em dois.
Dor maior da falta...
Falta que faz e desfaz. Que aparece e some. Mas nunca vai embora.
Queria ouvir mais uma vez nossas conversas jogadas fora.
Mais um dia à toa ao seu lado.
Mais besteiras e histórias.
Um montão de segredos compartilhados...
Dor Maior é minha dor, a dor da saudade... de um melhor amigo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Independência. Eu quero uma pra viver?

Vou começar com um trecho do livro de Roberto Freire
Ame e dê vexame: “Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários.”

Brilhante.

Ainda não terminei o livro, mas posso afirmar: a idéia de que devemos nos entregar aos sentimentos e relações sem a cruel necessidade de dependência é sedutora.

Roberto Freire escreveu contos eróticos, novelas e até mesmo contos para crianças. Uma pessoa como ele tem muita história no peito e experiência nas costas, deve saber o que fala.
Já Martha Medeiros, que é mãe e filha e hábil com as palavras, diz, em um dos seus textos, que não há nada que nos dê mais segurança emocional do que contar com os outros apenas para aquilo que são insubstituíveis.

Será mesmo que não precisar dos outros é a solução?
Tem a ver com segurança emocional ou com a não necessidade de completar, quando se trata de amor?

Quem dera se conseguíssemos perceber exatamente a hora em que nos tornamos um pouquinho dependente de alguém. Seria fácil.
Mas quer saber? Talvez seja impossível ser independente, ou não querer se completar.

Ser deliciosamente desnecessário ou considerar dependência, realmente, morte já faz parte do nosso vocabulário?

E não para por aí.
Atualmente, uma das músicas e vídeo clip mais comentado é o da cantora Rihanna com o cantor Eminem, Love the way you lie (amo o jeito como você mente). Já ouviram/viram? - Eu adoro.
Um casal lindo vivendo no meio de mentiras, tapas, beijos e brigas – e gostando daquilo tudo, num hit sensacional e cenário evolvente. Duas pessoas que não conseguem se tornar duas pessoas. Um casal que ama e odeia a relação. Um relacionamento conflituoso...
São desnecessários em certo ponto de vista e super necessários em outros milhões. Lutam pela independênc total e parecem não consegui-la.

Nessa brincadeira se passaram anos e gerações. Diversas pessoas colocaram em questão a liberdade pessoal.
Muitos podem não entender como eu, vivendo na época do "prático", do sem compromisso, do neo-just in time, posso questionar a idealização da não necessidade ou dependêcia. Mas, ao meu ver, pode até ser o que estará na boca da maioria e muitas vezes vai ser o que procuramos, mas eu, euzinha, não acredito mesmo que dois amantes não desejam ser, ao menos um pouco, deliciosamente necessários.

Viver a vida de outra pessoa não torna alguém dependente e sim patético. Não defendo, nem um pouco, a dependência em forma de algemas. Logo, cairei no clichê de que a solução é o equilíbrio – mas sempre é. Então deixo aqui uma questão: O que é a independência para você, nos dias de hoje?

Terapia

Quase ninguém me entende quando eu digo que muitas vezes tenho preguiça de falar.
Sim, "preguiça de falar"! Quando acabo de acordar, quando sei que a frase vai encadear mil perguntas, quando estou de saco cheio e principalmente quando já estou ocupada demais falando comigo mesma, na minha cabeça.

“Quem cala consente”, mas quem cala também reflete.
Refletir chega a ser uma qualidade tendo em vista a quantidade de pessoas que falam sem pensar ou escutam sem ouvir.

Mas o que quase nunca costuma me acontecer é a preguiça de escrever. Basta um acontecimento estranho em um dia qualquer, uma decepção, uma alegria ou uma tristeza que lá estou eu escrevendo.
Será o frio que está me contagiando? Será que a preguiça também chegou na minha mão?

Costumo dizer que a escrita é a minha terapia.
Então não preciso mais me tratar?

Passou da hora de tirar a poeira do lápis – ou das teclas. Se já estou curada eu não sei, mas adoro viver nessa loucura constante e inconsciente. Não vou deixar a preguiça de ir à terapia me abalar e muito menos a terapeuta me dispensar!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Me chame

Quando quiser viver uma aventura, me chame.
Me chame quando cansar de saber como o dia vai terminar.
Me chame quando seu dia não tiver mais sol e quando a sua lua nunca mais estiver cheia.
Me chame quando estiver cheio dela, ou delas.
Me chame simplesmente porque gosta de dizer meu nome – eu sei que você gosta.
Me chame sem prensar duas vezes, não vai ser nada demais pra mim mesmo.
Me chame de dia, a tarde ou a noite – só não garanto que irei a qualquer hora.
Me chame com um sussurro, um suspiro ou com um berro.
Me chame se quiser dividir uma alegria ou uma vitória.
Mas não me chame pra chorar suas lágrimas, pra isso não.
Afinal, as minhas eu não pude compartilhar com você.
Me chame pra divertimento, pra gastar aquele meu tempo inútil.
Me chame, mas não espere que eu fique o dia inteiro.
Me chame quando quiser... e eu posso até ir. Provavelmente irei.
Me chame porque não agüenta mais segurar a vontade...
Me chame, mas não espere nada de mim.
Estou te dando um conselho que você devia ter me dado há tempos atrás: Não confie em mim, não mais.
Não sou mais confiável quando se trata de nós dois.
Melhor, quando se trata “de você”. “Nós dois” já não existe no meu mundo.
Mas mesmo asim me chame, e admite que nunca me esqueceu por completo.
Me chame e depois peça que eu fique. Para que, pela primeira vez, eu possa te dizer adeus.
Quando quiser viver uma aventura, me chame.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Maria Fumaça

Este texto e os dois abaixo dele foram escritos em Minas Gerais. Um tempinho de férias dos textos do mesmo estilo :)
__________

Um 60 bem redondo e amarelo, a minha esquerda, carrega lenhas mal cortadas.
O frio de lascar faz a moça sentada recolocar o seu casaco.
Estou em um tipo de locomotiva de séculos atrás...
Não só o trem em si, mas uma humilde e inteira população movida pelo calor, um calor que me queima os olhos –o de seus corações.

Um homem grita de longe
Foguetes explodem no céu cheio de nuvens –que está fora do meu campo de visão, só me permitindo ouvi-los.
O sino anuncia a partida...

O grande 60 amarelo, impresso na locomotiva quebrada a minha esquerda, se afasta aos poucos, bem lentamente.
Meus olhos se fecham num movimento involuntário por causa da luz ao sairmos do túnel.

Do lado esquerdo agora vejo o trilho, casebres... cheiro de paz.
À direita, como uma gafe, um anúncio gigante da Coca-cola.
Rapidamente me curvo para a esquerda.
É como uma versão em câmera lenta da Mountain Railroad, da Disney.

Percebo um pedacinho tímido do sol entre as nuvens cinzentas.
Aliás, me dou conta de que estou toda de cinza, inclusive as unhas.
Recebo acenos e sorrisos de crianças, adultos e idosos
Todos na rua, parados com a atração do dia e motivo maior de felicidade: Ver o trem passar.
E eu lá dentro com um sorriso amarelo, de cinza tédio, cinza triste, cinza ranzinza...
Alguém aí tem uma acetona pra me emprestar?

Vou seguindo pelos trilhos.
Sentada, unhas escondidas na manga do casaco e o coração sorrindo para o lá fora.
Pelo longo caminho da locomotiva, que carrega tanta gente para o mesmo lugar, tento achar o meu próprio lugar, aquele dentro de mim mesma. Será que ele está junto ao sentido dos pensamentos?
Rumo ao inesperado. Experiência nova simplesmente incrível, me transportei a antiga simplicidade.

Casa dos contos

Cores, conflitos, casas, carros.
Um carinho caprichado cuidadoso e criativo.
De lonje apenas traços, trecos, troços, trabalhos...
Aproxime-se e encontre-se, encante-se, encare.

Num local tão distante de toda tecnologia, onde a propaganda se limita ao boca-a-boca
O frio me envolve, aquecendo aquele momento.

O momento em que me deparei com cores, conflitos, coisas, carros.
Em quadros tão bem pintados.

A sua espera

Desce menina, desce a ladeira
Segure sua saia e olhe aonde pisa.
O balanço dos seus cabelos abraçarão o vento
E o brilho dos seus olhos me renderão um sorriso.

Desce menina, desce com calma
Aguardo aqui embaixo com rosas nas mãos.
Quando você chegar com a força de uma descida
Carregarei-te nos braços e entregarei meu coração.


Desce menina, mas não demore a chegar.
As flores que carrego me contaram:
-Uma grande chuva está por vir, por muito tempo não aguentarás esperar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cartão postal

-A unha é o cartão postal da mulher...
-O que? –Eu disse me aproximando do homem por causa do barulho alto demais da boate.
-A unha é o cartão postal da mulher!!
-Atá.

...

Naquela madrugada eu levei uma porrada no meio do cucuruto! “Como assim a UNHA pode ser o cartão postal de uma mulher?”. Mas se um homem disse, está dito.
Naquela madrugada a minha unha se encontrava num estado deplorável! Sabe quando a gente faz a unha na manicure, sem idéia alguma de cor nova e coloca aquele vinho normal que pode mudar o nome e a marca, mas ninguém nunca repara a diferença? Então, eu tinha feito a minha... Há umas 3 semanas antes desta noite!
Desastre total. Tudo estava pela metade, parecia que eu tive que economizar na acetona e cansei de tirar o esmalte com o dente de algumas unhas e deixei as outras pra depois.
Quem me conhece sabe que isso é algo extremamente raro, visto que desde que me entendo por gente gosto de cuidar das minhas unhas!
Aquele cara me derrubou num buraco, cuspiu em mim e depois ficou rindo e apontando... Sensação que eu tive.
Uma vezinha que eu deixo minhas unhas não estarem perfeitas e um idiota qualquer repara? Aposto que se eu tivesse feito no salão mais caro possível, com um esmalte Chanel e estivesse segurando uma bolsa de ouro, ele não teria dito nada.
Bom, acontece. Aconteceu comigo em 2007 e eu nunca esqueci.
Apesar de defender que as mulheres devem ser no mínimo cuidadosas e detalhistas com a sua saúde e beleza e de ter meus rituais envolvendo os mesmos, achei um absurdo aquele cara me dizer isso a troco de nada –ele nem chegou em mim depois! Será que realmente a unha é como um cartão postal? Isso me fez pensar bastante –e rir bastante também!
Fica aqui um protesto.
Milhares de esposas, namoradas, filhas, flertes e agregadas já tiveram pelo menos uma decepção ao cortar o cabelo e seus homens não repararem. Pelo menos metade dessas milhares já tentaram ficar desfilando na frente dos seus namorados e maridos até eles repararem qualquer tipo de mudança no rosto ou roupa.
E como assim um babaca tem a cara de pau de falar que logo a unha é o cartão postal de uma mulher? Se vai ser grosso pelo menos seja sincero dizendo que é a bunda (ou o peito) ou então seja romântico e diga que é a essência (ou o humor). Melhor, né?
Bom, ele até tem lá seu crédito. A frase é criativa e me rendeu ótimos pensamentos, além de que depois disso eu comecei a reparar mais nas unhas alheias: Formas, cores, tamanhos, se é de verdade ou de porcelana, etc...
Tem um pouquinho de verdade nessa afirmação, bem de leve! Mas, meu caro, nunca mais faça isso.
Podem me chamar do que for, nada me atinge. Mas se eu não te conheço deixa sua opinião sobre meu cabelo, unha e barriga beeeeem longe dos meus ouvidos.
O cartão postal dos homens (pra não dizer o olhar e cair no clichê, apesar de um tanto quanto verdadeiro) são as suas idéias e teorias próprias.
Pena que um homem só mostre seu cartão postal depois de um tempo. Não tem como saber só olhando... Tirando as exceções...
Se nosso cartão for mesmo a unha, pobre dos homens com a quantidade de susto que irão tomar.
Até quando nosso cartão postal vai ser visto tão fácil assim? Quando será que para eles não bastará avaliar de cima a baixo?
Repito: O cartão postal dos homens, pra mim, só aparece depois de um tempo.
Questiono: Você, mulher, quer que o seu seja tão fácil assim de se perceber?

Saber dizer, querer ouvir.

Nem escrever poesias e textos eu consigo mais
Por que?
Me liga de novo...
Aliás, fala comigo no msn de novo
Toda hora eu quero te ligar
Pego o celular, coloco no seu número e não consigo nem mandar uma mensagem... Por que?
Porque é errado
Porque dizem que é errado.
Porque é verdadeiro
Porque é real demais.
Mas, perai...
Com você eu posso ser transparente, né?
Então, vamos lá...-melhor acordar arrependida de ter dito do que engolir sapo!
Eu to com saudades.
Quero conversar, rir, me sentir a vontade
Acho que tudo ocorre no tempo certo, claro
Mas também acho que ta na hora de fazer acontecer
Um dos lados tem que se mexer alguma hora...
Eu queria muito que partisse de você
Queria que quando voce me procurasse eu estivesse tendo um caso que te enlouquecesse de ciúmes
Queria que voce ficasse me ligando noite e dia
Queria que não pensasse mais nela
Queria que pensasse mais em mim
Queria entrar no msn e ver sua janelinha subindo igual era naquela época
Queria acreditar que meu celular ia tocar na pior hora do meu dia, pra me alegrar
Queria que tudo estivesse sendo diferente,
Mas não queria que nada tivesse sido diferente do que foi –ou quase nada.
Aliás, você não foi nada, mas significou tudo.
Há quem diga que sou louca, que confundo as coisas
Posso ser louca e confundir as coisas, e daí? EU POSSO.
Pra mim voce foi importante e ponto final.
Pra mim o final foi só uma virgula...
Porque nunca acabou na verdade.
Nem todos os relacionamentos precisam ser iguais
Nem todos os casos precisam ser de novela ou romances hollywodianos
Nosso caso é assim, é meu caso sem fim.

Os homens sabem o que querem dizer, as mulheres sabem o que querem ouvir.

Você diz e não volta atrás, seilá se algum dia ainda vai voltar...
Diz com certeza, disse com convicção.
Reaparece sem medo de julgamento, de impacto. Reaparece porque sabe o que dizer.
Eu não.
Eu fico mal porque não ouvi exatamente o que queria
Só me convenço quando ouço frases perfeitas
Sei tim tim por tim tim o que quero que saia da sua boca.
Mas não faço sair.
Ta na hora de mudar essa rotina? Vamos ver até quando a boa transparência não se confunde apenas com a nudez bem vinda, vamos ver até quando os ditados que dizem que as mulheres têm que fazer joguinhos e serem manipuladoras acerta.
Talvez seja tudo verdade e eu deva engolir, mais uma vez, essas palavras que gritam dentro de mim.
Mas talvez não, talvez eu deva fazer a transparência vencer.
No final das contas o que eu não descubro é como você sempre está no meu pensamento... Mesmo não estando nunca nos meus dias.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dois em Um

Algumas vezes o subconsciente se tranforma em uma real personalidade. Esta caminha com seus pés, fala pela sua boca e respira pelo seu nariz.
Não espere que a donça chegue para se aquetar e nem que os ossos quebrem e te impessam de pular bem alto, te prendendo ao chão. Controle seu subconsciente para ele se tornar uma personalidade boa.
Se ocupe sozinho. Saiba aproveitar, também, os momentos tranquilos.
Preocupação? Só com o agora.
Ser feliz em companhia é ótimo, mas aprender a lidar com a solidão sem torná-la dramática é um dom.
Lembre-se, pode-se estar totalmente sozinho no meio de uma multidão, é só adicionar um drama.
Faça seu subconsciente te levar para o lado certo. Você pode.

domingo, 11 de julho de 2010

Manhã dançante

A cortina translúcida da janela se abre. É o vento frio que corre...
O sol acorda a menina com a luz que invade o quarto.
O balanço da cortina dança livremente no mesmo ritmo dos cachos macios, imperfeitos e dourados -ainda esparramados pelo travesseiro.

Pés quentes no chão frio.

O barulho da obra ao lado -que originará na perda de uma vista que tornaria esta poesia ainda mais bela, dá um som heavy à dança tão suave que acontecia por ali...

A mulher se levanta.
O sonho acabou.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Upandown

Decidida a criar um álbum enorme com todas as fotos antigas de distintas épocas e grupos de amizades para nunca esquece-los, precisei mexer na segunda gaveta da minha escrivaninha, onde guardo todas as fotos.
Aberta a gaveta, dei de cara com um caderno. O caderno. Aquele com memórias de um amor infantil, do primeiro amor.
Não conti a minha curiosidade de relembrá-lo e o abri.
De dentro dele cairam fotos, cartas, palavras, cores e cheiros. Uma sensação de fumaça colorida ao meu redor, misturada com pontadas agudas de saudade.
Como já era de se esperar, visto que era um fim de tarde amarelo rosado de tédio, passei os olhos por todo o caderno, do início ao fim.
Só para constar, o tal caderno foi feito por mim, com tudo que se pode chamar de lembranças de um suposto amor. Era para ser um presente, que acabou ficando para mim mesma.
Enfim, continuei com as fotos.
Tratei de separá-las por data -aproveitando para rir um pouco de algumas, rasgar outras, juntei tudo e adicionei um longo suspiro.

Gaveta fechada.

Não preciso colocar em ordem aquilo que já aconteceu e já se foi, até porque ordem foi o que menos foi preciso em meio a todos aqueles momentos e acontecidos.
Não preciso organizar tudo num álbum bonito e colorido, pensando no quanto ficarei feliz um dia lendo e rezando para só me lembrar das coisas boas.
Não preciso deixar O Caderno escondido no fundo de alguma gaveta, com medo de lê-lo e me achar uma boba.
Não preciso ter medo do que vivi, não preciso organizar o passado. Não agora, não agora que devo me preocupar com o presente.

Dói ver fotos de abraços que hoje resultariam em porrada. Soa como uma verdadeira porrada, um nocalte no coração -no meio do estômago.
Aqueles que eram seus amigos e se foram, se afastaram, te magoaram, se magoaram... são irreconhecíveis, ou apenas distantes, ou muito atarefados, ou em outra dimensão...
Do primeiro amor não temos que temer. É sempre o mais puro, independente da idade que tenha ocorrido. Lembrá-lo as vezes não faz mal. Desenterrá-lo, algumas vezes, sim.

Chega de reclamar que pela primeira vez não posso ter tudo exatamente como eu quero ou de me sentir aguniada por não poder comprar mais tudo que vejo pela frente.
Não quero crescer igual Paris Hilton que até o fim da sua adolescencia achava que todos viviam em mansões.
Alguma hora a criança mimada ia ter que crescer. Alguma hora o motorista não estaria mais lá, o quarto não iria se arrumar num piscar de olhos...

Nem sempre se está por cima. A vida é como um elevador: Sobe e desce.
Uns tiram vantagem disso, outros de perdem, se fazem...
Ninguém é, em todo momento da vida, a mais bonita, a mais desejada, a mais feliz.
Nem sempre suas histórias vão ser as melhores. É assim que a banda toca. Não é ruim, é viver.

"A chuva só vem quando tem que molhar", já dizia o pagode...
A gaveta não vai desaparecer. Quando eu estiver em ordem com o agora, vai ser a melhor hora de organizá-la.
Nada de preguiça e muito menos de reclamações fúteis e exageradas!
Algo muito bom e grandioso está reservado para mim. Me dei conta disso e em breve acontecerá.

domingo, 4 de julho de 2010

Inspiração

Tentei começar um texto e só me vinham palavras que não são concretas. Pensei em assuntos e só me vinham os mal resolvidos. Busquei memórias e só vinham as preto e brancas. Resolvi escrever do futuro, mas vi que o passado está presente nele.
Ai, que estranha eu sou!
Algumas horas eu acho que complico o que já está descomplicado, que bagunço o que acabei de arrumar...
Olha eu de novo com as reticencias e multiplas interpretações...
Mas deixa pra lá! Me entenda quem quiser.
A inspiração nem sempre aparece. Por isso não quero depender da escrita para viver, quero sempre tê-la como uma visita ao meu dia, a minha noite, ao meu eu.
Escrever por pressão deve ser muito ruim.
Por exemplo, eu agora estou sem idéia alguma do que dizer. Mas as palavras soam doce -eu espero, porque vem de dentro e não de fora. Vem de mim e acabam em mim. Não surgem de chefes e acabam em salário.
Admiro os escritores, os jornalistas, os roteiristas, os compositores (...) Mas eu dependo da inspiração. Da cor inédita. Ma mistura caseira. Do dom que as vezes desaparece para aparecer mais potente...
Não abro mão das minhas reticencias e adoro dar sentido vago as frases. Frasem serão lidas, logo, interpretadas.
Interprete tudo como quiser!
Afinal, você vai ler com seus olhos e ouvir dentro de você mesma.
Estou sem inspiração nova. A antiga me cansou de tanto se repetir. Boa noite e até quando uma nova visita, dentro (ou fora) de mim, surgir.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Grande demais

Hoje precisei ir de metro para a faculdade, coisa que odeio fazer!
Na hora de ir e voltar da aula, os vagões estão sempre lotados e eu fico esmagada no meio de milhares de pessoas estranhas que não se falam e muitas vezes nem se respeitam.
Hoje foi diferente. Sai de casa mais tarde e peguei o vagão vazio.
Sentei logo de cara e comecei a reparar em volta...
Tres pessoas diferentes sentaram na cadeira em frente a minha, nenhuma delas pediu licença para sentar ou arriscou um “boa tarde” e mal olhavam para cima, sempre cabisbaixas.
O quarto a se sentar na mesma cadeira, era um senhor. Atrapalhado e com aparecia de cansaço, pediu licença para sentar-se e manteve seu olhar para cima, observando tudo.
Atras de sua camisa, estava escrito em inglês “Nada é grande demais para nós, se estivermos juntos” , a frase acompanhava um desenho de um bote com algumas pessoas e uma onda bem grande na direção de todos.
Lógico que o humor e a educação deste homem não tem relação com a camisa que escolheu para usar naquele dia, mas muito ela pôde me dizer.
Eu estava atrasada, atolada, enrolada e outras várias palavras que poderiam ser acrescentadas aqui. Ao ler esta frase, lembrei que havia passado a madrugada do dia aterior em claro, preparando os presentes da minha melhor amiga e estudando para que me restasse tempo na manhã do dia que ia nascer para visita-la com um café da manhã surpresa.
Me empolguei tanto pensando no quanto ela iria gostar das minhas surpresas, que fui dormir depois das seis horas da manhã. Conclusão: Não consegui acordar nem para estudar e muito menos para fazer a visita que eu tanto queria.
daí se deu o meu dia; Meu atrasada, atrapalhada, atolada...
Até aquele momento eu estava tensa, mas depois pensei: Ontem eu poderia priorizar tantas coisas importantes, se escolhi a felicidade da minha melhor amiga não foi a toa, vou até o fim.
Respirei fundo e desci do vagão. Ameacei olhar no rosto do homem antes de sair, para lhe passar um ar de agradecimento, mas não consegui...
Cheguei na faculdade menos tensa, quase deu tudo certo na apresentação do meu trabalho e meu humor se manteve agradável.
Mesmo com raiva de não ter conseguido dar a ela tudo o que eu queria no dia certo, não desanimei e fui ao seu encontro dar o melhor presente que eu poderia, o mesmo que eu recebo dela todos os dias: Meu sorriso, meu abraço.
(Calma, vai ter presente também, fica tranquila, ok?)
Realmente nada é grande demais para nós duas.
Nenhum sentimento bom é grande demais que não caiba na nossa relação.
Nenhum desentendimento é grande demais que acabe com a nossa amizade.
Nenhuma onda gigante nos derrubou até hoje e nem vai nos derrubar!
Hoje minha melhor amiga completa dezoito anos (até que enfim!).
Dezoito anos de confiança, família, amigos, amor, saúde, altos, baixos, estudos, risos, sorrisos, choros, decepções, aprendizados, amores, paixões, objetivos, metas, vitórias, perdas, machucados, cosquinhas, calos, roxos, dietas e chocolate.
Dezoito anos completados, hoje, por uma menina tão mulher.
Eu não tenho como presentea-la com tudo aquilo que ela merece e nem dizer a ela todas as palavras que eu gostaria de dizer.
Nesse dia que é tão importante pra mim, desejo a ela um milhão de coisas boas e que esses longos anos se tripliquem ao meu lado, rumo a eternidade da nossa amizade.
A essencia, vou dizer só a ela.
Mas não poderia faltar uma homenagem clichê.
Mais uma página inteirinha dedicada a ela, A amiga, a irmã.
Mais um dia ultrapassando meus limites para ve-la sorrir, mais uma vez deixando de estudar por causa da prova do dia seguinte do seu aniversário...
Não tem mais nem o que dizer... ELA É ELA E HOJE É O GRANDE DIA!
Parabéns pelos dezoitões, melhor amiga. Você é tudo pra mim. Não muda nunca. Grande demais para nós duas não existe! =)
TE AMO.

sábado, 26 de junho de 2010

Ressaca

O sol ultrapassa o insulfilm e a cortina na janela. O tapa-olho está no chão, junto com o travesseiro e o lençol. O edredom branco e fofo cobre todo o seu corpo -e seu rosto, e a luz começa a encomodar...
Devagarinho, abrindo os olhos, ela se espreguiça e fica descobreta.
Ao sentar na cama ri sozinha, lembrando de como foi bom estar feliz ontem o dia inteiro. Ri da felicidade que é abrir a porta da sua casa para aqueles que chegam pra ficar e só vão embora depois que o sono chega.
Ela realmente está rindo sozinha.
Sem dor de cabeça, sem mal estar, sem olhos inchados e cabelos cheios de nó.
A ressaca dela é de cansaço físico. Cansaço por ser feliz demais.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

De novo, não!

Não sei se quero tudo isso de novo. Não sei se confio na minha bolha protetora, se quero que ele a fure novamente...
Eu tinha esquecido que não o esqueci totalmente e tenho medo do quanto isso possa me machucar.
Posso ainda não ter aprendido a não me empolgar por ele, mas com certeza já aprendi a me desapegar.
Hoje eu quero ficar só comigo mesma!
Não adianta mais morder e assoprar, as mordidas dele já não deixam mais marcas. Já me acostumei com a decepção e cansei de esperar para ser surpreendida.
Ele que me perdoe, mas dessa vez eu não vou tirar os pés do chão. Voar por ele, nunca mais.
Daqui a pouco estou descendo da meia ponta... Se ele chegar tarde, tchau.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O torto e o reto ou o torto é o correto?

Deus escreve certo por linhas tortas. Sim, mas o que seriam essas linhas tortas?
Linhas retas mantém um texto em ordem, linhas curvas o embalam como uma onda... e linhas tortas?
Bom, as linhas tortas desorganizam e nos pegam de surpresa. São consequencias da pressa, de um susto, da falta de uma palavra que deixa um buraco, da palavra perdida sendo achada e não cabendo mais no seu aintigo espaço, de emendas...
É como na vida. É como viver.
Na pressa, deixamos escapar algumas oportunidades, não reparamos o óbvio e esquecemos de passar alguma parte da maquiagem, por exemplo.
Num susto, soltamos palavrões.
Com a perda de pessoas queridas, sentimos saudades.
Quando a perda não se trata de morte e sim de afastamento, muitas vezes aqueles que se prederam por aí não são mais reconhecidos. Não cabem mais no espaço que antes ocupavam e nem nos fazem mais falta.
Não podemos esquecer daquelas viagens expontâneas, encontros sem data marcada, ações inesperadas e reaparições.
É a vida. É viver.
Deus escreve certo por linhas tortas. Na hora pode ser péssimo, mas é surreal como no fim das contas o torto é muito mais correto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dias inúteis

Quem nunca teve um dia inútil? Daqueles em que se dorme até as quatro horas da tarde, acorda sem fome e com mais sono do que quando foi dormir?!
De vez em quando acontece!
Não é preciso um dia nublado, pingos de chuva na janela e programação de domingo na TV para tornar um dia assim.
A ressaca de um sábado, os olhos inchados de uma semana ruim e o pote vazio de sorvete não precisam ter existido para um dia se invalidar.
Basta a preguiça bater, o frio desanimar ou simplesmente estar passando maratona de Friends, Sex And The City ou Two And a Half Man.

Algumas outras vezes o dia apenas começa assim, mas termina diferente.
Digamos, por exemplo, que a validade para um certo dia ser inválido é até as 2h da manhã.
Depois disso a inspiração bate.
Os livros seriam devorados no lugar de potes de sorvete e o guarda-chuvas usado para ir ao encontro da pessoa amada. Acontece também...
Não se entregue de primeira a um dia inválido. Quem já começa o dia procurando a validade dele é porque a teme. Não tema!

É tão bom escrever o roteiro da vida enquanto se vive... Você não tem idéia! Ecrever pra frente é não ler o agora.
Me surpreenda. Me engane. Apareça do nada. Chegue devagar. Rasgue minha armadura. Exploda minha raiva.
Roteiro pra que? Validade existe pra isso. Um dia tudo tem fim ou no mínimo perde a graça.

Quero

Eu quero um amor que me tire do sério
Quero uma paixão que me traga loucuras
Quero um caso que me dê frio na barriga
Quero uma noite inesquecível
Quero frases ousadas
Quero palavras sinceras
Quero gosto de chocolate
Quero música de musical
Quero um funk
Quero ver tudo rosa estrelado
Quero que me levem pro céu
Quero chorar um pouquinho
Quero enroscar a perna
Quero brigar e reclamar
Eu quero um monte de casos
juntos em um só.
Sou menina de sentimentos e sou mulher de seguranças.
Um dia eu quero ter tudo isso num só laço.
Um dia eu quero um laço bem grande e vermelho, um café da manhã na cama, uma rosa perfumada, um pôr do sol em plena segunda feira...
Resolvi admitir que sou adepta a tudo isso, mesmo não querendo me adaptar a isso tudo, agora.
Sou romântica moderna. Amo meus casos, mas caso um amor queira ser meu, vou me dar por inteira.

domingo, 13 de junho de 2010

Aquele diazinho...

Vamos dizer que passar o dia dos namorados enchendo a pança de fondue e falando sobre os casos amorosos do passado com as amigas não é o que toda menina pré-adolescente imagina para si, quando pensa em seu futuro. Claro que não. Mas assim se passou a minha noite do dia 12 de junho de 2010.
Não preciso de um homem dizendo o que eu quero ouvir para me sentir completa e muito menos de um orgasmo durante a madrugada para me sentir desejada ou desejo.
(...)
Não?! Tá, vai... Nesse diazinho infernal que existe para o comercio lucrar e para os apaixonados desfilarem por ai o seus amores ardentes e apaixonados, bem que eu podia ter isso tudo!
A minha vontade de viver todo esse momento atual da minha vida até a última gota e descobrir cada vez mais as zilhões de maneiras de ser feliz, estão tomando conta de todo o meu tempo.
Preguiça só existe na hora de ir dormir.
Pra que dormir? Quando o sono começa a bater os pensamentos fazem uma reviravolta em minha mente e é a melhor hora de escrever e perder o sono...
Mas voltanto aquela datazinha de ontem, então... Mais uma vez ela passou por mim, literalmente passou. Como um vento bem gelado que balança fio por fio dos meus cabelos e deixa a pontinha do nariz congelando.
Haja casaco pra me aquecer... Haja comida pra aumentar as calorias e energias do meu corpo. Haja chocolate, banana e morango (e não do jeito criativo, claro).
Claro porque sou apenas eu e eu neste dia. Eu mesma e todas as personagens da minha vida que interpretei. Eu e meus casos e acasos. Meus choros, minhas risadas, meus assutos mal resolvidos.
Eu e minhas amigas na sala rindo até a barriga ficar dura de tanto doer!
Preciso de mais? Não. Naquele momento não.
Passar essa data anualmente assim não me deixa triste, mas no dia seguinte a história já é outra.
Aliás, devia existir uma "TPDN" tensão pós dia dos namorados...
Nossa, quando eu acordo com o meu estômago do tamanho do monte everest e vou almoçar no shopping e vejo aquela imensa quantidade de casais tomando café da manhã após uma provavel pseudo (ou não) perfeita noite, me dá náuseas.
"Acorda, minha filha... Tá na hora de arrumar um namorado nem que só pra no ano que vem não passar por isso, né?"
E ai a coisa fica preta.
Mais comida (ênfase aos doces...), álcool e qualquer outra coisa que te deixe mais triste. Sim, porque invés de nós, mulheres, quando estamos na TPM ou TPDN procurarmos algo para nos animarmos... Não! A gente se recolhe num canto isolado e frio com muitos dvd's românticos, músicas americanas ou pagodes tristes e recorremos (no caso das menos dramáticas) as melhores amigas.
É, desse dia não tem como fugir... Bom, pelo menos é assim comigo.
Você pode estar pensando que eu sou mais uma solteira patética que não teve uma grande história de amor ou uma encalhada que nunca se perdeu para uma paixão daquelas que são como uma luta livre nas nuves...
Você pode até estar pensando isso tudo, mas está errado!
Não posso ousar reclamar dos meus amores, das paixões e de nada que vivi até hoje. Nós crescemos errando, vivendo, mergulhando de cabeça, se decepcionando... To errada? Experiência, baby. Mulher nenhuma se torna experiênte e interessante vivendo num conto de fadas ou presas em seus medos de não arriscar.
Então, aqui estou eu. Passei por mais uma TPDN, muito bem por sinal.
Aqui estou eu feliz da vida. Sem calo no meu pé, sem peso nas costas e sem dor de cotovelo.
Quando for pra sair desse estágio, vou estar mais do que bem preparada para aquela datazinha (e para a vida ue ela trará anexada).
O comercio que me desculpe, mas não existe data para fazer os namorados entrarem no auge do seu amor e nem data para as solteiras se sentirem sozinhas, isoladas ou festejarem sua liberdade.
Casal ama todo dia sem precisar dizer com palavras e presentes. Mulheres solteiras estão sempre soltas, mas nunca sempre sozinhas e nenhuma datazinha vai coloca-las para baixo.
feliz dia dos namorados atrasado e parabéns, àquelas da categoria, por passarem por mais uma TPDN.
Façam jus as pré-adolescentes que foram e continuem sua jornada vivendo sem olhar pra trás, sem pressão e nem vontade de driblar o tempo.
Todo dia é dia de comemorar, seja lá da maneira que for!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Eu posso

Hoje eu me dei conta de que, infelizmente, eu preciso ouvir pessoas específicas para acreditar em certas verdades dentro de mim. Só funciono assim!
Não adianta dizer que eu fico melhor de azul marinho quando eu prefiro um verde limão!
Ceta vez me disseram para ser menos direta, menos clara e objetiva apenas para o meu próprio entendimento. Foi quando me despertaram um novo desafio: O desafio de ultrapassar meus limites.
Ultrapassei. Uma, duas, três, várias vezes...
Hoje a multa chegou aqui em casa. O preço dela? Não teve preço.
Descobrir que eu realmente fico melhor de verde limão, foi incrível!
Usar azul marinho por um tempo foi bom, fez o verde limão parecer mais interessante! Deu saudade do meu verdinho...
Claro que quem me deu aquele conselho só queria me ver crescer. O que essa pessoa não sabia era que eu já estava grande o suficiente para me definir (na verdade, nem eu sabia disso).
Hoje eu sei.
Hoje é dia de perder o pudor. Todo dia é!
Vivo escrevendo sobre não perder a essencia, de não se importar com o que os outros vão pensar e esqueço de reler o que escrevi.
Hoje essa pessoinha específica me deu um susto, puxou meu tapete e me estendeu um novo: Vermelho, comprido... Só meu!
Não espere alguém fazer o mesmo por você! Acredite que já sabe sim quem você é. Começe procurando pelo o que você quer... É uma dica!
Meu verdinho nunca vai sair da minha moda. De vez em quando eu me arrisco em novos tons, mas meu verde, meu limão, meu fluorescente... Ninguém torna brega!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Caindo na (nova) rotina

O sol não reflete mais no mesmo caminho, pela manhã.
A porta que entro, não é a mesma de antes.
Rostos diferentes, muito mais rostos em volta.
As palavras que absorvo são de assuntos diferentes. Assuntos que me interessam.
As palavras que voam, que fazem cosquinha, que soam como música e que pesam toneladas, não saem das mesmas bocas.
O dia acaba mais tarde.
Na verdade, o dia tem começado mais tarde...
Conceitos passaram a ser diferentes e pessoais.
Uma nova rotina tão grande e diferente, que tenderia a me fazer de coadjuvante e ficar perdida, agiu o contrário.
Aquela imensidão me fez destacar dentro de mim mesma a minha essencia.
Tantos estilos, pensamentos, corações, ações... tantos rostos diferentes.
E eu ali...
Em tão pouco tempo a nova porta, o novo caminho e as tão inovadoras palavras tomaram conta de mim.
Num embalo, numa remix, num estalar de dedos eu me recompuz.
Bem ali no meio daquilo tudo, eu consegui decolar de pés no chão.
Tudo novo, de novo.
A rotina mudou...
(...)
O que não muda é o que sempre foi bom.
Não abro mão dos poucos rostos que reconheço com um toque.
Não deixo de saber de olhos fechados o antigo caminho.
Mas a rotina mudou...
E quando eu disse que isso é ruim?

Inspiração

Quero falar mais, quero explicar menos...
Uma vez me disseram que nossas feridas devem servir de mistério, que os interessados e merecedores a descobrirão algum dia.
Mas também me disseram que dá vontade dividi-las com o mundo...
Tudo verdade, muita verdade.
Minhas feridas, passadas feridas...
Tão escondidas lá no fundo, quase não as vejo mais.
Elas já não doem, não despertam interesse.
Será que elas sumiram de vez?
Não.
Não, porque de vez em quando dói, de vez em quando sinto uma pontada bem forte.
Quero falar mais, botar pra fora.
Tem aguém querendo me ouvir?
Sou mistério, não deixo de ser.
Limito confissões e suspiros à alguns...
Mas quando será que alguém vai se limitar a mim?
Minhas feridas deixaram cicatrizes, que se aliaram a mim e minha nova "eu".
Satisfaz saber que elas ajudam os mais queridos a aprenderem com meus erros.
Satisfaz saber que elas andam tão despercebidas.
Satisfaz fechar os olhos, lembrar de tudo e ver que valeu a pena.
Um dia esse mistério confuso vai acabar e misteriosamente eu não vou precisar mudar.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Informalmente informando

Vi, semana passada, um filme que já saiu de cartaz ha muito tempo. O filme mais caro para ser produzido. Um filme muito bem divulgado. O filme!
O filme que eu ainda não tinha visto por julgar pela aparência, pelos antecedentes do mesmo gênero e por preguiça.
Nossa, aquele filme mexeu comigo. Mexeu comigo de uma forma muito diferente...
Avatar.
Acho que quase o mundo inteiro já deve ter visto, então dispensarei comentários e, para aqueles que ainda não assistiram, fica só o conselho.
Falei desse filme porque muitas coisas se passaram na minha cabeça esses dias...
Hoje dei um tempo em drama e poesias, minha intenção é ser bem clara e direta. É continuar escrevendo por mim, mas não só para mim, e também pelos outros.
Acho que cada vez mais (posso dizer a cada minuto?) nós crescemos.
É incrível como conseguimos descobrir, reviver e se informar apenas com o som do nosso silêncio.
Sentada numa mesa com amigas, consigo reparar quantas mil vezes histórias quase iguais se repetem com pessoas tão diferentes em épocas diversas da vida de cada um... Não importa se você tem melhores amigos ou se tem uma auto estima de invejar, só nos conformamos e percebemos várias coisas ouvindo experiências alheias.

Homens... (claro, sempre eles). Homens, homem. Nosso homem é 'O' homem de nossas vidas por pelo menos algum momento enquanto estamos com ele, em meio a tantos outros por aí... Nosso homem é aquele que colocamos no pedestal, que comparamos a perfeição (não neguem, mesmo sem querer quase todas fazem isso), aquele que ocupa 80% do nosso pensamento, aquele único que pode fazer nossas vontades... É, aquele.
Aquele filho da puta que pelo menos uma vez vai te fazer chorar, nem que a tristeza não dure nem um dia. vai te fazer não dormir, nem que apenas por uma noite, vai trazer conflitos, olheiras, somatização, tpm³ e por aí vai...
Cadê a perfeição? É filha, ela não existe... Aposto que alguém já tinha te avisado isso.

Seja lá de qual signo for, mulher é totalmente diferente de homem na hora de pensar em relacionamentos. Então, jamais aconselhe uma amiga dizendo "faz pensando no que você queria que ele fizesse se fosse o contrário." NÃO. não faça isso!
Assunto de mesa de bar. Cerveja gelada, gargalhada e cada um no seu silêncio anotando as mil persepções, no pensamento, que usarão dali pra frente...
Estranho, né? todo mundo aconselha todo mundo... Sempre tem alguém que diz que te entende, que já viveu aquilo tudo (e realmente sempre vai ter alguém, por mais que você ache que está sozinha nessa categoria) mas, vem cá... Na prática a teoria é sempre outra. To errada? Não adianta nada falar e falar, no fim das contas, só as fracas vão ouvir e deixar de lado a personalidade.

De novo, não importa o signo, classe social, cor ou religião. Um dramazinho é sempre bem visto pelo lado feminino, um desprezo no início, uma procurada excessiva na hora certa e todo aquele resto padrão.
E os idiotas, onde entram? Bom, não literalmente... teoricamente... mas vou mudar a minha pergunta: E os pseudo perfeitinhos, por onde eles saem? Também queria saber... Nunca vi assunto não acabar nunca -tão ao pé da letra dessa frase. Nunca vi pelo menos uma vez ao dia falar deles... Os filhas da puta a quem tanto xingamos, são essenciais e nós amamos isso tudo (as lésbicas que me descupem, mas eu não os dispenso)

É clichê falar, mas pensa bem... É bom ter assunto pra contar, histórias pra dividir (sejam micos, dramas, erros, segredos) e lágrimas para chorar.
Quem não tem nada disso, pode ter certeza, chora por outros motivos e tem lá seus problemas... Então, até nossos "problemas" se resumirem a eles, ótimo. Agradeça. Agradeça a sua idade, as suas amizades, o seu corpo e a sua memória... Depois, minha cara, isso é que vai te incomodar e aí vamos saber BEM dizer por onde tudo sai e onde acaba.
Mas o amoródio (juntei. Eles se revezam tanto pelo mesmo sentido mesmo...) sempre vai estar com a gente, não tem gravidade que deixe cair, neurônio que morra ou distância que separe... Sempre vai ter um homem, entre os homens que você vai cativar.

Falar pra mulher relaxar quando ela tá tensa é foda, mas é o mais certo. Então relaxa, relaxa que tudo passa e no fundo no fundo, você adora ver passar que eu sei!

E o avatar o que tem a ver com isso? bom o avatar tabém ama, também chora, também morre e, claro, a avatar fêmea se ferra pelo avatar macho num momento do filme ("comprovando" que mesmo fora do planeta isso sempre acontece).
Mas independente disso (independente da união macho e fêmea), no planeta deles, com tantas diversidades e ciclos naturais, foi possível uma união linda que gerou tamanha força para defender o que todos ali queriam, que era o mesmo: A vida.
Não a vida em si, a essencia dela, a parte imaterial, a fé, a tradição mundial.
Mas Não vou contar mais nada, eu tinha dito que só iria aconselhar os outros a assistirem...

A semelhança é essa, não dá pra fugir de certas coisas, mas dá pra amenizar e evitar outras, só observando.
O mundo ta aí. 2012 chegando, a barriga tá cansada de empurrar... Eu deixo, então, um pedido a vocês: Escutem com mais atenção a aula maravilhosa que o silêncio pode proporcionar algumas horas...
E mulheres, escutem suas vontades, sem exageros de conselhos e sem exageros de dramas e explicações. O fim do Avatar eu não conto de jeito nenhum, mas onde existe briga existe reconciliação, onde existe morte existe vida e quando uma coisa acaba, outra já já vai começar... Em qualquer mundo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A casa

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto, não tinha nada.
Quase ninguém sabia
Mas ele a vangloriava.

Ninguém queria entrar nela não
Porque na casa não tinha chão.
Não dava nem pra pensar em rede
Paisagem aberta, mas excesso de verde.

Os olhos dele que ha pouco brilhavam
se afogaram em lembranças que se menosprezavam.

De um lado, vidros no chão.
Em contrapartida, cheiro de festas que ocorriam no salão.
Do outro a piscina turva.
Mas ele ainda estava fissurado.

Como lembranças podem se tornar tristes por causa de imagens? Como pode? Não pode.

Ele, então, segue casa a dentro.
Mais lembranças, mais momentos.

Indignado com tanto pó, tanto mato, tanto rato
Parou segundos para voltar décadas e reviver cada fato.

Ali estava seu pai, sentado na rede.
Havia rede, havia parede.
Alia estavam seus irmãos fazendo pipi, porque pinico havia ali.
Ali estavam suas irmãs na varanda, havia o teto que sonhos abrigava.
Ela era feita com muito esmero, era onde ele dormia e com sua mãe sonhava.

Na vista o mar, o oceano, o infinito... Uma explosão de sentimentos e sentidos em um mundo completamente natural.
Por uns minutos ele volta ao tempo real.

A sua frente a ponte, que na outra época não existia.
A sua frente a sua mulher, a sua filha.

Fecha os olhos, de novo brilhando, cheiro de futebol, de gargalhadas e segredos...

Ai ele se lembra de naquele lugar ter feito os primeiros traços de seu presente, de seu futuro.

Abrindo lentamente os olhos, caminha de volta ao seu presente.
Num suspiro longo e profundo ele pensa, quieto, em sua mente:
"é uma casa muito engraçada, não tem mais teto, não tem mais nada. Não quero mais voltar aqui não, porque não quero perder meu chão. Hoje eu tenho minhas próprias paredes, agora posso descansar na rede. Lembranças boas embora não irão, eu as tenho guardadas em meu coração. Ela foi feita sem rancor nenhum, na rua dos sonhos, numero vinte e um."

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Minha madrugada

Minha madrugada é longa
com ponteiros barulhentos no relógio e copo de água na cabeceira.

Minha madrugada é longa
com idéias na cabeça e cansaço nos pés.

Minha madrugada é longa
com pijama quente, coque no cabelo -e a tv ligada não me deixa pensar.

Minha madrugada é longa
tenho que acordar amanhã bem cedo, mas só funciono realmente bem após o meio dia.

Minha madrugada é longa
uma época tão livre e planos tão presos a você.

Minha madrugada é longa
Sem insônia e nem sindromes, apenas sem vontade de dormir.

Minha madrugada é longa
De noite eu quero um drink, mas a tarde eu quero seu abraço.

Minha madrugada é longa
To cansada de aconselhar, ouvir e solucionar. To feliz sem problemas, mas to começando a me encomodar.

Minha madrugada é longa
o relógio não pára de rodar, minha cabeça não roda, mas está rodeada de tantos pensamentos.

Minha madrugada é longa
tirei o óculos de grau, não quero enxergar tudo como é. Nem tudo é como eu quero que seja...

Minha madrugada é longa
numa roda de amigos eu escolho só alguns poucos para brincar de realidade.

Minha madrugada é longa
um sonho me espera. Um pesadelo talvez, um conto de fadas, um suspense ou uma ficção...

Minha madrugada é longa
não vejo mais o que não quero ver, to em paz, to realizada.

Minha madrugada é longa
Queria você só as as vezes, em segredo, sem valer nada, só pra completar.

Minha madrugada é longa.

É melhor eu acabar por aqui, daqui a pouco vira dia e quando o dia é longo, os pensamentos são outros.

domingo, 30 de maio de 2010

Balança: Múmia e museu.

Se eu pudesse reviver minha vida?
Se eu pudesse revive-la eu não ficaria com medo de andar de bicileta a noite, por causa dos morcegos.
Não rasgaria as cartinhas de amor de um menino desamparado e apaixonado.
Não engoliria um choro daqueles de berrar e tremer, por simples vergonha de ser criança e chorar na frente dos outros.
Eu jamais deixaria de ir na Sheikra, na Disney.
Não deixaria de ir a piscina porque estava um pouco gordinha. (eu não acreditaria se alguém me disesse que eu olharia as fotos desta época e me acharia tão magra).
Eu iria deixar de ser boba e não experimentar a famosa chapinha, eu iria apenas acreditar no espelho e nos meus pais e ver o quanto meu cabelo era lindo (e nunca mais iria voltar a ser).
Não deixaria de fazer as mechas loiras, vermelhas e rosas, quando criança, mas jamais pintaria meu cabelo com mechas californianas e reclamaria do seu volume.
Minhas unhas? eu ia deixá-las grandes só depois dois 16 anos, até lá eu ia sujá-las bastante e pintá-las uma de cada cor (eu nunca imaginaria que com 18 anos o colorido curto estaria na moda...).
Eu não deixaria de fazer um boneco de neve, na neve, por estar cansada.
Eu não ligaria pra certas críticas de amigos que não são tão amigos...
Eu só conheceria marcas famosas de roupas e maquiagens depois que a barbie perdesse o encanto totalmente.
Eu não deixaria de ser fissurada por sapatos, mas não subiria no salto alto tão cedo...
Meus pés? eu gastaria mais dinheiro com dermatologista para cuidar das bolhas e nunca teria largado o ballet.
Eu nunca largaria o jazz e o ballet.
Eu não teria vergonha de impor minhas opiniões.
Eu não teria vergonha de mostrar meus textos, roteiros e músicas.
Eu teria feito mais tempo de teatro e ouvido meu pai...
Eu não esconderia meu talento...
Eu não beberia aquelas cervejas e drinks e estaria contando com uns conselhos bons até hoje.
Eu não acreditaria tanto assim nos homens...
Eu não deixaria jamais uma paixão ficar a frente de uma amizade, ou trocaria uma razão por um beijo.
Eu jamais passaria do limite por impulso, prazer ou vontade.
Eu teria medido as palavras e entendido mais.
Eu esperaria menos dos outros e teria menos pessoas ao meu lado para esperarem de mim.
Eu correria mais atrás de quem fez por merecer.
Eu usaria mais meu lado criativo, sem medo de não agradar.
Eu teria continuado a me exercitar por simples prazer, e não parado pela ilusão de que assim eu iria estudar mais.
Eu deveria ter estudado um pouco mais.
Quem sabe eu não deveria ter tomado ritalina...
Eu teria tido uma memória melhor por todos aqueles que se lembram o tempo todo de mim. Quem sabe uma memória pior para aqueles que passaram e deixaram apenas feridas?
Eu teria amado mais, sofrido menos.
Eu não teria remexido em histórias que eram intactas e perfeitas.
Eu jamais falaria demais, desabafaria, colocaria pra fora... por um amor não correspondido.
Eu não forçaria sentimentos já inexistentes para preencher vazios ainda existentes.
Eu não me empolgaria com pouca coisa e muito menos daria muitos motivos de empolgação para certas pessoas.
Eu teria esperado mais, esperado a hora certa.
Eu saberia que certas coisas não se revelam, se esquecem.
Eu acreditaria mais no sexto sentido da minha mãe.
Eu ouviria as experiências do meu pai.
Eu teria prestado mais atenção na letra daquela música.
Eu teria parado o tempo naquela viagem, naquele lugar, naquela época...
Eu beberia menos, ou mais, ou menos...
Eu demoraria mais para confiar nos outros, para evitar a dificuldade de confiança no futuro.
Eu iria rir de fofocas.
Eu não iria repassar boatos.
Eu estaria ao lado da minoria.
Eu não teria perdido meu diário da infância.
Eu já teria desenterrado a caixinha que enterrei com 2 amigas na quarta série.
Eu não teria deixado de lado o essencial, em busca do superficial.
Eu não abriria a mão dos meus sonhos, por ser julgada de sonhadora exacerbada.
Se eu pudesse reviver a minha vida, eu teria tido menos casos e tornado aqueles dois mais especiais.
Teria feito escolhas diferentes, tomado decisões por mim mesma.
O passado não condena, o passado, pelo menos o meu, existe para refletir no futuro.
Quando eu penso em reviver o que já passou, perco a vontade na hora. Quem vive de passado é museu, quem o esquece é uma múmia.
O equilíbrio nada mais é do que a segurança de admitir o que se passou e passar por cima de tudo isso com a cabeça em pé.
Tive uma infância maravilhosa, sem comentários.
Passei por uma adolescencia com dores, amores, sem limites, com limites e muito cheia e colorida.
Hoje sou o que sou porque minha vida está sendo tudo isso. É um máximo.
Se eu pudesse reviver a minha vida, eu sentaria num sofá confortável, com muitos chocolates e lenços e assistiria a tudo. Perceberia cada momento...
Quem planeja muito, não é surpreendido. Quem procura, acha quase sempre o que não quer e eu continuo por aí, com medo de morcegos, mas jamais deixando de andar de bicicleta na rua, seja a hora que for.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Reencontro

Vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera...
Quando o dia amanhece lindo e nos inspira a sorrir.
Vou acordar bem cedo e, incrivelmente, de bom humor.
Pegarei meu Fit preto e dirigirei rumo a praia, num embalo de Cazuza, Lulu e Taylor Swift. Me chamem de brega, antiga ou o que quiserem.
Esse é meu humor naquele dia, meu tom.
Sem cadeira, revista ou Ipod, me deito sobre a canga colorida e cubro o verde esperança do meu rosto com lentes polarizadas.

Sol, ondas, vento, namorados...
Crianças, bolas, frescoball e vendedores.

Cheiro de sundown no ar, som de bem estar.
De repente -do nada- avisto você lá longe, mentalizando alguma coisa, sentado na areia, sozinho.
Pensei por menos de 60 segundos, enquanto nesses te observava assustada, encantada, surpresa.
Levantei. Deixei o verde esperança entrar em contato com o calor do sol.

Ali estava eu, em frente a você.
Atrapalhados, nos comprimentamos, depois de meses sem nos vermos.
Eu digo que estou comigo mesma, procurando espairecer. Sem perceber me vejo te explicando que simplesmente quis ver o dia amanhecer.
Conversamos sem parar, você também não acompanha ninguém.
Te cedo um pedaço do colorido da minha canga e você não precisa de mais nada naquele momento.
O assunto não acaba.
Suspiros se revezam com tímidos olhares desejosos que se encontram.

Vamos ao mar, beijamos o vento.
Abraçamos a água fria para desfarçar nosso calor. Pra que desfarçar?

Voltamos ao colorido e você só quer saber de olhar no fundo do verde esperança, que eu insisto em proteger.
Nossas mãos se esbarram, peço desculpas...
No fim do dia estamos enconstados um no outro, vendo o sol se por. Como o tempo passou tão rápido?

Que saudades eu estava de sorrir seu sorriso de menino, de me confortar nos seus braços tão fortes e que me dão segurança.
Ai que vontade eu tenho de me entregar pros seus lábios e tornar daquela a nossa praia deserta...

O dia escurece. Já é frio...
Você me empresta a sua camisa e se enrola na minha canga úmida.
Deixamos passos fundos na areia escura e voltamos ao asfalto, com as havaianas nas mãos.
Você aceitou minha carona. Jamais tinha andado de carro comigo.
Rimos o tempo inteiro e quando sua rua se aproxima nos prendemos à uma ilha de angústia e incertezas.

Ponto morto. Freio de mão.

"Clak", faz seu cinto... Tudo isso em longos segundos.
Nossos corações batem anseando o mesmo, mas não ouvimos um ao outro.
Te vejo caminhar lento e duvidoso. Quase pulo pela janela e te agarro - Quase.

Nos beijamos? Conversamos sobre nós dois? Voltamos? Brigamos?
Essa parte do sonho eu não guardei.
Sei que vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera... Vou desvendar o final deste sonho -posso chamar de desejo?- e quem sabe até vivê-lo.

Estrela, lua e mar

Brilha estrela, lua e mar
Tudo hoje brilha, brilha sem parar.
Meus cílhos longos espantam qualquer medo do olhar.

Sua boca se aproxima querendo me beijar.
Me curvo, viro o rosto e seguro a sua mão -minha vontade.

Cabelo pro lado direito, cabelo pro lado esquerdo, já não sei mais te enrolar.
Você sabe que eu quero, mas não quero deixar.

Malandro, seduz e diz o que eu quero ouvir
Pisca estrela, lua e mar
Faz meu corpo todo piscar.

Quanta beleza, quando rimar.
Não me contento, estou sem ar.

Queria saber te deixar, te empurrar
Mas ai não ia rimar, assim eu ia te esquecer -Não quero!

Você é meu brincar, meu lazer.
Fica comigo hoje, mas não até o dia amanhecer.

Nem tenta me machucar.
Sou mulher, mas sou madura.
Tenho esperança, mas não sou ilusão.
De você, escondo a chave do meu coração.

Tá Ok, vai... Você me convenceu.
Mas sem compromisso, só tem que rimar.

Essa fase minha não é de namorar.
Muito menos você, que me teve e não mereceu
Mas não passou de uma brincadeira, então vamos perdoar.

Chega pra cá. Esquece tudo.
Junta estrela, lua e mar.

Vamos sorrir sem ser sérios, vamos apenas ficar, rimar....

terça-feira, 25 de maio de 2010

New Season

Giro leve e rapidamente num palco largo e alto.
As luzes fortes brilham sobre meu rosto para a platéia não me intimidar. Mas eles me intimidam.
Não perco meu foco, não fico tonta... mas Tropeço.
Não caio. Se caio, levanto despercebida.

Não tenho vergonha de encenar, mas ainda tenho um pouquinho de ser eu mesma.

Cansada da platéia cochichar e opniar meus passos em cima daquela imensidão, algumas vezes prefiro a coxia em troca da desilusão.

O que eu não sei ainda é se o que falam é bom.
Já foram tantas criticas ruins na outra temporada, que hoje em dia meu show é limitado para quem merece.

Ainda bem que não faço mais solos dramáticos. Sempre que é necessário um drama, eu olho pro lado e vejo meus artistas, meus protagonistas da minha própria vida.
Meu solo existe, mas hoje em dia é de alegria.

Quando as cortinas se fecham, dou pulinhos suaves e fortes.
Abraço música e som. Aplausos e críticas.
Essa temporada está sendo ótima. Alguns tombos, mas nenhum machucado.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Assunto inacabável"

Quando eu to feliz, ele reaparece.
Quando construo meu muro, ele compra um trator.
Se eu chego no topo, ele vem de avião.
Tudo isso só pra tirar meu chão.

Uma simples notícia, muda meu dia.
O vejo na rua e meu coração acelera...

Porque ainda sinto tudo isso, se não estou mais a sua espera?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não cabe mais em nós

Seu sorriso contagiante brilha numa gargalhada que parece não ter fim.
Fecha com força os olhos e depois abre com lágrimas, lágrimas que não têm nada de ruim.

Ao seu lado, seu menino, seu homem, seu amor.
De mãos dadas, atadas, meladas, eles dividem intensamente seu calor.

Mas tem algo errado, o que será?
Ele não fala, não pisca... e os olhos dela continuam a brilhar.

O tempo passa, papo vai, papo vem...
Eles continuam sentados lado a lado e do lado de ninguém.

Quando se olham nos olhos, se encontram num sentimento inexplicável...
Numa dor inacabável, que nenhum dos dois sabe nomear.

O brilho dos olhos dela passa a refletir a boca dele, ainda fechada, que não ousa falar.
Sua mão, agora fria, congelada, segura a dele que nada quer demonstrar.

Tem algo errado, o que será?
Dá pra viver assim? Quando tempo durará?

Então ela se afasta, derruba a lágrima sobre seu peito ofegante num suspiro sem fim.
Ela é menina, ela é mulher... Ela é uma menina muito mulher, que não sabe se quer um fim.

Ele sente tudo, mas é como se não estivesse ali.
Ele é um homem menino... Ele é um homem muito menino que não sabe reagir.

São explosões de sentimentos calados.
Paradoxos mentais e ações conturbadas...

Ele cochicha, ela grita.
Ela cochicha um grito... Ele grita que não sabe nem cochichar o que deseja...

Tem algo errado.Tem algo muito errado.

Ele precisa ser menos menino, já ela, precisa deixar a mulher crescer.

Ela se levanta e dá as costas. Mexe nos cabelos perfumados e macios...
Enquanto ele, ainda sentado, acente o cigarro que já foi motivo de tantos choros que encheria rios.

Ela segue querendo olhar para trás.
De cabeça erguida, rebolado torto e tropeços em seu próprio coração.

Sua cabeça agradece e não só em nome da razão.

Seus passos largos e rápidos seguem sem rumo em direção a ela mesma.
Ela quer se encontrar...
Ela quer arriscar...
Ela quer ousar...

A menina quer se trasnformar na mulher que está louca para ser vivida.
Ela sabe que o amor por ele ainda não tem fim.
Ela ousa suspeitar que jamais terá um fim.
Até mesmo pensa ser grande demais o sentimento... e ele, concorda, abaixando a cabeça, fazendo que sim.

Mas, com certeza, tem algo errado.
Ela afirma, ele confirma.

Foi o melhor a se fazer.
Daqui para frente, egoísmo em forma de amor próprio e maturidade em forma de conhecimento e experiências que viverão.

Então eu, que não tenho nada a ver com a história, digo aos dois: Vão crescer.

E o menino, então, apaga o cigarro e assume que não há mais nada a dizer.
Abaixa a cabeça e se conforma que ainda tem muito o que aprender.

Ver e Saber

Saber é uma coisa, ver é outra.

Quando sabemos que fomos mal em uma prova, ficamos tristes mas logo passa. Quando recebemos a prova, com a mesma nota que esperávamos, mas a temos ali em nossas mãos, a reação é bem pior.
Quando sabemos que alguém adoeceu, nos preocupamos. Quando vemos alguém doente, muitas vezes nos desesperamos.
Num relacionamento acontece o mesmo.
Quando tudo acaba, não importa o motivo, de quem é a culpa ou se simplesmente aconteceu, ficamos tristes. Tomamos nosso tempo para nos entregarmos à tristeza, para chorar, ouvir músicas tristes e não sair de casa, até que alguém ou algo nos faz querer mudar.
Aí vivemos a fase da recuperação. Nessa fase, costumamos mentir para nós mesmos e para aqueles a nossa volta o tempo todo. Mentir que queremos sair à noite e nos divertir, mentir que não pensamos mais no relacionamento passado, mentir que estamos nos sentindo lindas.
Algumas até mesmo discursam sobre desejarem a felicidade do outro seja com quem for e usam aquela famosa frase “Se não foi não era pra ser”.
Até descobrirmos que aquela pessoa está amando de novo (ou simplesmente está amando, em alguns casos).
Existem pessoas fortes, concordo. Essas irão continuar mentindo e dar continuidade aos seus projetos “felizes”, mas o resto todo sentir como se o mundo caísse.
Receber a notícia que seu ex está com alguém, dói. Mesmo que o sentimento que existia estiver bem escondido.
Hoje em dia, com Orkut e coisas do tipo, podemos fuxicar a vida alheia e saber por lá já nos faz sentir algo mais forte do que quando somente ouvimos da boca de alguém.
Está ali, na sua cara, você está lendo com os próprios olhos. Não tem como ser mentira ou exagero.
Agora, pior ainda é você ver a pessoa que ama, amou ou tem algum sentimento especial, com outro.

Ver é uma coisa totalmente diferente do que saber.

A vontade é de se esconder num buraco bem escuro com seu travesseiro e chorar até não agüentar mais e ao mesmo tempo um nervosismo horrível que dá náuseas e vontade de vomitar.
O pior de tudo é que quase sempre engolimos o que sentimos e passamos por cima do nosso bem estar, forçando um sorriso.
Comigo aconteceu diferente. Já tinha vistos alguns ex casinhos com outras pessoas, engoli meus sentimentos e fiz aquilo tudo, mas certa vez não me contive: Fugi.
Já tinha se passado uns três meses que não estava mais com a tal pessoa e estava relativamente bem. Não esperava nunca encontrá-la naquele dia, naquela hora. Quando vi o casalzinho não pude evitar a minha fuga: Agarrei o braço da minha melhor amiga e saímos praticamente correndo pra bem longe dali.
Fiquei me sentindo uma idiota depois, triste e com nojo durante algumas horas.
Depois, me dei conta do seguinte: Qual o problema em se entregar a certas reações algumas vezes?
Se estiver insegura e despreparada para viver alguma coisa, se você sabe que passar por aquilo irá te machucar e tiver tempo para evitar, evite.
Pense no seu bem estar, seja um pouquinho egoísta.

O fato de ter sentimentos e não ter vergonha de escondê-los, mesmo que te julguem por isso, te faz ser uma pessoa realizada. Não temos que esconder quem nós somos de verdade, jamais. Tudo bem que, se a pessoa for realmente muito forte, fingir uma indiferença pode ser bom em alguns casos, mas não vai deixar de ser uma mentira (bem pensada, mas uma mentira).
Quando deixamos de dizer algo, de mandar algo que escrevemos a alguém ou demonstrar algum tipo de sentimento (qualquer tipo, seja ódio, amor, ciúmes) nunca saberemos como seria se tivéssemos agido verdadeiramente.
Digo e repito, vale à pena arriscar e não há mal algum em ser quem você é.
Por tanto, não precisamos passar por cima de nós mesmos simplesmente para provarmos a alguém que estamos de bem com a vida. Podemos estar de bem com a vida, saindo com outras pessoas, vivendo outras paixões e passando por coisas maravilhosas, mas ainda assim termos aquela pessoa antiga como especial, como “não resolvida” e até mesmo como um amor.

A conclusão que eu tiro disso tudo é a seguinte: Ver é muito impactante. Presenciar alguma coisa é muito mais forte do que saber de tal. Se puder evitar passar por isso, sabendo que te fará mal, evite; pense mais em você.
Considerar alguém especial e ter um carinho muito forte ou até mesmo ainda amá-la e ter esperanças de que um dia ela possa voltar é a coisa mais normal do mundo, tem gente que assume e gente que não. Cabe a você decidir quem será. Se for forte e tiver certeza de que a pessoa merece saber que você é assim, vai com tudo e passe por ela com o nariz em pé. Só não se esqueça de, com você mesma, ser verdadeira. Segurança vem de dentro e transparece.
Se for mais uma das milhões de mulheres inseguras ou apenas sentimentais, escolha o menos doloroso: Finja que não viu, que é míope, que estava no celular, que viu um foguete no céu, qualquer coisa serve, mas não se machuque apenas pára provar que está tudo bem.
Se seu ex merecesse alguma satisfação sua, não estaria te fazendo sofrer e se ele realmente é quem você acha e quer que ele seja, pode ter certeza de que ele dá um jeito para saber como você anda.
Tenho estado em uma fase de autoconhecimento e cada dia aprendo que eu tenho muitos mistérios... Aliás, a nossa vida é um mistério e é fantástico vivenciar situações diversas e perceber como reagimos a elas.
No final acabamos descobrindo que vale a pena passar por certas coisas para lidarmos com a verdade e aprendermos a agir corretamente. Seja errando e aprendendo ou acertando e se orgulhando.

É o seguinte: Você é muito boa pra ficar aí parada pensando nisso! Arrume um jeito de se ocupar, tente evitar notícias e se algum dia você presenciar algo: Lembre-se se tudo que eu falei. Se optar por “fugir”, nunca desça do salto e esteja sempre de peito estufado!

domingo, 9 de maio de 2010

Desabafo

To cansada de textos com um tom de tristeza e de desejo de mudança, quando na verdade eu estou feliz e renovada.
Esse vai ser mais um não tão alegre, não tão sutil...
Esse vai pra ela, vai pra gente.

Ela não sabe mais em quem eu ando pensando toda noite e nem as saudades que venho tendo.
Não é mais como antes, quando ela sabia de todos os meus passos de todos os dias, quando eu contava cada palavra que havia dito.
Ela não sabe mais onde eu fui jantar, com quem eu fui jantar.
Será que ela ainda se interessa em saber? Ela não pergunta mais...

Cansei (mais uma vez) de vomitar textos e transbordar emoções sem sentir nada em troca.
Eu sinto uma troca tão vaga, como um suspiro final.

Ainda a conheço como a palma da minha mão, ainda consigo sentir seus desejos e pensamentos.
Ela ainda sabe quem sou eu?
Não a culpo, já fui tantas "eu mesma"...

Essa nova fase pra mim e pra ela, é, mais uma vez, uma fase que nos distancia.
Dessa vez não tem nada no meio, não tem nada a perder. Porque me sinto tão perdida?

No telefone vozes felizes, novidades animadoras... Só risos e risos.
Será, realmente, que somos só risos e risos?
Ela não sabe da briga com a minha mãe, ela não sabe o quanto meu travisseiro ficou molhado de lágrimas.
Ela não sabe que fiz as pazes com a minha mãe, ela não sabe o quanto meu coração está aliviado.
Minhas roupas novas? Ela nem viu, não quis saber se comprei.

Tento fingir que está tudo bem, evito olhar nos olhos porque sei que se eu olhar eles vão se alagar de saudade, de dúvidas, de desejo de gritar.
Procuro deixar que ela sinta o mesmo que eu, mas como vou saber se ela não demonstrar?

Vejo as fotos... Momentos, viagens, nights, familia, de noite e de dia... Se lembra quando a gente não só sorria?
Agora mudei, me direciono a você, falo para você...

Amiga, não sei ser diferente...
Não quero perder nossa quimica, nosso ritmo, nosso tom. Somos tão boas nisso!
Não quero me perder no tempo e perder você pra vida.
Não quero me sentir a vontade só com as pessoas as quais você nem conhece.
Quero voltar pra você, quero que você volte pra mim!

Somos uma balança que funciona como um motor.
Somos força e razão, que se invertem uma pela outra.
Somos palavras simples e complexas.
Não somos só isso, somos tudo e muito mais.
Ainda somos...

Não quero mais engolir o que desejaria te contar.
Porque você não pergunta mais?
Tá tudo tão fosco entre nós.

Desculpa mais uma vez dizer tudo isso do nada, dizer literalmente o que eu penso... Mas é como se hoje em dia eu estivesse precisando fazer isso sempre, pois você não lê mais a minha mente.

Nossa amizade é eterna desde o dia do chinelo.
Você é a única com um capítulo inteiro só seu no meu livro.

Esse texto não é triste, é confuso, é gritante...
Esse texto é pra você, minha irmã companheira, que anda tão distante.

sábado, 8 de maio de 2010

Abra os olhos!

Chega de acumular incertezas e preocupações, chega de se preocupar com mínimos detalhes, chega de não acreditar ao menos um pouquinho nos outros, chega de não fazer por vergonha, chega da opnião dos outros importar, chega de passados conturbantes, chega de perguntas demais...Chega.

Chega mais perto, vem pra cá...
Chega aqui porque lá já era.

Aqui é onde todos possuem um amor próprio indestrutível, onde ninguém tira conslusões precipitadas de quem não conhece profundamente, onde mulheres não se machucam de ilusão, de infidelidade e de auto estima.
Aqui... Onde todos os homens sabem ser honestos, inteligentes, educados e te ouvem.
Tem pegada, tem ritmo, tem estilo... Aqui os homens não são demasiadamente grudentos e fofos e muito menos demasiadamente mentirosos e convencidos.
Aqui, vem logo!
Aqui preconceito não existe... De raça, ideias, classe social ou religião.
O que é roubar?
Aqui o mundo ainda tem algumas cores e as pessoas acreditam que depois de um dia de chuva sempre vem o sol e não o Jornal Nacional acumulando mortes.
Nesse lugar aqui não se costuma falar em morte. Todos estão ocupadíssimos vivendo.

Aqui é amor, amar, é mar.
Aqui nada é complexo, tem nexo, tem sexo.
Aqui é tudo blue... tudo laranja neon, rosa chiclete e azul royal.
Aqui é o mundo ideal, meu ideal.

Como se faz pra chegar até aqui? Viva.
Chegue aos dezoito anos ou quando quiser abrir os olhos e perceba quem deve continuar ao seu lado e quem merece um pé na bunda.
Perceba que saudade é inevitável, que carinho nunca é demais, que amigos realmente são poucos e bons.
Perceba que estudar vale a pena e que matar a aula de vez enquando também vale muito a pena.
Perceba que esconder seus sentimentos só traz dor de cabeça, mas nem sempre mostrar a quem deseja é o mais correto.
Perceba, também, que seus pais podem ser sim seu exemplo de vida e quererem seu bem, mas eles erram, eles são humanos, eles são antigos.
Perceba que as vezes a melhor opção é não sair e ficar em casa vendo seriado.
Perceba que as vezes a melhor opção é sair tres dias seguidos, encher a cara, falar um monte de besteiras e depois rir de tudo.
Perceba que existem pessoas as quais não podemos abrir mão, mesmo quando achamos que elas merecem.
Perceba que esforço pra manter uma amizade nunca é demais.
Perceba que fotos de orkut e facebook são sempre felizes e isso tudo é uma superficialidade generalizada.
Perceba que vaidade é bom, gastar dinheiro é bom, falar de futilidades algumas horas é bom... Mas perder sua essencia é horrivel.
Perceba que nosso primeiro amor é marcante e é melhor não remexer nessa história.
Perceba que tudo que tem uma primeira vez, marca.
Perceba que você é capaz de perceber muitas coisas...
Perceba que o mundo não é multicolor, mas nunca ache que ele é preto e branco. Por via das dúvidas sempre ande com um lápis de cor na bolsa.
Perceba que ficar calado é uma ótima idéia.
Perceba que trabalhar sem salário é aprendizagem rica.
Perceba que não precisa mudar de casa, bairro ou cidade pra recomeçar.
Perceba que sinceridade é tudo, mas nem todos a merecem.
Perceba que as pessoas não são boazinhas.
Nunca seja boazinha, ser boazinha é ridículo.
Perceba que ser quem você é não tem preço.

Perceba isso tudo e muito mais, perceba e vá absorvendo... Daqui a pouco você chega aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outra vez

Tinha tempo que isso não acontecia...
Tinha bastante tempo que a saudade não batia na minha porta... na porta dos meus pensamentos e do meu coração.
Você foi o maior dos meus casos, quando se pensa em intensidade, e um dos maiores quando se pensa em tempo, também.
Sei que pra muitas pessoas o que vivemos foi pouco e pra você talvez não tenha sido tao grande, mas o seu abraço eu nunca esqueci.

Entre simplicidades diversas, de você, de nós dois... Havia complicações diversas... de você, de nós dois.
Tudo tão paradoxal e ao mesmo tempo tão concreto...

Você foi o melhor dos meus erros. Aquele em que o arrependimento nem bateu, foi tomado por segurança e capacidade de transforma-lo numa decisão certa.
Tivemos a mais estranha história que alguém já escreveu e que eu já vivi...

E é por essas e outras que a saudade quando bate, me faz lembrar de tudo isso outra vez.
Você foi a mentira sincera... Aquela que eu mentia pra mim mesma pra não acreditar no real significado que tudo estava tendo pra mim.
Foi com você que tive coragem de revelar o meu maior segredo sem medo de julgamento.
Foi por você que eu esperei tanto tempo pra me sentir a vontade com alguém...
Essa brincadeira tão séria que me aconteceu se tornou seriamente uma verdade, dentro de mim.

Nosso caso não foi o mais antigo, mas certamente foi amor mais amigo que me apareceu.
Antes de lembrar de nós dois como um casal eu lembrava dos seus conselhos e de como você sempre me fez gargalhar e foi meu amigo...

Das lembranças que eu trago na vida, você realmente é a única saudade que eu gosto de ter... Infelizmente não é uma saudade completamente boa, mas alguma é?
Abro o armário pra escolher um vestido e seu cheiro não está mais lá.
Comerciais de tv não têm mais graça sem você pra ve-los comigo. Nem as palavras partidas ao meio significam alguma coisa...

Foram tantas dúvidas e erros que o encanto cada vez mais se apagou.
Só sei que nessas horas, olhando pela janela do onibus na volta da faculdade e no escuro do meu quarto... Só assim... sinto você bem perto de mim, outra vez.

Logicamente a vida continuou e continuará pra nós dois.
Logicamente cada um achou a melhor maneira de viver que pode.
Eu me achei, você se achou...
Mas sinceramente? Esqueci de tentar te esquecer... Isso nunca vai acontecer.

Tem épocas que eu não penso nem um segundo, nem um milésimo de segundo.
O tempo passa (não importa se dias ou meses) e aquela saudade que eu gosto de ter acaba reaparecendo, como hoje reapareceu como turista em minha mente.

Resolvi te querer por querer, sem esperar nada.
Resolvi te querer bem, querer seu bem.
Não que isso já não tivesse ocorrendo desde o final, na verdade isso ocorre desde o começo...
Mas quando acaba, sempre muda.
Mudou, passou... mas as vezes volta.

Independente de tudo isso, decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade, sem nada a perder.
Você foi toda a felicidade por um momento da minha vida.
Você foi todo o tempo bom que eu tinha pra gastar.
Você foi toda a aventura que eu me propuz viver.

Sabe aquela maldade que no final das contas te fez bem?
Você foi o melhor dos meus planos, porque não tinhamos planos pra além de amanhã.
O maior dos enganos que eu pude fazer ao não confiar na minha própria personalidade.
Você me ensinou, na marra, a usar a minha personalidade.

Estou cansada de resgatar paixões que nada significam hoje. Forçar pra mim mesma sentimentos que não existem...
Parece que mesmo sem querer, hoje, me prender a alguém, fico tentando arrumar correntes que me segurem no mais perto possível de nós dois. Por que?

Saudade boa de cuidar de você, de sentir o dia amanhecer, de entrelaçar as pernas ao som de conversas baixinhas...
De não me sentir perdida e de não errar constantemente por falta de objetivo...
Você era meu objetivo e eu não sabia.
Saudade de desafiar os nossos passados e famas e rir de tudo e de todos...

Queria te ligar as vezes e contar do meu dia, minhas novidades e novos medos.
Queria sua mão pra segurar, seu colo pra deitar.
Na verdade eu queria a sensasão que tinha ao seu lado...
Queria que tudo tivesse terminado bem, sem ninguém se meter e sem confusões.
Queria que você acreditasse nas minhas palavras e não na dos outros.
Queria ter relevado erros bobos.

Enquanto isso vou vivendo feliz a minha vida.
Um dia tudo isso ainda vai ter um fim concreto e não aquele em que só eu falei.
Enquanto isso vou receber muito bem essa saudade turista em horas espaçosas e espontâneas...

Só assim, sinto você bem perto de mim outra vez.

Te amo, de verdade

estômago fisgado por um calafrio.
Pisco os olhos com força pra ter certeza de que estou acordada.
você finalmente falou.
ansiava ouvir a frase desde quando me sentia surda de emoções em um silêncio de nós dois entre as quatro paredes do quarto.
Poucos têm o que hoje eu tenho. O que venho tendo.
O que tanto esperei um dia ter.

Veio do nada, como uma enchente devastadora em uma cidade tropical.
Mas veio como uma enchente do bem, aquela que não mata pessoas e nem destrói lares.
As águas fortes e intensas limparam a sujeira que estava ali, o acúmulo de tudo que já deveria ter sido desfeito ou reciclado.
Você apareceu e ficou.

estômago fisgado por um calafrio inacabável...
Quero me sentir assim na eternidade de nós dois até o dia em que outra enchente resolver aparecer.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Do outro lado da janela

Enquanto estamos em casa na banheira ou no salão de beleza
crianças passam fome nas ruas frias da cidade.

Reclamamos de cara feia por trabalhar tanto e ganhar tão pouco,
Tem gente que sorri quando diz que sonha em ganhar alguma coisa.

Passamos pela cidade de carro; roupas novas, perfumes franceses.
Ali bem perto, do outro lado da janela do carro (tão perto que é capaz de alcançá-lo) está o menino abandonado, quase desnudo, sem nem banho tomado.

Seguimos em frente com no máximo um suspiro.
Nesse segundo em que suspiramos (isso SE suspiramos) milhares de pessoas estão morrendo, sofrendo...

Os segundos de suspiros terminam.
Tudo volta ao normal.

Seguindo o trajeto, termina-se de comer o fast food
E lambendo a ponta dos dedos com um ar de satisfação
joga-se os restos com o lixo pela mesma janela que viu a pobreza.

A natureza chora.
O mendigo agradece.

Os barulhos do ipod do carro se confundem com os risos de amigos e toques de celulares.
Do outro lado da janela (daquela janela) barulhos de tiro, gritos e choros se misturam com o canto da cigarra quase extinta.

Nem se quer comenta-se.
Não ousam nem abrir a janela.

Estaciona-se o carro.
Pessoas descem em cima de seus saltos e sorrisos de boca a boca

Já no restaurante, em meio a uns goles na bebida e a umas mordidas no jantar,
Olham pela janela
Que não é a mesma janela de antes, mas nela existem as mesmas coisas despercebidas.

Com a cara mais triste do mundo comentam:
Se não fossem os incompetentes o nosso Brasil seria ainda mais belo.

Cabeças balançam fazendo que sim.
Outras abaixam com ar de incerteza.

Segundos se passam (os mesmos do suspiros, presumo eu).

As pessoas voltam aos seus goles e mordidas
Risos e barulhos.
Garçons passam e repassam com bandejas fartas
E a janela ainda fechada espera que alguém a abra.

Igualdade Mundial

Uma das coisas que mais assusta a humanidade é a morte.
É perfeitamente aceitável temer algo tão desconhecido, tão inevitável e tão igualitário.

Sim, igualitário. Todos algum dia morrerão.

Num mundo cheio de desigualdades e preconceitos é difícil falar sobre algo comum. Não digo de gostos e costumes comuns entre populações, mas sim de características mundialmente comuns.
Paro pra pensar e poucas coisas surgem em minha mente.
Nem todos gostam de dançar, nem todos têm escolaridade completa, nem todos sabem ler, nem todos gostam de sorrir e, acreditem, nem todos têm vontade de viver.

Desprezando os fatores que nos mantém vivos, como o hábito de respirar e nos nutrir, morrer é realmente a única coisa a qual todos, em todo o planeta Terra, passaremos. Consequentemente, de acordo com o raciocínio, e causadamente, de acordo com o fato, poderiam citar o fato de envelhecermos. Poderíamos se não houvesse tantas mortes infantis, juvenis e afins. Tantos corações parando de bater tão cedo, tantos sonhos sendo interrompidos...

Continuo então com a idéia da morte como a única igualdade mundial.

E o medo da morte? “Uma das coisas que mais assusta a humanidade é a morte” eu afirmei. Claro, mas não assusta a todos.
Alguns anseiam chegar logo ao céu, outros desejam acabar o mais rápido possível com algum sofrimento e existe até quem queira ir para o outro lado encontrar alguém.

Existe mesmo um outro lado? Morar no céu é o que realmente ocorre? Vamos mesmo encontrar quem já se foi?

E a morte prevalece em meu raciocínio, intacta.

Até quando será ela a única parte igual no mundo todo?
Será possível termos algo mundialmente comum que não seja temido por ninguém?

São tantas perguntas surgindo e, particularmente, cada vez menos vontade de saber as respostas.

Um dia todos se vão. Não tenho que me preocupar com nada relacionado a esta “ida”.

Os anos passam, todos sabem, mas poucos se dão conta de que semanas, dias e minutos também passam... Na verdade voam.

Aproveitar ao máximo as oportunidades, aprender o que for possível com os erros e amar acima de tudo são entrelinhas de uma história bem grande que pretendo fazer da minha vida.

O que não deixarei jamais de lado é a vontade de viver.

Nunca é tarde pra recomeçarmos e é sempre muito cedo para nos preocuparmos. Com a morte então, deixa isso pra lá... É igualitário, inevitável e desconhecido.

Topo

De olhos fechados me sinto num universo paralelo.
Onde só existem músicas, cores e músicas... A sensação é ótima.
Ao abrir os olhos, continuo parada dentro do meu mundo comum... Com poucas cores e sons.
As vezes me completa o fato de me transportar, mas nunca completa o meu mundo todo.
Ingênua e sincera, (ingênua por ser sincera demais?) será que devo ser eu mesma em todos os mundos que habito?
Depois de me transportar e criar ilusões, volto para a realidade e me sinto fingida. Os outros me sentem fingir...
Na verdade eu nunca duvidei de quem sou.
Me confundo algumas vezes ao optar sobre meu comportamento, apenas...
Sou cheia de dúvidas e nenhum de vocês conseguiu tira-las de vez.
Vocês me completam como em um dos meus mundos paralelos...
Quando tudo acaba, me sinto totalmente perdida.
E no final, sempre me encontro no abraço deles ou delas...
Daqueles que não tem beijo na boca, intimidade ou satisfação.
Nenhum de Vocês me deu até hoje uma sensação tão boa quanto a que eles e elas me deram e dão.
Nenhum universo paralelo, nenhum de Vocês e nenhuma incerteza dentro de qualquer um dos meus mundos é maior do que o sentimento por eles e elas.

Só ao lado deles e delas eu não tenho vontade de sair do meu mundo real, porque?
Amizade te salva em um abraço, muda seu humor com uma dose de tequila, faz seu sábado virar o melhor de todos com um brigadeiro e não se importa em andar quilometros ao seu lado em plena madrugada ouvindo a sua respiração inquieta.

Vocês que me perdoem, mas eles e elas estão no topo e mesmo se um de voces aparecer pra ficar, eles nunca sairão.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mulheres Inteligentes?

Comecei a ler um livro de Steven Carter e Julia Sokol chamado “O que toda mulher inteligente deve saber”.
Já nas primeiras páginas conclui o seguinte: Estou longe de ser uma mulher inteligente.
Tudo bem que o livro dá dicas para reconhecermos o homem certo e de como agir com ele, diz também que devemos nos afastar de relacionamentos que podem significar problema e lista adjetivos que devemos ter e perceber nos outros. Mas, pelo menos para mim, é humanamente impossível mudar certas coisas.

Ao longo do livro, são citadas mulheres (Vitória, Linda, ...) com histórias para nos identificarmos e percebermos que não estamos sozinhas e não é tão difícil lidar e resolver nossos problemas, e o principal: Faz com que nós, mulheres reais, aprendamos com os erros delas, mulheres fictícias.
Eu recomendo.
Um livro ótimo para quem está solteira, para quem acabou de terminar um relacionamento ou para aquelas que estão há muito tempo com alguém. Quem acabou de começar um namoro vai achar tudo uma baboseira!

Ao ler o iniciozinho do livro, já pude me identificar com diversas personagens e realizar, na minha cabeça, várias teorias e pensamentos.
Um relacionamento que costuma me atrair é sempre aquele melodramático, perigoso, proibido e conflituoso.
Um homem que me chama a atenção é sempre o mais galinha, o mais bonito e o que precisa ser salvo, de alguma maneira.
Não sei se tenho muitas “companheiras de personalidade”, acredito que sim, pela quantidade de mulheres com este perfil no livro que estou lendo e por isso resolvi escrever aqui sobre o que mirabolei.

Realmente é inteligente saber diferenciar paixão e amor de obsessão.
Obsessão é quase sempre mais atraente, aventureiro e dramático do que algo concreto.
Não vivi muitas obsessões, algumas sim, e consigo reconhecê-las.
Amor então, apenas um (tirando os amores que não são “a dois”)
Sem tirar a importância de nada e nem dizer que é totalmente alguma coisa, acredito que obsessão e amor podem sim se confundir seriamente e ter quesitos em comum.
Muitas vezes uma obsessão dura mais do que um amor, porque acaba virando vício.
É comum entre mulheres obsessivas o pensamento “Prefiro estar ao lado dele, mesmo que sofrendo, do que sozinha”.
Este vício te impede de estar aberta espiritualmente e fisicamente para relações que poderiam vir a ser realmente estáveis.

Concordo com o livro que devemos fugir deste tipo de “relashionships” sempre que der, mas discordo que devemos avaliar tanto alguém antes de nos entregarmos.
Muitas vezes conseguimos mudar pensamentos com nosso amor e transformar obsessões em paixões.
Muito raro, raríssimo.
Mas e se formos escolhidas para sermos esta minoria que consegue? Estaríamos desperdiçando a chance!
“Decepção não mata, ensina a viver” já dizia a famosa comunidade do Orkut!
Têm alguns relacionamentos que valem à pena mesmo que tumultuados, para crescermos.
Na verdade o segredo está no bom senso, em ter os pés no chão.
A auto-estima também não passa muito longe da solução para traumas amorosos e relacionamentos frustrantes!
Nunca pense que você é dependente de alguém ou que jamais encontrará outra pessoa tão boa quanto ele ou que se interesse tanto por você, e nunca, nunquinha, se contente com o mínimo.

Aliás, leia o livro de Steven Carter e de Julia Sokol, mas leia com uma peneira do seu lado.
Tenho certeza que ajudará e muito a responder suas dúvidas e te atentará, como me atentou, para certas coisas da vida.

Algo que me chamou muita atenção também, foi uma entrevista com a atriz “Heloísa Perisé” no programa do Jô, do dia 16 de junho de 2009.
Ela disse uma frase que eu adorei “Existe a mulher melancia, mulher jaca... Eu me considero a mulher vinho: Quanto mais velha melhor!”
Ela está certíssima! Conforme vamos crescendo (para não dizer envelhecendo), adquirimos mais experiência de vida e nos tornamos pessoas melhores. Libertando-nos de vícios, realizando objetivos e aprendendo com erros.
Tai uma boa, Mulher vinho! Mandou bem, Heloísa! É realmente complicado entender as mulheres e homens.

As gerações passam (voam) e nada muda. Mulheres se magoam, mulheres são obsessivas e compulsivas, mulheres amam, mulheres se dão bem ou mal, mulheres casam e descasam e os homens, ah os homens, ainda não li nenhum livro e não vi nenhuma entrevista que ajudasse a compreendê-los!
A verdade é aquela que já está manjada “Ruim com eles, pior sem eles”.Boa sorte na procura do Homem Certo, se já o encontrou, boa sorte também.