segunda-feira, 31 de maio de 2010

Minha madrugada

Minha madrugada é longa
com ponteiros barulhentos no relógio e copo de água na cabeceira.

Minha madrugada é longa
com idéias na cabeça e cansaço nos pés.

Minha madrugada é longa
com pijama quente, coque no cabelo -e a tv ligada não me deixa pensar.

Minha madrugada é longa
tenho que acordar amanhã bem cedo, mas só funciono realmente bem após o meio dia.

Minha madrugada é longa
uma época tão livre e planos tão presos a você.

Minha madrugada é longa
Sem insônia e nem sindromes, apenas sem vontade de dormir.

Minha madrugada é longa
De noite eu quero um drink, mas a tarde eu quero seu abraço.

Minha madrugada é longa
To cansada de aconselhar, ouvir e solucionar. To feliz sem problemas, mas to começando a me encomodar.

Minha madrugada é longa
o relógio não pára de rodar, minha cabeça não roda, mas está rodeada de tantos pensamentos.

Minha madrugada é longa
tirei o óculos de grau, não quero enxergar tudo como é. Nem tudo é como eu quero que seja...

Minha madrugada é longa
numa roda de amigos eu escolho só alguns poucos para brincar de realidade.

Minha madrugada é longa
um sonho me espera. Um pesadelo talvez, um conto de fadas, um suspense ou uma ficção...

Minha madrugada é longa
não vejo mais o que não quero ver, to em paz, to realizada.

Minha madrugada é longa
Queria você só as as vezes, em segredo, sem valer nada, só pra completar.

Minha madrugada é longa.

É melhor eu acabar por aqui, daqui a pouco vira dia e quando o dia é longo, os pensamentos são outros.

domingo, 30 de maio de 2010

Balança: Múmia e museu.

Se eu pudesse reviver minha vida?
Se eu pudesse revive-la eu não ficaria com medo de andar de bicileta a noite, por causa dos morcegos.
Não rasgaria as cartinhas de amor de um menino desamparado e apaixonado.
Não engoliria um choro daqueles de berrar e tremer, por simples vergonha de ser criança e chorar na frente dos outros.
Eu jamais deixaria de ir na Sheikra, na Disney.
Não deixaria de ir a piscina porque estava um pouco gordinha. (eu não acreditaria se alguém me disesse que eu olharia as fotos desta época e me acharia tão magra).
Eu iria deixar de ser boba e não experimentar a famosa chapinha, eu iria apenas acreditar no espelho e nos meus pais e ver o quanto meu cabelo era lindo (e nunca mais iria voltar a ser).
Não deixaria de fazer as mechas loiras, vermelhas e rosas, quando criança, mas jamais pintaria meu cabelo com mechas californianas e reclamaria do seu volume.
Minhas unhas? eu ia deixá-las grandes só depois dois 16 anos, até lá eu ia sujá-las bastante e pintá-las uma de cada cor (eu nunca imaginaria que com 18 anos o colorido curto estaria na moda...).
Eu não deixaria de fazer um boneco de neve, na neve, por estar cansada.
Eu não ligaria pra certas críticas de amigos que não são tão amigos...
Eu só conheceria marcas famosas de roupas e maquiagens depois que a barbie perdesse o encanto totalmente.
Eu não deixaria de ser fissurada por sapatos, mas não subiria no salto alto tão cedo...
Meus pés? eu gastaria mais dinheiro com dermatologista para cuidar das bolhas e nunca teria largado o ballet.
Eu nunca largaria o jazz e o ballet.
Eu não teria vergonha de impor minhas opiniões.
Eu não teria vergonha de mostrar meus textos, roteiros e músicas.
Eu teria feito mais tempo de teatro e ouvido meu pai...
Eu não esconderia meu talento...
Eu não beberia aquelas cervejas e drinks e estaria contando com uns conselhos bons até hoje.
Eu não acreditaria tanto assim nos homens...
Eu não deixaria jamais uma paixão ficar a frente de uma amizade, ou trocaria uma razão por um beijo.
Eu jamais passaria do limite por impulso, prazer ou vontade.
Eu teria medido as palavras e entendido mais.
Eu esperaria menos dos outros e teria menos pessoas ao meu lado para esperarem de mim.
Eu correria mais atrás de quem fez por merecer.
Eu usaria mais meu lado criativo, sem medo de não agradar.
Eu teria continuado a me exercitar por simples prazer, e não parado pela ilusão de que assim eu iria estudar mais.
Eu deveria ter estudado um pouco mais.
Quem sabe eu não deveria ter tomado ritalina...
Eu teria tido uma memória melhor por todos aqueles que se lembram o tempo todo de mim. Quem sabe uma memória pior para aqueles que passaram e deixaram apenas feridas?
Eu teria amado mais, sofrido menos.
Eu não teria remexido em histórias que eram intactas e perfeitas.
Eu jamais falaria demais, desabafaria, colocaria pra fora... por um amor não correspondido.
Eu não forçaria sentimentos já inexistentes para preencher vazios ainda existentes.
Eu não me empolgaria com pouca coisa e muito menos daria muitos motivos de empolgação para certas pessoas.
Eu teria esperado mais, esperado a hora certa.
Eu saberia que certas coisas não se revelam, se esquecem.
Eu acreditaria mais no sexto sentido da minha mãe.
Eu ouviria as experiências do meu pai.
Eu teria prestado mais atenção na letra daquela música.
Eu teria parado o tempo naquela viagem, naquele lugar, naquela época...
Eu beberia menos, ou mais, ou menos...
Eu demoraria mais para confiar nos outros, para evitar a dificuldade de confiança no futuro.
Eu iria rir de fofocas.
Eu não iria repassar boatos.
Eu estaria ao lado da minoria.
Eu não teria perdido meu diário da infância.
Eu já teria desenterrado a caixinha que enterrei com 2 amigas na quarta série.
Eu não teria deixado de lado o essencial, em busca do superficial.
Eu não abriria a mão dos meus sonhos, por ser julgada de sonhadora exacerbada.
Se eu pudesse reviver a minha vida, eu teria tido menos casos e tornado aqueles dois mais especiais.
Teria feito escolhas diferentes, tomado decisões por mim mesma.
O passado não condena, o passado, pelo menos o meu, existe para refletir no futuro.
Quando eu penso em reviver o que já passou, perco a vontade na hora. Quem vive de passado é museu, quem o esquece é uma múmia.
O equilíbrio nada mais é do que a segurança de admitir o que se passou e passar por cima de tudo isso com a cabeça em pé.
Tive uma infância maravilhosa, sem comentários.
Passei por uma adolescencia com dores, amores, sem limites, com limites e muito cheia e colorida.
Hoje sou o que sou porque minha vida está sendo tudo isso. É um máximo.
Se eu pudesse reviver a minha vida, eu sentaria num sofá confortável, com muitos chocolates e lenços e assistiria a tudo. Perceberia cada momento...
Quem planeja muito, não é surpreendido. Quem procura, acha quase sempre o que não quer e eu continuo por aí, com medo de morcegos, mas jamais deixando de andar de bicicleta na rua, seja a hora que for.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Reencontro

Vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera...
Quando o dia amanhece lindo e nos inspira a sorrir.
Vou acordar bem cedo e, incrivelmente, de bom humor.
Pegarei meu Fit preto e dirigirei rumo a praia, num embalo de Cazuza, Lulu e Taylor Swift. Me chamem de brega, antiga ou o que quiserem.
Esse é meu humor naquele dia, meu tom.
Sem cadeira, revista ou Ipod, me deito sobre a canga colorida e cubro o verde esperança do meu rosto com lentes polarizadas.

Sol, ondas, vento, namorados...
Crianças, bolas, frescoball e vendedores.

Cheiro de sundown no ar, som de bem estar.
De repente -do nada- avisto você lá longe, mentalizando alguma coisa, sentado na areia, sozinho.
Pensei por menos de 60 segundos, enquanto nesses te observava assustada, encantada, surpresa.
Levantei. Deixei o verde esperança entrar em contato com o calor do sol.

Ali estava eu, em frente a você.
Atrapalhados, nos comprimentamos, depois de meses sem nos vermos.
Eu digo que estou comigo mesma, procurando espairecer. Sem perceber me vejo te explicando que simplesmente quis ver o dia amanhecer.
Conversamos sem parar, você também não acompanha ninguém.
Te cedo um pedaço do colorido da minha canga e você não precisa de mais nada naquele momento.
O assunto não acaba.
Suspiros se revezam com tímidos olhares desejosos que se encontram.

Vamos ao mar, beijamos o vento.
Abraçamos a água fria para desfarçar nosso calor. Pra que desfarçar?

Voltamos ao colorido e você só quer saber de olhar no fundo do verde esperança, que eu insisto em proteger.
Nossas mãos se esbarram, peço desculpas...
No fim do dia estamos enconstados um no outro, vendo o sol se por. Como o tempo passou tão rápido?

Que saudades eu estava de sorrir seu sorriso de menino, de me confortar nos seus braços tão fortes e que me dão segurança.
Ai que vontade eu tenho de me entregar pros seus lábios e tornar daquela a nossa praia deserta...

O dia escurece. Já é frio...
Você me empresta a sua camisa e se enrola na minha canga úmida.
Deixamos passos fundos na areia escura e voltamos ao asfalto, com as havaianas nas mãos.
Você aceitou minha carona. Jamais tinha andado de carro comigo.
Rimos o tempo inteiro e quando sua rua se aproxima nos prendemos à uma ilha de angústia e incertezas.

Ponto morto. Freio de mão.

"Clak", faz seu cinto... Tudo isso em longos segundos.
Nossos corações batem anseando o mesmo, mas não ouvimos um ao outro.
Te vejo caminhar lento e duvidoso. Quase pulo pela janela e te agarro - Quase.

Nos beijamos? Conversamos sobre nós dois? Voltamos? Brigamos?
Essa parte do sonho eu não guardei.
Sei que vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera... Vou desvendar o final deste sonho -posso chamar de desejo?- e quem sabe até vivê-lo.

Estrela, lua e mar

Brilha estrela, lua e mar
Tudo hoje brilha, brilha sem parar.
Meus cílhos longos espantam qualquer medo do olhar.

Sua boca se aproxima querendo me beijar.
Me curvo, viro o rosto e seguro a sua mão -minha vontade.

Cabelo pro lado direito, cabelo pro lado esquerdo, já não sei mais te enrolar.
Você sabe que eu quero, mas não quero deixar.

Malandro, seduz e diz o que eu quero ouvir
Pisca estrela, lua e mar
Faz meu corpo todo piscar.

Quanta beleza, quando rimar.
Não me contento, estou sem ar.

Queria saber te deixar, te empurrar
Mas ai não ia rimar, assim eu ia te esquecer -Não quero!

Você é meu brincar, meu lazer.
Fica comigo hoje, mas não até o dia amanhecer.

Nem tenta me machucar.
Sou mulher, mas sou madura.
Tenho esperança, mas não sou ilusão.
De você, escondo a chave do meu coração.

Tá Ok, vai... Você me convenceu.
Mas sem compromisso, só tem que rimar.

Essa fase minha não é de namorar.
Muito menos você, que me teve e não mereceu
Mas não passou de uma brincadeira, então vamos perdoar.

Chega pra cá. Esquece tudo.
Junta estrela, lua e mar.

Vamos sorrir sem ser sérios, vamos apenas ficar, rimar....

terça-feira, 25 de maio de 2010

New Season

Giro leve e rapidamente num palco largo e alto.
As luzes fortes brilham sobre meu rosto para a platéia não me intimidar. Mas eles me intimidam.
Não perco meu foco, não fico tonta... mas Tropeço.
Não caio. Se caio, levanto despercebida.

Não tenho vergonha de encenar, mas ainda tenho um pouquinho de ser eu mesma.

Cansada da platéia cochichar e opniar meus passos em cima daquela imensidão, algumas vezes prefiro a coxia em troca da desilusão.

O que eu não sei ainda é se o que falam é bom.
Já foram tantas criticas ruins na outra temporada, que hoje em dia meu show é limitado para quem merece.

Ainda bem que não faço mais solos dramáticos. Sempre que é necessário um drama, eu olho pro lado e vejo meus artistas, meus protagonistas da minha própria vida.
Meu solo existe, mas hoje em dia é de alegria.

Quando as cortinas se fecham, dou pulinhos suaves e fortes.
Abraço música e som. Aplausos e críticas.
Essa temporada está sendo ótima. Alguns tombos, mas nenhum machucado.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Assunto inacabável"

Quando eu to feliz, ele reaparece.
Quando construo meu muro, ele compra um trator.
Se eu chego no topo, ele vem de avião.
Tudo isso só pra tirar meu chão.

Uma simples notícia, muda meu dia.
O vejo na rua e meu coração acelera...

Porque ainda sinto tudo isso, se não estou mais a sua espera?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não cabe mais em nós

Seu sorriso contagiante brilha numa gargalhada que parece não ter fim.
Fecha com força os olhos e depois abre com lágrimas, lágrimas que não têm nada de ruim.

Ao seu lado, seu menino, seu homem, seu amor.
De mãos dadas, atadas, meladas, eles dividem intensamente seu calor.

Mas tem algo errado, o que será?
Ele não fala, não pisca... e os olhos dela continuam a brilhar.

O tempo passa, papo vai, papo vem...
Eles continuam sentados lado a lado e do lado de ninguém.

Quando se olham nos olhos, se encontram num sentimento inexplicável...
Numa dor inacabável, que nenhum dos dois sabe nomear.

O brilho dos olhos dela passa a refletir a boca dele, ainda fechada, que não ousa falar.
Sua mão, agora fria, congelada, segura a dele que nada quer demonstrar.

Tem algo errado, o que será?
Dá pra viver assim? Quando tempo durará?

Então ela se afasta, derruba a lágrima sobre seu peito ofegante num suspiro sem fim.
Ela é menina, ela é mulher... Ela é uma menina muito mulher, que não sabe se quer um fim.

Ele sente tudo, mas é como se não estivesse ali.
Ele é um homem menino... Ele é um homem muito menino que não sabe reagir.

São explosões de sentimentos calados.
Paradoxos mentais e ações conturbadas...

Ele cochicha, ela grita.
Ela cochicha um grito... Ele grita que não sabe nem cochichar o que deseja...

Tem algo errado.Tem algo muito errado.

Ele precisa ser menos menino, já ela, precisa deixar a mulher crescer.

Ela se levanta e dá as costas. Mexe nos cabelos perfumados e macios...
Enquanto ele, ainda sentado, acente o cigarro que já foi motivo de tantos choros que encheria rios.

Ela segue querendo olhar para trás.
De cabeça erguida, rebolado torto e tropeços em seu próprio coração.

Sua cabeça agradece e não só em nome da razão.

Seus passos largos e rápidos seguem sem rumo em direção a ela mesma.
Ela quer se encontrar...
Ela quer arriscar...
Ela quer ousar...

A menina quer se trasnformar na mulher que está louca para ser vivida.
Ela sabe que o amor por ele ainda não tem fim.
Ela ousa suspeitar que jamais terá um fim.
Até mesmo pensa ser grande demais o sentimento... e ele, concorda, abaixando a cabeça, fazendo que sim.

Mas, com certeza, tem algo errado.
Ela afirma, ele confirma.

Foi o melhor a se fazer.
Daqui para frente, egoísmo em forma de amor próprio e maturidade em forma de conhecimento e experiências que viverão.

Então eu, que não tenho nada a ver com a história, digo aos dois: Vão crescer.

E o menino, então, apaga o cigarro e assume que não há mais nada a dizer.
Abaixa a cabeça e se conforma que ainda tem muito o que aprender.

Ver e Saber

Saber é uma coisa, ver é outra.

Quando sabemos que fomos mal em uma prova, ficamos tristes mas logo passa. Quando recebemos a prova, com a mesma nota que esperávamos, mas a temos ali em nossas mãos, a reação é bem pior.
Quando sabemos que alguém adoeceu, nos preocupamos. Quando vemos alguém doente, muitas vezes nos desesperamos.
Num relacionamento acontece o mesmo.
Quando tudo acaba, não importa o motivo, de quem é a culpa ou se simplesmente aconteceu, ficamos tristes. Tomamos nosso tempo para nos entregarmos à tristeza, para chorar, ouvir músicas tristes e não sair de casa, até que alguém ou algo nos faz querer mudar.
Aí vivemos a fase da recuperação. Nessa fase, costumamos mentir para nós mesmos e para aqueles a nossa volta o tempo todo. Mentir que queremos sair à noite e nos divertir, mentir que não pensamos mais no relacionamento passado, mentir que estamos nos sentindo lindas.
Algumas até mesmo discursam sobre desejarem a felicidade do outro seja com quem for e usam aquela famosa frase “Se não foi não era pra ser”.
Até descobrirmos que aquela pessoa está amando de novo (ou simplesmente está amando, em alguns casos).
Existem pessoas fortes, concordo. Essas irão continuar mentindo e dar continuidade aos seus projetos “felizes”, mas o resto todo sentir como se o mundo caísse.
Receber a notícia que seu ex está com alguém, dói. Mesmo que o sentimento que existia estiver bem escondido.
Hoje em dia, com Orkut e coisas do tipo, podemos fuxicar a vida alheia e saber por lá já nos faz sentir algo mais forte do que quando somente ouvimos da boca de alguém.
Está ali, na sua cara, você está lendo com os próprios olhos. Não tem como ser mentira ou exagero.
Agora, pior ainda é você ver a pessoa que ama, amou ou tem algum sentimento especial, com outro.

Ver é uma coisa totalmente diferente do que saber.

A vontade é de se esconder num buraco bem escuro com seu travesseiro e chorar até não agüentar mais e ao mesmo tempo um nervosismo horrível que dá náuseas e vontade de vomitar.
O pior de tudo é que quase sempre engolimos o que sentimos e passamos por cima do nosso bem estar, forçando um sorriso.
Comigo aconteceu diferente. Já tinha vistos alguns ex casinhos com outras pessoas, engoli meus sentimentos e fiz aquilo tudo, mas certa vez não me contive: Fugi.
Já tinha se passado uns três meses que não estava mais com a tal pessoa e estava relativamente bem. Não esperava nunca encontrá-la naquele dia, naquela hora. Quando vi o casalzinho não pude evitar a minha fuga: Agarrei o braço da minha melhor amiga e saímos praticamente correndo pra bem longe dali.
Fiquei me sentindo uma idiota depois, triste e com nojo durante algumas horas.
Depois, me dei conta do seguinte: Qual o problema em se entregar a certas reações algumas vezes?
Se estiver insegura e despreparada para viver alguma coisa, se você sabe que passar por aquilo irá te machucar e tiver tempo para evitar, evite.
Pense no seu bem estar, seja um pouquinho egoísta.

O fato de ter sentimentos e não ter vergonha de escondê-los, mesmo que te julguem por isso, te faz ser uma pessoa realizada. Não temos que esconder quem nós somos de verdade, jamais. Tudo bem que, se a pessoa for realmente muito forte, fingir uma indiferença pode ser bom em alguns casos, mas não vai deixar de ser uma mentira (bem pensada, mas uma mentira).
Quando deixamos de dizer algo, de mandar algo que escrevemos a alguém ou demonstrar algum tipo de sentimento (qualquer tipo, seja ódio, amor, ciúmes) nunca saberemos como seria se tivéssemos agido verdadeiramente.
Digo e repito, vale à pena arriscar e não há mal algum em ser quem você é.
Por tanto, não precisamos passar por cima de nós mesmos simplesmente para provarmos a alguém que estamos de bem com a vida. Podemos estar de bem com a vida, saindo com outras pessoas, vivendo outras paixões e passando por coisas maravilhosas, mas ainda assim termos aquela pessoa antiga como especial, como “não resolvida” e até mesmo como um amor.

A conclusão que eu tiro disso tudo é a seguinte: Ver é muito impactante. Presenciar alguma coisa é muito mais forte do que saber de tal. Se puder evitar passar por isso, sabendo que te fará mal, evite; pense mais em você.
Considerar alguém especial e ter um carinho muito forte ou até mesmo ainda amá-la e ter esperanças de que um dia ela possa voltar é a coisa mais normal do mundo, tem gente que assume e gente que não. Cabe a você decidir quem será. Se for forte e tiver certeza de que a pessoa merece saber que você é assim, vai com tudo e passe por ela com o nariz em pé. Só não se esqueça de, com você mesma, ser verdadeira. Segurança vem de dentro e transparece.
Se for mais uma das milhões de mulheres inseguras ou apenas sentimentais, escolha o menos doloroso: Finja que não viu, que é míope, que estava no celular, que viu um foguete no céu, qualquer coisa serve, mas não se machuque apenas pára provar que está tudo bem.
Se seu ex merecesse alguma satisfação sua, não estaria te fazendo sofrer e se ele realmente é quem você acha e quer que ele seja, pode ter certeza de que ele dá um jeito para saber como você anda.
Tenho estado em uma fase de autoconhecimento e cada dia aprendo que eu tenho muitos mistérios... Aliás, a nossa vida é um mistério e é fantástico vivenciar situações diversas e perceber como reagimos a elas.
No final acabamos descobrindo que vale a pena passar por certas coisas para lidarmos com a verdade e aprendermos a agir corretamente. Seja errando e aprendendo ou acertando e se orgulhando.

É o seguinte: Você é muito boa pra ficar aí parada pensando nisso! Arrume um jeito de se ocupar, tente evitar notícias e se algum dia você presenciar algo: Lembre-se se tudo que eu falei. Se optar por “fugir”, nunca desça do salto e esteja sempre de peito estufado!

domingo, 9 de maio de 2010

Desabafo

To cansada de textos com um tom de tristeza e de desejo de mudança, quando na verdade eu estou feliz e renovada.
Esse vai ser mais um não tão alegre, não tão sutil...
Esse vai pra ela, vai pra gente.

Ela não sabe mais em quem eu ando pensando toda noite e nem as saudades que venho tendo.
Não é mais como antes, quando ela sabia de todos os meus passos de todos os dias, quando eu contava cada palavra que havia dito.
Ela não sabe mais onde eu fui jantar, com quem eu fui jantar.
Será que ela ainda se interessa em saber? Ela não pergunta mais...

Cansei (mais uma vez) de vomitar textos e transbordar emoções sem sentir nada em troca.
Eu sinto uma troca tão vaga, como um suspiro final.

Ainda a conheço como a palma da minha mão, ainda consigo sentir seus desejos e pensamentos.
Ela ainda sabe quem sou eu?
Não a culpo, já fui tantas "eu mesma"...

Essa nova fase pra mim e pra ela, é, mais uma vez, uma fase que nos distancia.
Dessa vez não tem nada no meio, não tem nada a perder. Porque me sinto tão perdida?

No telefone vozes felizes, novidades animadoras... Só risos e risos.
Será, realmente, que somos só risos e risos?
Ela não sabe da briga com a minha mãe, ela não sabe o quanto meu travisseiro ficou molhado de lágrimas.
Ela não sabe que fiz as pazes com a minha mãe, ela não sabe o quanto meu coração está aliviado.
Minhas roupas novas? Ela nem viu, não quis saber se comprei.

Tento fingir que está tudo bem, evito olhar nos olhos porque sei que se eu olhar eles vão se alagar de saudade, de dúvidas, de desejo de gritar.
Procuro deixar que ela sinta o mesmo que eu, mas como vou saber se ela não demonstrar?

Vejo as fotos... Momentos, viagens, nights, familia, de noite e de dia... Se lembra quando a gente não só sorria?
Agora mudei, me direciono a você, falo para você...

Amiga, não sei ser diferente...
Não quero perder nossa quimica, nosso ritmo, nosso tom. Somos tão boas nisso!
Não quero me perder no tempo e perder você pra vida.
Não quero me sentir a vontade só com as pessoas as quais você nem conhece.
Quero voltar pra você, quero que você volte pra mim!

Somos uma balança que funciona como um motor.
Somos força e razão, que se invertem uma pela outra.
Somos palavras simples e complexas.
Não somos só isso, somos tudo e muito mais.
Ainda somos...

Não quero mais engolir o que desejaria te contar.
Porque você não pergunta mais?
Tá tudo tão fosco entre nós.

Desculpa mais uma vez dizer tudo isso do nada, dizer literalmente o que eu penso... Mas é como se hoje em dia eu estivesse precisando fazer isso sempre, pois você não lê mais a minha mente.

Nossa amizade é eterna desde o dia do chinelo.
Você é a única com um capítulo inteiro só seu no meu livro.

Esse texto não é triste, é confuso, é gritante...
Esse texto é pra você, minha irmã companheira, que anda tão distante.

sábado, 8 de maio de 2010

Abra os olhos!

Chega de acumular incertezas e preocupações, chega de se preocupar com mínimos detalhes, chega de não acreditar ao menos um pouquinho nos outros, chega de não fazer por vergonha, chega da opnião dos outros importar, chega de passados conturbantes, chega de perguntas demais...Chega.

Chega mais perto, vem pra cá...
Chega aqui porque lá já era.

Aqui é onde todos possuem um amor próprio indestrutível, onde ninguém tira conslusões precipitadas de quem não conhece profundamente, onde mulheres não se machucam de ilusão, de infidelidade e de auto estima.
Aqui... Onde todos os homens sabem ser honestos, inteligentes, educados e te ouvem.
Tem pegada, tem ritmo, tem estilo... Aqui os homens não são demasiadamente grudentos e fofos e muito menos demasiadamente mentirosos e convencidos.
Aqui, vem logo!
Aqui preconceito não existe... De raça, ideias, classe social ou religião.
O que é roubar?
Aqui o mundo ainda tem algumas cores e as pessoas acreditam que depois de um dia de chuva sempre vem o sol e não o Jornal Nacional acumulando mortes.
Nesse lugar aqui não se costuma falar em morte. Todos estão ocupadíssimos vivendo.

Aqui é amor, amar, é mar.
Aqui nada é complexo, tem nexo, tem sexo.
Aqui é tudo blue... tudo laranja neon, rosa chiclete e azul royal.
Aqui é o mundo ideal, meu ideal.

Como se faz pra chegar até aqui? Viva.
Chegue aos dezoito anos ou quando quiser abrir os olhos e perceba quem deve continuar ao seu lado e quem merece um pé na bunda.
Perceba que saudade é inevitável, que carinho nunca é demais, que amigos realmente são poucos e bons.
Perceba que estudar vale a pena e que matar a aula de vez enquando também vale muito a pena.
Perceba que esconder seus sentimentos só traz dor de cabeça, mas nem sempre mostrar a quem deseja é o mais correto.
Perceba, também, que seus pais podem ser sim seu exemplo de vida e quererem seu bem, mas eles erram, eles são humanos, eles são antigos.
Perceba que as vezes a melhor opção é não sair e ficar em casa vendo seriado.
Perceba que as vezes a melhor opção é sair tres dias seguidos, encher a cara, falar um monte de besteiras e depois rir de tudo.
Perceba que existem pessoas as quais não podemos abrir mão, mesmo quando achamos que elas merecem.
Perceba que esforço pra manter uma amizade nunca é demais.
Perceba que fotos de orkut e facebook são sempre felizes e isso tudo é uma superficialidade generalizada.
Perceba que vaidade é bom, gastar dinheiro é bom, falar de futilidades algumas horas é bom... Mas perder sua essencia é horrivel.
Perceba que nosso primeiro amor é marcante e é melhor não remexer nessa história.
Perceba que tudo que tem uma primeira vez, marca.
Perceba que você é capaz de perceber muitas coisas...
Perceba que o mundo não é multicolor, mas nunca ache que ele é preto e branco. Por via das dúvidas sempre ande com um lápis de cor na bolsa.
Perceba que ficar calado é uma ótima idéia.
Perceba que trabalhar sem salário é aprendizagem rica.
Perceba que não precisa mudar de casa, bairro ou cidade pra recomeçar.
Perceba que sinceridade é tudo, mas nem todos a merecem.
Perceba que as pessoas não são boazinhas.
Nunca seja boazinha, ser boazinha é ridículo.
Perceba que ser quem você é não tem preço.

Perceba isso tudo e muito mais, perceba e vá absorvendo... Daqui a pouco você chega aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outra vez

Tinha tempo que isso não acontecia...
Tinha bastante tempo que a saudade não batia na minha porta... na porta dos meus pensamentos e do meu coração.
Você foi o maior dos meus casos, quando se pensa em intensidade, e um dos maiores quando se pensa em tempo, também.
Sei que pra muitas pessoas o que vivemos foi pouco e pra você talvez não tenha sido tao grande, mas o seu abraço eu nunca esqueci.

Entre simplicidades diversas, de você, de nós dois... Havia complicações diversas... de você, de nós dois.
Tudo tão paradoxal e ao mesmo tempo tão concreto...

Você foi o melhor dos meus erros. Aquele em que o arrependimento nem bateu, foi tomado por segurança e capacidade de transforma-lo numa decisão certa.
Tivemos a mais estranha história que alguém já escreveu e que eu já vivi...

E é por essas e outras que a saudade quando bate, me faz lembrar de tudo isso outra vez.
Você foi a mentira sincera... Aquela que eu mentia pra mim mesma pra não acreditar no real significado que tudo estava tendo pra mim.
Foi com você que tive coragem de revelar o meu maior segredo sem medo de julgamento.
Foi por você que eu esperei tanto tempo pra me sentir a vontade com alguém...
Essa brincadeira tão séria que me aconteceu se tornou seriamente uma verdade, dentro de mim.

Nosso caso não foi o mais antigo, mas certamente foi amor mais amigo que me apareceu.
Antes de lembrar de nós dois como um casal eu lembrava dos seus conselhos e de como você sempre me fez gargalhar e foi meu amigo...

Das lembranças que eu trago na vida, você realmente é a única saudade que eu gosto de ter... Infelizmente não é uma saudade completamente boa, mas alguma é?
Abro o armário pra escolher um vestido e seu cheiro não está mais lá.
Comerciais de tv não têm mais graça sem você pra ve-los comigo. Nem as palavras partidas ao meio significam alguma coisa...

Foram tantas dúvidas e erros que o encanto cada vez mais se apagou.
Só sei que nessas horas, olhando pela janela do onibus na volta da faculdade e no escuro do meu quarto... Só assim... sinto você bem perto de mim, outra vez.

Logicamente a vida continuou e continuará pra nós dois.
Logicamente cada um achou a melhor maneira de viver que pode.
Eu me achei, você se achou...
Mas sinceramente? Esqueci de tentar te esquecer... Isso nunca vai acontecer.

Tem épocas que eu não penso nem um segundo, nem um milésimo de segundo.
O tempo passa (não importa se dias ou meses) e aquela saudade que eu gosto de ter acaba reaparecendo, como hoje reapareceu como turista em minha mente.

Resolvi te querer por querer, sem esperar nada.
Resolvi te querer bem, querer seu bem.
Não que isso já não tivesse ocorrendo desde o final, na verdade isso ocorre desde o começo...
Mas quando acaba, sempre muda.
Mudou, passou... mas as vezes volta.

Independente de tudo isso, decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade, sem nada a perder.
Você foi toda a felicidade por um momento da minha vida.
Você foi todo o tempo bom que eu tinha pra gastar.
Você foi toda a aventura que eu me propuz viver.

Sabe aquela maldade que no final das contas te fez bem?
Você foi o melhor dos meus planos, porque não tinhamos planos pra além de amanhã.
O maior dos enganos que eu pude fazer ao não confiar na minha própria personalidade.
Você me ensinou, na marra, a usar a minha personalidade.

Estou cansada de resgatar paixões que nada significam hoje. Forçar pra mim mesma sentimentos que não existem...
Parece que mesmo sem querer, hoje, me prender a alguém, fico tentando arrumar correntes que me segurem no mais perto possível de nós dois. Por que?

Saudade boa de cuidar de você, de sentir o dia amanhecer, de entrelaçar as pernas ao som de conversas baixinhas...
De não me sentir perdida e de não errar constantemente por falta de objetivo...
Você era meu objetivo e eu não sabia.
Saudade de desafiar os nossos passados e famas e rir de tudo e de todos...

Queria te ligar as vezes e contar do meu dia, minhas novidades e novos medos.
Queria sua mão pra segurar, seu colo pra deitar.
Na verdade eu queria a sensasão que tinha ao seu lado...
Queria que tudo tivesse terminado bem, sem ninguém se meter e sem confusões.
Queria que você acreditasse nas minhas palavras e não na dos outros.
Queria ter relevado erros bobos.

Enquanto isso vou vivendo feliz a minha vida.
Um dia tudo isso ainda vai ter um fim concreto e não aquele em que só eu falei.
Enquanto isso vou receber muito bem essa saudade turista em horas espaçosas e espontâneas...

Só assim, sinto você bem perto de mim outra vez.

Te amo, de verdade

estômago fisgado por um calafrio.
Pisco os olhos com força pra ter certeza de que estou acordada.
você finalmente falou.
ansiava ouvir a frase desde quando me sentia surda de emoções em um silêncio de nós dois entre as quatro paredes do quarto.
Poucos têm o que hoje eu tenho. O que venho tendo.
O que tanto esperei um dia ter.

Veio do nada, como uma enchente devastadora em uma cidade tropical.
Mas veio como uma enchente do bem, aquela que não mata pessoas e nem destrói lares.
As águas fortes e intensas limparam a sujeira que estava ali, o acúmulo de tudo que já deveria ter sido desfeito ou reciclado.
Você apareceu e ficou.

estômago fisgado por um calafrio inacabável...
Quero me sentir assim na eternidade de nós dois até o dia em que outra enchente resolver aparecer.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Do outro lado da janela

Enquanto estamos em casa na banheira ou no salão de beleza
crianças passam fome nas ruas frias da cidade.

Reclamamos de cara feia por trabalhar tanto e ganhar tão pouco,
Tem gente que sorri quando diz que sonha em ganhar alguma coisa.

Passamos pela cidade de carro; roupas novas, perfumes franceses.
Ali bem perto, do outro lado da janela do carro (tão perto que é capaz de alcançá-lo) está o menino abandonado, quase desnudo, sem nem banho tomado.

Seguimos em frente com no máximo um suspiro.
Nesse segundo em que suspiramos (isso SE suspiramos) milhares de pessoas estão morrendo, sofrendo...

Os segundos de suspiros terminam.
Tudo volta ao normal.

Seguindo o trajeto, termina-se de comer o fast food
E lambendo a ponta dos dedos com um ar de satisfação
joga-se os restos com o lixo pela mesma janela que viu a pobreza.

A natureza chora.
O mendigo agradece.

Os barulhos do ipod do carro se confundem com os risos de amigos e toques de celulares.
Do outro lado da janela (daquela janela) barulhos de tiro, gritos e choros se misturam com o canto da cigarra quase extinta.

Nem se quer comenta-se.
Não ousam nem abrir a janela.

Estaciona-se o carro.
Pessoas descem em cima de seus saltos e sorrisos de boca a boca

Já no restaurante, em meio a uns goles na bebida e a umas mordidas no jantar,
Olham pela janela
Que não é a mesma janela de antes, mas nela existem as mesmas coisas despercebidas.

Com a cara mais triste do mundo comentam:
Se não fossem os incompetentes o nosso Brasil seria ainda mais belo.

Cabeças balançam fazendo que sim.
Outras abaixam com ar de incerteza.

Segundos se passam (os mesmos do suspiros, presumo eu).

As pessoas voltam aos seus goles e mordidas
Risos e barulhos.
Garçons passam e repassam com bandejas fartas
E a janela ainda fechada espera que alguém a abra.

Igualdade Mundial

Uma das coisas que mais assusta a humanidade é a morte.
É perfeitamente aceitável temer algo tão desconhecido, tão inevitável e tão igualitário.

Sim, igualitário. Todos algum dia morrerão.

Num mundo cheio de desigualdades e preconceitos é difícil falar sobre algo comum. Não digo de gostos e costumes comuns entre populações, mas sim de características mundialmente comuns.
Paro pra pensar e poucas coisas surgem em minha mente.
Nem todos gostam de dançar, nem todos têm escolaridade completa, nem todos sabem ler, nem todos gostam de sorrir e, acreditem, nem todos têm vontade de viver.

Desprezando os fatores que nos mantém vivos, como o hábito de respirar e nos nutrir, morrer é realmente a única coisa a qual todos, em todo o planeta Terra, passaremos. Consequentemente, de acordo com o raciocínio, e causadamente, de acordo com o fato, poderiam citar o fato de envelhecermos. Poderíamos se não houvesse tantas mortes infantis, juvenis e afins. Tantos corações parando de bater tão cedo, tantos sonhos sendo interrompidos...

Continuo então com a idéia da morte como a única igualdade mundial.

E o medo da morte? “Uma das coisas que mais assusta a humanidade é a morte” eu afirmei. Claro, mas não assusta a todos.
Alguns anseiam chegar logo ao céu, outros desejam acabar o mais rápido possível com algum sofrimento e existe até quem queira ir para o outro lado encontrar alguém.

Existe mesmo um outro lado? Morar no céu é o que realmente ocorre? Vamos mesmo encontrar quem já se foi?

E a morte prevalece em meu raciocínio, intacta.

Até quando será ela a única parte igual no mundo todo?
Será possível termos algo mundialmente comum que não seja temido por ninguém?

São tantas perguntas surgindo e, particularmente, cada vez menos vontade de saber as respostas.

Um dia todos se vão. Não tenho que me preocupar com nada relacionado a esta “ida”.

Os anos passam, todos sabem, mas poucos se dão conta de que semanas, dias e minutos também passam... Na verdade voam.

Aproveitar ao máximo as oportunidades, aprender o que for possível com os erros e amar acima de tudo são entrelinhas de uma história bem grande que pretendo fazer da minha vida.

O que não deixarei jamais de lado é a vontade de viver.

Nunca é tarde pra recomeçarmos e é sempre muito cedo para nos preocuparmos. Com a morte então, deixa isso pra lá... É igualitário, inevitável e desconhecido.

Topo

De olhos fechados me sinto num universo paralelo.
Onde só existem músicas, cores e músicas... A sensação é ótima.
Ao abrir os olhos, continuo parada dentro do meu mundo comum... Com poucas cores e sons.
As vezes me completa o fato de me transportar, mas nunca completa o meu mundo todo.
Ingênua e sincera, (ingênua por ser sincera demais?) será que devo ser eu mesma em todos os mundos que habito?
Depois de me transportar e criar ilusões, volto para a realidade e me sinto fingida. Os outros me sentem fingir...
Na verdade eu nunca duvidei de quem sou.
Me confundo algumas vezes ao optar sobre meu comportamento, apenas...
Sou cheia de dúvidas e nenhum de vocês conseguiu tira-las de vez.
Vocês me completam como em um dos meus mundos paralelos...
Quando tudo acaba, me sinto totalmente perdida.
E no final, sempre me encontro no abraço deles ou delas...
Daqueles que não tem beijo na boca, intimidade ou satisfação.
Nenhum de Vocês me deu até hoje uma sensação tão boa quanto a que eles e elas me deram e dão.
Nenhum universo paralelo, nenhum de Vocês e nenhuma incerteza dentro de qualquer um dos meus mundos é maior do que o sentimento por eles e elas.

Só ao lado deles e delas eu não tenho vontade de sair do meu mundo real, porque?
Amizade te salva em um abraço, muda seu humor com uma dose de tequila, faz seu sábado virar o melhor de todos com um brigadeiro e não se importa em andar quilometros ao seu lado em plena madrugada ouvindo a sua respiração inquieta.

Vocês que me perdoem, mas eles e elas estão no topo e mesmo se um de voces aparecer pra ficar, eles nunca sairão.