quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Loucura sensata

E enquanto estavam no meio da multidão ele era uma pessoa qualquer que despertava interesse. Mesmo sendo a pessoa qualquer que ela sabia que queria desde que chegou lá. E ao se beijarem no meio da multidão ele continuava sendo um qualquer. Só que agora era um qualquer com um beijo maravilhoso e o sorriso encantador.
Porque tudo mudou quando ficaram sozinhos? Ele passou de um qualquer pra qualquer um menos quem era no início da noite.
Era como se ela sentisse que devia estar ali, mesmo sabendo que não era para estar. Como se o conhecesse muito bem... Sei lá por que. Talvez seus olhos que não desgrudavam dos dela... Ou o seu jeito educado e envolvente a troco de nada.
E quando ela se deu conta, se abria completamente pra uma pessoa quase estranha. Contando seus segredos, medos e experiências. Confessando tudo que aprendeu com a vida e o que ainda quer aprender.
Não tem jeito. Acho que ela não consegue ser leve como uma brisa.
Ela provavelmente é uma boba por ser assim. Por acreditar em sentimentos inéditos e destino. Por achar, em alguns momentos, que a vida pode ser como um filme em cartaz ou um best seller. Ou provavelmente ela é um caso único de mulher singela. Que não deixa de fazer alguma loucura porque deu na telha, mas que acaba transformando tal loucura na loucura maior. Na loucura sensata.
Mas de fato essa mulher cada vez aprende mais e mais com ela mesma. E... Ah... Como ela ama isso!
Coisas inusitadas, quando espontâneas e reais, podem se tornar algo muito bom.
Coisas inusitadas, quando impulsivas e irreais, sempre se tornam algo ruim.
Aprendizado da semana.
E no meio dessa loucura incomum ela descobriu uma chance. Uma chance só dela.
E enquanto deslizava o dedo pelo ombro dele, apoiada em seu peito, percebeu que não tem problema nenhum em ser do jeito que ela é. Na verdade, era o contrário: ser do jeito que ela é e fazer o que ela quer encantou uma pessoa que antes não era nada... E que, agora, com certeza, já é alguma coisa.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Por nada

Tinha tempos (e posso ousar substituindo tempos por anos) que eu não acordava antes do despertador tocar, abria a janela e sorria ao ver o sol. Simplesmente sorria.
Na maioria das vezes nem a cortina do quarto eu abro, e acabo sempre preferindo acender a luz.
Mas hoje não. Hoje eu resolvi abrir a cortina, a janela, o sorriso. Porque o dia amanhecia azul claro, fresco e silencioso. Um típico dia pré-primavera no Rio. Mas que ha anos eu não notava.
O meu sorriso foi tão sincero e espontâneo que nem eu acreditei; Como pode? Logo eu que sou considerada a mais mal humorada de todas pela manhã...
Talvez eu tenha acabado de descobrir o que é estar feliz por nada. Talvez eu, com esse mero sorriso pela manhã, tenha desabafado para mim mesma: você merece sorrir!
Sim. Eu mereço! Mesmo com algumas incertezas sobre a vida, algumas tarefas atrasadas e alguns desaforos ou sentimentos engolidos; eu mereço sorrir!
Talvez não. Com certeza eu acabei de descobrir um estado de espírito genial. Sem cobranças, pensamentos exagerados, fantasias, medos, julgamentos, prazos e sem mais um montão de coisas boas ou ruins.

Sorrir não requer motivo algum!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tão tranquilo e tão contente

Você já fez uma loucura? Já fechou os olhos enquanto dirigia em uma reta? Já contou um segredo para uma pessoa quase estranha? Já sentiu que deveria ir e foi?
A sensação de estar livre é a mesma de sonhar que está voando. É maravilhoso, empolgante e ao mesmo tempo você sabe que daqui a pouco vai acordar e estar seguro, com os pés no chão. Dá vontade de aproveitar cada segundo e também um leve medo de cair.
Dizem que devemos procurar a nossa felicidade. Já eu digo que não devemos procurar absolutamente nada. Pelo menos foi o que eu aprendi com as minhas experiências. Nada vêm sem esforço nenhum, mas esforço demais pode ser ruim. Até porque... Quem é que sabe exatamente o que quer? Garanto que eu não faço idéia.