terça-feira, 21 de junho de 2011

?

E você
já teve medo?
De ser muito pouco
pra alguém que parece ser tudo?
De ir atrás
e se entregar?
De assumir um erro?
E de chorar?
Você já sonhou
com um final de tarde
de pernas pro ar
num som acústico
e borboletas no estômago?
Você já se deu conta
De que é mais romântico do que imaginava
E que é mais ansioso do que devia?
Você já quis tanto
Que chegou a doer?
Já se iludiu em palavras
E se perdeu em atitudes?
Você se acha confuso?
Está confuso?
Eu também.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aprovada?

E eu continuo sem entender porque nunca consigo dormir cedo mesmo tendo acordado cedo. É como se deitar na cama acionasse um botão que me fizesse pensar em toda a minha vida. No que já passou, no que poderia acontecer e no que certamente vai acontecer.

Não sei se só é assim comigo, mas sinto como se eu fosse um eterno conflito de coerências: No dia a dia comparo minha vida à um seriado, onde os episódios são sempre diferentes e emocionantes; mas toda noite comparo meus desejos à um conto de fadas perfeito, com calmaria, estabilidade e paz.

Qual dessas será eu mesma?

Ser a mistura das duas está me deixando confusa. Será que nunca vou saber quem sou de verdade?

Meus olhos pesam, mas não se fecham... E quando finalmente adormeço, meus sonhos não se desconectam da junção desses dois mundos dentro de mim.
Tenho notado uma insistência do lado "conto de fadas" em dominar. Acho que realmente estou cansada de uma vida sem limites.

Mas, para isso, preciso primeiro me permitir sair não desses mundos internos, e sim do meu mundo externo real. Devo me livrar das pessoas que não me acrescentam em nada, pelo contrário, só me diminuem.

Sinto como se não tivesse saído do mesmo lugar desde a primeira vez em que fiz alguma besteira na minha vida e que ouço os mesmos conselhos.
E aí procuro julgamentos, opiniões... Me procuro eternamente na esperança de quebrar a cara comigo mesma e notar o quanto eu sou boa demais pra aquilo tudo.

O problema é que sempre empaco. O obstáculo imposto justamente para me fortalecer e me ensinar, sempre me derruba e me convence a desistir de tentar.

Mas desistir de tentar o que? Ser eu mesma?

Por isso que eu nunca consigo. Porque tento.
Não tenho que tentar nada, provar nada. E melhor: Não preciso de aprovação.

O que eu sou mostro em atitudes espontâneas no dia a dia, pra quem quer reparar em mim. Não adianta forçar ser algo que eu já sou naturalmente. Fica feio. Fica falso. Estraga. E talvez esteja aí o problema que impulsiona todos esses meus erros que se afogam dentro de mim, me sufocando num labirinto sem fim: A (enorme) vontade - ou poderia dizer necessidade? - de obter a aprovação alheia pelo que sou.

Será que eu preciso mesmo disso?