domingo, 21 de agosto de 2011

CORPO

Olhos, que só veem o que querem. Só olham reto. Só piscam por milímetros de segundos.
Bocas, que só falam quando sabem. Só se calam por preguiça - ou medo. Só ousam no limite.
Mãos, que só ajudam quando pedem. Só limpam a própria bagunça. Só acenam para conhecidos.
Braços, que quase não abraçam mais. Que se limitam. Que não se esforçam.
Pernas, que andam sempre pelos mesmos lugares. Que sobem e descem. Mas que nunca pulam.
Pés, que estão sempre no chão... Por que não libertá-los?

Com olhos, bocas, mãos, pernas e pés poderíamos inovar.
O que acontece é que nos limitamos ao pudor.
Rimos quando tem graça. Falamos quando nos interessa.
Porque tem que ser assim?
O nosso corpo é capaz de muito mais.

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