segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tá na hora...

O que se guarda, cuida, joga fora ou esconde?

É hora de mudanças!

Acordo com o meu mau humor diário, bebo um copo de leite e penso na vida. Nada fora do comum. Exceto pelo fato de segundos depois não conseguir mais ficar parada e arrumar compulsivamente meu quarto inteiro.

Sempre digo que a bagunça do meu quarto dura três dias. O dia em que ela é acumulada a tal ponto de se tornar “uma bagunça”, o dia da preguiça de arrumá-la e o dia em que ela me inspira a organizar não só a parte desorganizada, mas como tudo, no geral.
É como uma terapia pra mim. Descubro roupas velhas para entregar à doação, encontro objetos perdidos, me divirto ouvindo as músicas que eu mais gosto...

Enfim, naquele dia, nos passados segundos, além de arrumar a bagunça generalizada eu também quis mudar. Anos depois continuo tendo a “crise dos três dias” firme e forte, porém, acompanhada de constantes “horas de mudanças”!
A nova crise começou com troca dos móveis de posição em um dia, um bicho de pelúcia a menos na prateleira no outro, assim caminhando sempre em busca de alguma “pseudoperfeição”.

Nunca pensei no real motivo de fazer aquilo tão repetitivamente, enquanto a maioria das minhas amigas gostava apenas de ter o quarto sempre do mesmo jeito e arrumado.

Hoje em dia eu consigo relacionar essas crises momentâneas com fases da minha vida.
Por exemplo, quando eu tomo uma decisão que julgo ser errada e isso me traz conseqüências desagradáveis, eu procuro uma mudança. Sem perceber, os móveis do meu quarto estão em posições diferentes, meu profile do Orkut está com outro texto ou simplesmente a minha unha de uma cor mais ousada, ou menos ousada.

Talvez, fazer compras em momentos depressivos seja tão bom por isso...
Provavelmente buscamos uma mudança que não pode ser explicada e sim sentida, muitas vezes até mesmo por não sabermos a que tal mudança deve se tratar.

Há pouco tempo uma amiga me disse que o quarto de uma pessoa define como anda a sua cabeça. Ela me contou isso dentro do meu quarto, sentada na minha cama.

Olhei na hora, discretamente, ao meu redor.

Meu quarto até que estava arrumado, mas os móveis não se localizavam no lugar onde eu queria (nem nos lugares mais práticos eles estavam).
Dentro do guarda roupas, no meio de tantas gavetas super organizadas, tinha uma gaveta toda bagunçada.
As fotos do mural eram de pessoas as quais eu não tolero mais (algumas eu desgosto, outras sinto falta e outras simplesmente sumiram, mas em sua grande massa não fazem mais parte do meu presente).

Aquilo mexeu comigo. Não é que a frase era totalmente verdadeira?

Eu estou até que bem por fora, “até que”, porque por mim estaria muito melhor...
Meus pensamentos estão em ordem sim, mas tem aquelezinho que faz com que todos os outros fiquem desconjuntados.
Tenho conhecido pessoas novas, obtido sentimentos novos e me tornado uma nova versão de mim mesma, mas a maioria das minhas preocupações e pensamentos era sobre aqueles que não fazem mais parte do meu presente.
Aqueles que me magoaram, aqueles que magoei, aqueles que perdi pela vida do nada, aqueles com quem errei, aqueles que pareciam querer dizer algo e por nunca abrirem a boca hoje são desconhecidos... Aqueles.
Aqueles que tanto rodeiam a minha mente estão presos nas paredes do meu quarto.

É hora de mudanças!

Hora de colocar os móveis do quarto em lugares mais práticos e embelezá-lo; Hora de tomar decisões pensando em como aquilo tornará mais prático o meu futuro, hora de agir e realmente me tornar mais bonita.

Hora de tirar um dia inteiro para organizar aquela gaveta; Hora de tirar um dia e uma tarde inteira para sentar a beira do mar e tentar solucionar aquele pensamento que desorganiza os outros.

Hora de tirar as fotos antigas do mural, talvez deixar uma ou duas mais especiais ou fazer um álbum com todas elas juntas de recordações. Hora de colocar fotos novas no mural; Hora de perceber que o que passou, passsou e não devemos lamentar por ter acabado e sim ficarmos felizes por um dia termos vivido.

Deixar as lembranças ruins no passado não é ser insensível, é parar de se preocupar a toa. Guardar as lembranças boas, mesmo que em segredo, não é obsessão ou carência, é sensibilidade e coração.

É hora de dar valor as amizades novas e, principalmente, as antigas que permaneceram no meio de tanta bagunça... De tantas crises de três dias, de quatro dias, de tantos meses...

É hora de mudanças e, como sempre é, é hora de VALORIZAR.

3 comentários:

  1. to toda arrepiada, te juro... amei muito, e isso tudo ai pode ser resumido em: depois de um ponto final, tem sempre um começo de frase (já me disseram isso por aí)... tudo novo, tudo de novo, tudo diferente! o que importa é nao cair na mesmice, no clichê, na preguiça... o que importa é viver!

    ResponderExcluir
  2. nao vou repetir minha opiniao sobre esse texto, só tenho uma correçao a fazer: Descubro roupas velhas para entregar a minha linda amiga Monique ;) te amoo

    ResponderExcluir
  3. .. e a minha linda amiga Clara! hahaha
    Amei isso aqui, Dani! Vou sempre ler e tenho certeza que vai me ajudar muito. Você escreve muuuito bem, tô impressionada! Amo você, amiga e obrigada por me passar o blog =)

    ResponderExcluir