quarta-feira, 26 de maio de 2010

Reencontro

Vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera...
Quando o dia amanhece lindo e nos inspira a sorrir.
Vou acordar bem cedo e, incrivelmente, de bom humor.
Pegarei meu Fit preto e dirigirei rumo a praia, num embalo de Cazuza, Lulu e Taylor Swift. Me chamem de brega, antiga ou o que quiserem.
Esse é meu humor naquele dia, meu tom.
Sem cadeira, revista ou Ipod, me deito sobre a canga colorida e cubro o verde esperança do meu rosto com lentes polarizadas.

Sol, ondas, vento, namorados...
Crianças, bolas, frescoball e vendedores.

Cheiro de sundown no ar, som de bem estar.
De repente -do nada- avisto você lá longe, mentalizando alguma coisa, sentado na areia, sozinho.
Pensei por menos de 60 segundos, enquanto nesses te observava assustada, encantada, surpresa.
Levantei. Deixei o verde esperança entrar em contato com o calor do sol.

Ali estava eu, em frente a você.
Atrapalhados, nos comprimentamos, depois de meses sem nos vermos.
Eu digo que estou comigo mesma, procurando espairecer. Sem perceber me vejo te explicando que simplesmente quis ver o dia amanhecer.
Conversamos sem parar, você também não acompanha ninguém.
Te cedo um pedaço do colorido da minha canga e você não precisa de mais nada naquele momento.
O assunto não acaba.
Suspiros se revezam com tímidos olhares desejosos que se encontram.

Vamos ao mar, beijamos o vento.
Abraçamos a água fria para desfarçar nosso calor. Pra que desfarçar?

Voltamos ao colorido e você só quer saber de olhar no fundo do verde esperança, que eu insisto em proteger.
Nossas mãos se esbarram, peço desculpas...
No fim do dia estamos enconstados um no outro, vendo o sol se por. Como o tempo passou tão rápido?

Que saudades eu estava de sorrir seu sorriso de menino, de me confortar nos seus braços tão fortes e que me dão segurança.
Ai que vontade eu tenho de me entregar pros seus lábios e tornar daquela a nossa praia deserta...

O dia escurece. Já é frio...
Você me empresta a sua camisa e se enrola na minha canga úmida.
Deixamos passos fundos na areia escura e voltamos ao asfalto, com as havaianas nas mãos.
Você aceitou minha carona. Jamais tinha andado de carro comigo.
Rimos o tempo inteiro e quando sua rua se aproxima nos prendemos à uma ilha de angústia e incertezas.

Ponto morto. Freio de mão.

"Clak", faz seu cinto... Tudo isso em longos segundos.
Nossos corações batem anseando o mesmo, mas não ouvimos um ao outro.
Te vejo caminhar lento e duvidoso. Quase pulo pela janela e te agarro - Quase.

Nos beijamos? Conversamos sobre nós dois? Voltamos? Brigamos?
Essa parte do sonho eu não guardei.
Sei que vai ser como em um dia de verão, ou quem sabe primavera... Vou desvendar o final deste sonho -posso chamar de desejo?- e quem sabe até vivê-lo.

2 comentários:

  1. UAUUUUUUUUUU, tem algo de biografico nisso, amiga? hahahaha
    amei! lindo lindo lindo seu sonho!

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  2. surreal, nunca fiquei tão arrepiada lendo alguma coisa, serio mesmo

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